segunda-feira, maio 31

Jewish Mother




Recebi de Beto. Ótima!


Jewish Mother: Hello?

Daughter: Hi Mom. Can I leave the kids with you tonight?

Jewish Mother: You're going out?

Daughter: Yes.

Jewish Mother: With whom?

Daughter: With a friend.

Jewish Mother: I don't know why you left your husband. He is such a good man.

Daughter: I didn't leave him. He left me!

Jewish Mother: You let him leave you, and now you go out with anybodies and nobodies.

Daughter: I do not go out with anybody. Can I bring over the kids?

Jewish Mother: I never left you to go out with anybody except your father.

Daughter: There are lots of things that you did, and I don't.

Jewish Mother: What are you hinting at?

Daughter: Nothing, I just want to know if I can bring the kids over tonight.

Jewish Mother: You're going to stay the night with him? What will your husband say if he finds out?

Daughter: My EX husband. I don't think he would be bothered. From the day he left me, he probably never slept alone!

Jewish Mother: So you're going to sleep over at this loser's place?

Daughter: He's not a loser.

Jewish Mother: A man who goes out with a divorced woman with children is a loser and a parasite.

Daughter: I don't want to argue. Should I bring over the kids or not?

Jewish Mother: Poor children with such a mother.

Daughter: Such a what?

Jewish Mother: With no stability. No wonder your husband left you.

Daughter: ENOUGH!

Jewish Mother: Don't scream at me. You probably scream at this loser too!

Daughter: Now you're worried about the loser?

Jewish Mother: Ah, so you see he's a loser. I spotted him immediately.

Daughter: Goodbye, mother.

Jewish Mother: Wait! Don't hang up! When are you bringing them over?

Daughter: I'm not bringing them over! I'm not going out!

Jewish Mother: If you never go out, how do you expect to meet anyone?

Fim de semana

sexta-feira, maio 28

Trova


Quadrinha sem métrica, (quatro versos, com sete sílabas cada...) para trova da amiga cirandeira Ly. Já são oito, quando terminar a oficina e publicar no literário Anjos mostro aqui.

Saudade escondida longe na memória
como raro pássaro plumagem multicor
vontade de me lançar em busca à inglória
quem sabe assim em paz fica minha dor

A foto é de detalhe de óleo de meu filho João Lucas

quinta-feira, maio 27

1980

Trinta anos atrás, maio de 1980

Maravilha, juventude
Pobre de mim, pobre de nós
Via Láctea, brilha por nós
Vidas pequenas na esquina...

Fado, sina, lei, tesouro
Canta que te quero bem
Brilha que te quero
Luz andaluz
Massa como o nosso amor.

Flávio Venturini - Linda Juventude



Detalhe pouco perceptível - No bolso uma caneta Cross

quarta-feira, maio 26

sexta-feira, maio 21

Boas surpresas

Pequenas/imensas cenas que fazem nosso dia melhor, mais produtivo, mais inspirador

Mesmo depois de tantos anos não cansamos de admirar pequenas e delicadas cenas como esta registrada hoje bem cedo. Mesmo com o frio intenso da madrugada e dessa manhã de sexta feira, a natureza segue inexoravelmente seu curso.

Em inspeção diária de nossos escorpiões mais uma vez nos deparamos corriqueira mas formidável cena.
Jovem animal logo depois de terminar uma muda, uma troca de "pele". Observe a exúvia, [exoesqueleto de quitina à esquerda] permanece intacta, molde fiel de seu dono, este em pleno vigor de crescimento.

Observe a fragidade do bicho, assim permanece por alguns longos minutos até a nova "pele" endurecer. Perigoso momento para ele, está temporáriamente inapto a se defende, torna-se presa fácil para seus predadores

Conhecer cada vez mais quem queremos manejar/controlar é condição primeira para o sucesso de qualquer ação. Quanto mais os estudamos, observamos, convivemos, mais aprendemos a admirar e respeitar estes animais presentes em nosso planeta a mais de 400 milhões de anos, sem dúvida uma "leve" vantagem cronológica sobre nós humanos.


