segunda-feira, agosto 28

Não ao voto nulo




Por que não anulo meu voto.
Muitos pregam aos quatro ventos o voto nulo.
Sei por convivência que são em sua grande maioria pessoas boas, íntegras e que até acreditam, acho, no que dizem. Algumas mais pragmáticas do que as outras é claro.

Penso bem diferente deles. O voto nulo se transforma numa eterna mordaça, um tapa-boca moral que, a meu ver impede o cidadão que tal prática adota de, por pelo menos quatro anos, reclamar, queixar, de viver plenamente sua cidadania.
“Cala-te omisso, a ti não é dado nem o direito de suspirar!”

O voto nulo não contribui em nada para o crescimento democrático e para o estado de direito. Jamais anularei um voto.

É óbvio que enojado estou com as maracutaias, com as negociatas, com o descaso com um povo inteiro, que vejo acontecerem diariamente. É claro que não abono (aliás abomino) a postura de “monarcas federais” de plantão, ávidos para se perpetuarem no poder, aqueles que se auto-intitulam donos de nosso destino. E por essas e outras é que meu voto nunca será nulo. Nem nulo nem útil. Nós temos o poder de mudar o rumo de nossa história.

Voto sempre por mudanças, com esperança. Voto sanitário. Limpeza.
Honra, compromisso, altruísmo; isso espero, com isso conto quando voto. Não, não votaria em branco nem por decreto.
Ingênuo? Posso até ser, mas fazer o quê.
Continuo acreditando no homem.
Não voto NULO.

Tremo em pensar que nada fiz para, pelo menos tentar mudar o que aí está. Tomo em minhas mãos o destino de meu solo pátrio. Pelo voto me manifesto, busco transformação.

Mesmo quando todas as pesquisas me garantem que já perdi, (perdi? Se participo não perco nunca!) e no primeiro turno, não me entrego, voto porque não compactuo, voto porque sou livre, voto porque por esse momento muitos lutaram, muitos morreram, nas praças, nas ruas e nos púlpitos, homens se expuseram por este ideal, pelo direito voto direto. Voto porque acredito que podemos vencer sim, eu, você, cada cidadão faz a diferença. A vitória será sempre da liberdade, da democracia, do nosso povo.




Senhores de nosso destino tremei,ele, o povo, mesmo que vocês não acreditem, existe e se fará presente.
NÃO ao voto nulo.

Ouso encerrar com magistral verso do Romanceiro da Inconfidência de 1953, uma lição, uma reflexão:

“Liberdade – essa palavra
que o sonho humano alimenta:
que não há ninguém que explique,
e ninguém que não entenda".
(Cecília Meireles)


William Henrique Stutz
médico veterinário sanitarista
Cidadão Livre

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