Clique nas fotos para admirar melhor os detalhes






Fotos William H Stutz

Fator previdenciário

O fator previdenciário é calculado considerando-se a idade, a expectativa de sobrevida e o tempo de contribuição do segurado ao se aposentar, mediante a fórmula abaixo, clique na imagem para ampliar e melhor entender.



Viu só! Simples assim. E o trabalhar...

quarta-feira, maio 19

Tragédia na ciência



Não poderíamos nos eximir a falar com tristeza do incêndio que destruiu mais de 500 mil amostras do Instituto Butantan, um dos maiores acervos científicos do mundo em sua especialidade. Desenvolvemos trabalhos conjuntos com pesquisadores daquela maravilhosa instituição há anos e sabemos do amor, da paixão e da dedicação contagiantes deles pelo seu ofício. Seguramente cada um vive hoje sua própria tragédia interior, silênciosa agonia, imensurável sofrimento.
Nos colocamos em suas peles e juntos, padecemos horrores.

Comparar esta tragédia para a ciência ao incêndio da Biblioteca Real de Alexandria em 646 d.C, como o vez o curador Francisco Luís Franco não é exagero, é fato. Um mutirão hercúleo deve ser feito no intuito de tentar resgatar o máximo de exemplares possíveis espalhados mundo à fora.

Contem com nosso apoio e presença, mesmo que pequeno frente tamanha tragédia.
Com humildade parafraseamos Madre Teresa de Calcutá:

"O que eu faço, é uma gota no meio de um oceano. Mas sem ela, o oceano será menor."

Amigos e colegas do Butantan, contem com Uberlândia.

William H Stutz e equipe do Laboratório de Animais Peçonhentos
Secretaria Municipal de Saúde de Uberlândia

whstutz@uberlandia.mg.gov.br



Publicada no Jornal Correio em Opinião do Leitor

terça-feira, maio 18

Matemática

Recebi de Júlio: Prova de matemática.
Bons tempos de Dom Silvério, já passei por isso

segunda-feira, maio 17

Tragédia

Tragédia para a ciência -Patrimônio insubstituível


Incêndio destrói mais de 500 mil amostras do Instituto Butantan
Além da maior coleção de ofídios do mundo nos trópicos, aranhas e escorpiões também foram perdidos


SÃO PAULO - Um incêndio ocorrido na manhã deste sábado, 15, no laboratório de répteis do Instituto Butantan, na zona oeste de São Paulo, destruiu milhares de espécimes de cobras e de aracnídeos, incluindo exemplares ainda não descritos pelos cientistas. Nenhum dos animais estava vivo.

Toda a coleção de cobras do Butantã - um total de aproximadamente 85 mil exemplares, a maior coleção do mundo de animais da região tropical - foi perdida no incêndio. Centenas de espécimes desses répteis que haviam sido coletadas pelos biólogos ainda não haviam sido descritas. Entre os aracnídeos - em especial aranhas e escorpiões -, a perda foi de cerca de 450 mil espécimes, das quais milhares ainda não tinham sido descritas pelos cientistas do instituto.

sexta-feira, maio 14

Portas e porteiras


"Havia portas por toda a volta do aposento, mas estavam todas trancadas, e depois que Alice percorreu uma a uma, tentando cada porta sem sucesso, ela voltou tristemente para o centro do quarto, pensando sobre como sairia daquela."

O texto acima é de Lewis Carrol em seu Alice no país das maravilhas, que por sinal volta à baila por obra e graça de Tim Burton, com Mia Wasikowska no papel de Alice e o estranhamente perturbador Johnny Depp como Chapeleiro Maluco.

Parabéns ao Dr João Gilberto pelo primoroso "Eh! Mundo velho sem porteira!" - Opinião do Leitor 13/05/2010
O desafio de nossas vidas é encontrar a verdadeira "minúscula chave dourada" que nos abrirá a porteira de acesso ao caminho da retidão, da justiça e da busca pela perfeição. O resto é atalo, desvios enganosos.

Se não atentarmos, passaremos nossas vidas como o Coelho Branco com olhos cor-de-rosa sempre apressado e atrasado, perderemos o bonde de nossa existência e as rédeas de nossas vidas.

As chaves das porteiras, do destino, estão lá no alto, na mesa de vidro, cabe a cada um de nós beber a porção certa para alcançá-las e escolher mais acertadamente possível nosso caminho.

Curioso, voltando ao filme Alice: O sobrenome de Mia, Wasikowska, não lembra a sonoridade do nome de outro papel de Deep: Willy Wonka em A Fantástica Fábrica de chocolates do mesmo Tim Burton? Coincidência ou outra porteira fechada a ser desvendada? Qual será a chave certa da porteira, do mistério?

quinta-feira, maio 13

Encontro de Violeiros

O SESC UBERLÂNDIA convida o(a) senhor(a) e família para assistirem as apresentações do 7º Encontro de Violeiros de Uberlândia - Tributo à Pena Branca.

Produção:



Obs.: por motivo de saúde o Tinoco não participará do evento


Lembranças




Desde a mais tenra idade vinha lhe a terrível sensação de pânico só de pensar. Não sabia exatamente quando tudo começou, parece que sua memória, suas lembranças fugiam propositalmente como a tentar lhe proteger.

Chegava a sonhar com aquele vulto escuro, cinzento, a se aproximar dela. Sentia de longe os estalidos de assombrosa aproximação.

Geralmente escondia-se debaixo da cama agarrada em sua boneca, olhos arregalados em agonia inimaginável. Com as mãos tampava os ouvidos. Não, não queria ver ou ouvir absolutamente nada. Chorava baixinho, mas sabia que ninguém viria em seu auxílio, pois tinha medo e vergonha de contar para outras pessoas, medo de pensarem que fosse bobagem, pura imaginação.

Certa feita seus sentidos perceberam tarde a tão temida aproximação, foi pega de surpresa longe de sua protetora cama. Estava na sala vendo televisão quando as luzes começaram a piscar em macabro ritual, viu fantasmas. Tudo que se movia era motivo de gritos e lágrimas. As janelas fechadas às pressas e em fortes baques, uma a uma a escondiam, a isolavam do resto do mundo. Não haveria a quem pedir ajuda. Entregue estava. Ouviu portas serem violentamente fechadas e o passar das chaves pelos miolos das trancas só faziam seus temores aumentar.

Tentou reagir, correr, esconder, mas, como em muitas outras vezes que aconteceriam em sua vida, sabia que não haveria saída. O melhor era se entregar sem mais lutar. Se jogar ao chão, esconder o rosto, procurar nada sentir ou ouvir. Pensar em sua boneca de bochechas rosadas, lábios de um vermelho vivo, ela sim jamais perdia seu angelical sorriso. Queria ser uma boneca.

Onde estaria ela? Provavelmente atirada sobre alguma cadeira. Precisava urgente dela. Seu porto seguro.

De súbito, as luzes se apagaram por completo. Sentiu glacial frio a lhe percorrer o corpo. Ficou paralisada. Não sabia para onde correr. O escuro piorava tudo. Com o coração aos pinotes prestes a sair pela boca, tateava a penumbra que lhe envolvia. Estendeu os braços para frente para evitar encontros indesejáveis. Falsa proteção, pois sabia que seria alcançada.

Infância e adolescência passando por este pesadelo. E quanto mais o tempo passava, mais difícil lhe parecia procurar a tão necessária ajuda. Não queria mais conviver com tamanho sofrimento e dor. Mas sempre o receio de ser chamada de fraca, e pior, ter de suportar aquele estigma pelo resto da vida e virar motivo de chacota, a faziam se fechar em copas e sofrer calada.

Com a chegada da vida adulta, namoro firme e perto de assumir compromisso maior com pessoa que verdadeiramente amava, se viu na obrigação de não manter segredos sobre seu passado.

Trêmula, temendo a reação do parceiro abriu o jogo. Aos prantos relatou tudo pelo que tinha passado. De como seus caros momentos de infância foram quase apagados por tão traumática e contínua experiência. Quanto alívio. Mesmo se fosse desprezada nada mais importava. Sentiu-se leve e livre.

Pela primeira vez na vida afi rmou com todas as letras: era ombrofóbica crônica. Viu iluminado rosto a carinhosamente lhe sussurrar ao pé do ouvido:
— Preocupa não, juntos venceremos este seu medo de tempestades.
Respirou profundamente aliviada.

Nossa língua pátria, quanta armadilha. Ombrofobia, que nome mais esquisito para medo de chuva. Ará!





Publicado em Ponto de Vista - Jornal Correio de 13 de maio 2010

quarta-feira, maio 12

1956

Mil novecentos e cinqüenta e seis. Alguém, um vulto tinha passado por ele no bar e jogado o pedacinho de papel bem dobrado quase dentro de seu copo. Olhou rápido por sobre os ombros na expectativa de ver quem era, mas um garçom esbaforido equilibrando bandeja repleta de taças, pratos e garrafas passou exatamente naquele momento. Entre eles, uma pequena ponta casaco preto sumiu atrás das colunas centenárias do salão.

Abriu lentamente o pequeno e curioso bilhete. Em tinta azul brilhante lia-se apenas 1956, nada mais. O número fora escrito com caneta tinteiro em perfeita caligrafia. Cada algarismo que compunha a milhar era milimetricamente do mesmo tamanho, perfeitamente desenhado, como se por mãos de meticuloso artista. Capricho assim nunca havia visto. Acariciou o bilhete para sentir a textura do papel. Era liso, sem imperfeições, as bordas também perfeitas, não apresentavam o menor sinal de guilhotina, nada que lembrasse corte, parecia peça única e não parte de um bloco de notas ou caderno. Aquele pedaço tão pequeno de papel não foi recortado de folha maior, isso era certo.

Disfarçadamente como a evitar que alguém o tratasse por maluco ou pior, por pervertido, levou o papel ao nariz e o cheirou profunda e longamente. Deliciosas e levíssimas notas de bergamota, jasmim da Índia, baunilha e sândalo logo se fizeram evidentes. Outros aromas igualmente maravilhosos e indecifráveis se faziam notar e despertavam profusão de emoções, de sensações indescritivelmente boas. O bilhete certamente veio de uma mulher, uma jovem e linda mulher, poderia apostar. Mas com qual intenção? Por que de abordagem tão diferente? Não seria melhor chegar e se apresentar? E se tal ato fosse ousado demais, não bastaria sentar em mesa próxima, trocarem olhares lânguidos, insinuantes e então, como pessoas normais, flertarem até criar oportunidade de iniciarem conversa?

Qual o motivo de tanto mistério? E os números, o que poderiam significar? Qual o recado que a linda moça queria lhe passar? Já havia criado uma face, um corpo, um decote, mentalizava um vestido curto, bem cortado, colado ao corpo perfeito sob o casaco preto, única coisa que de verdade conseguira observar do vulto.

Mas e os números? Voltou a pensar, já demonstrando ansiedade e uma aflição esquisita. Vamos por eliminação, tentava organizar seus pensamentos. Seria um número de telefone? Mas e o prefixo, raios! Quem sabe uma senha, mas de que e pra que? Quem sabe este seria o número de seu armário em alguma academia de ginástica sofisticada, uma deixa para ver o quanto ele era atento. Quem sabe uma placa de carro? Percorreria o estacionamento do bar ao sair para conferir. Qual nada, se assim o fosse não custava também com capricho deixar as letras iniciais. Não tinha sentido complicar tanto. Que diabos poderiam aqueles números significar? Começou a perder o encanto e a paciência.

Já de cabeça quente de tantas conjeturas e querendo ficar aborrecido, começou a se achar vítima de alguma brincadeira boba, sem sentido.

Chamou o garçom para pagar a conta. Enquanto esperava tomou mais um gole de seu café já frio e um pouco irritado enfiou o bilhete na xícara à sua frente. Ficou por alguns segundos a olhar o restinho do líquido que, por capilaridade, lentamente subia pelos poros microscópicos do fino e alvo papel até alcançarem sua borda mais alta e, em movimento sincronizado, colar nas paredes da porcelana. Espanto. A delicada folha aos poucos se pôs a misteriosamente a se dissolver até não mais deixar vestígios. Nada. Era como se nunca tivesse existido. Coçou a orelha com o dedo mindinho estranhando aquela curiosa reação química.

Balançou a xícara como uma bateia de um lado para outro, como a procurar bamburrar em diamantina lavra, preciosa jóia, mas nada mais havia do bilhete. No fundo, só resto pastoso do açúcar em excesso usado a escorregar de um lado para outro como caracol sem casca, como uma albina lesma de cristal líquido.

Chega, pensou. Chega de perder tempo com insignificâncias. Talvez a pessoa nem tenha lhe passado o tal bilhete coisíssima nenhuma. Talvez, em ato instintivo e tão normal de falta de educação, simplesmente o tenha atirado fora. Era isso, fora brindado com nada mais nada menos que com um pedaço de lixo. Quanta perda de tempo e elucubrações. Riu sozinho de sua ingenuidade e de sua fantasiosa imaginação. Deve ser a separação ainda recente da mulher e a vontade louca de não ficar sozinho, de arranjar logo uma companheira, mas desta feita perfeita, e não como a que o havia abandonado. Maldita, resmungou. A solidão criando seus fantasmas e novelas, quanta bobeira.

Estes últimos pensamentos o lembraram de um belo e importante encontro que tinha marcado para aquela noite. Sentiu um friozinho na barriga já sonhando com o que poderia acontecer. A noite prometia. Tomou o rumo apressado.

Abriu a porta de casa mecanicamente e nem se deu ao luxo de pegar os envelopes de correspondência que jaziam jogados no chão, atirados com capricho pelo carteiro.

— Tenho que colocar uma caixa de correios lá fora, pensou sem pensar. Com a ponta do tênis empurrou a papelada para um canto. Teria tempo mais tarde e, aliás, a maioria devia ser mesmo conta já paga pelo débito automático ou propaganda de venda de imóveis, cartão de crédito e um monte de folhetos coloridos de supermercados e lojas de eletrodomésticos. Destino? Lixo, mas não agora, mais tarde.

Sem prestar atenção agarrou o controle e ligou a televisão, o som estava alto, também sem perceber abaixou o volume quase a zero. Gostava era da luz da tela a dançar pela sala em relâmpagos multicoloridos. As cores tingiam vidraças, enfeites de cristal, as garrafas perfiladas na estante de seu bar na sala. Eram mágicas suas luzes dançantes. Davam vida ás paredes e teto como um sobrenatural teatro de sombras chinês. Dormira mil vezes mais a admirar o espetáculo espectral do que vendo a programação. Sentia-se um poeta. O som na maioria das vezes pouco importava.

Tomou um banho longo e relaxante. Fez a barba com calma e depois delicadamente estapeou o rosto com a loção after shave, último presente de sua ex, felizmente já estava no fim. Ardera um pouquinho, praga dela em lampejo debochado pensou. Empurrou a bochecha internamente com a língua e passou a palma da mão pela face. Barba perfeita se vangloriou. Forçou sorriso para ver a brancura dos dentes. Deu um soquinho no próprio queixo se achando o mais belo, feliz e sortudo homem da face da terra. Aquele encontro prometia.

Vestiu roupa confortável que havia escolhido antes do banho e deixado montadinha, prontinha sobre a cama de casal king size. Apesar de ser divorciado e morar sozinho adorava camas grandes. Vestiu-se quase que ritualisticamente e se pós em frente ao espelho em narciso ataque. De frente, de lado, passava as mãos nos cabelos e deu peteleco em pequeno fio fora do lugar por sobre os ombros. Fez pose de galã de cinema, armou jeito sério, estufou o peito, encolheu a barriga que teimava em já dar sinais de vida. Semana que vem começo a malhar, pensou batendo com a palma da mão sobre o umbigo.

O celular tocou e o trouxe de volta. Apressado saiu em disparada, sem tempo de apagar as luzes e muito menos a estroboscópica televisão. Também não deu tempo de ouvir o apresentador do jornal da noite, em edição extraordinária, pausadamente recitar os números ganhadores do maior prêmio já pago na história por um tipo de loteria no país: 01, 09, 05...
O barulho seco de uma porta fechando se fez ouvir. O apartamento vazio em luzes se aquietou.




Publicado nos Anjos de Prata

Abandono

Quanta brasa queimada, quanta gangorra a atiçá-la
Quanta roupa passada, quanta história contada

Quanto tempo escorrido, quanto tempo perdido
Quantos olhares vazios, quantos desejos sofridos

Quantas lágrimas enfumaçadas, quantos sonhos sonhados
Quando brasa queimada, quantas lembranças passadas.

Quanto tempo passado, quantos desejos largados
Quanto suor escorrido, quantas golas manchadas

E agora, em ferrugem carcomido à própria sorte largado

Nem fumaça, brasa ou cheiro azul de anil

Apenas o nada, vão traste, insaciável mirmecófago esquecido
Triste fim para quem a muitos, serviu





Em um maio de 2010




terça-feira, maio 11

Árvore das Almas



Em andanças de expedição em pleno cerrado me deparo com nossa Árvore das Almas. Avatar do cerrado, sem modismos ou super produções. Repleta de histórias e lendas. Me contaram tantas. Agora guardadas à espera de papel , tinta e tempo.
Muito verde nas falas e relatos, nada azul. Árvore de vida, muita vida

Clique nas fotos, veja as sombras, as luzes. Ouça as vozes.


segunda-feira, maio 10

Um Morcego Amigo

Foto: BBC

Itália usa morcegos para combater mosquitos
da BBC Brasil
Prefeitos de várias cidades da Itália decidiram substituir pesticidas contra pernilongos por caixas que atraem colônias de morcegos, considerados excelentes predadores de insetos.

O projeto "Um Morcego Amigo" foi criado pela Universidade de Florença para colher informações a respeito dos mamíferos voadores, envolver a população na conservação da espécie e divulgar o uso de um sistema biológico para eliminar os mosquitos.

Para atrair os morcegos de volta às cidades, zoólogos da universidade e do Museu de Historia Natural de Florença, projetaram caixas especiais de madeira, que são espalhadas em locais públicos e servem como refúgio para que os bichos possam hibernar, se reproduzir e criar colônias.

A cidade de Godega Sant'Urbano, perto de Treviso, na região norte da Itália, colocou sua primeira caixa para abrigar morcegos no domingo passado.

Em entrevista à BBC Brasil, o prefeito, Alessandro Bonet, disse que elas vão ser distribuídas em escolas e edifícios públicos, para trazer de volta os morcegos que abandonaram a cidade.

"Dez anos atrás havia muitos morcegos aqui. Por causa da poluição do ar e da falta de lugares onde se instalar, eles foram desaparecendo e aumentou a quantidade de mosquitos. Queremos que os morcegos voltem maciçamente, porque cada um pode capturar até 2 mil mosquitos por noite", disse.

sábado, maio 8

De volta

Depois de uma semana fora de minha Uberlândia em maravilhosa expedição de pesquisa, retorno.
Foram dias duros de muito calor e muito trabalho de campo mas valeu a pena, os resultados prometem. Aos poucos conto e mostro

domingo, maio 2

Invisível eu

Atenção, atenção!

Acaba de fugir o primeiro clipe da DONA JOANA, uma inusitada banda formada por músicos, bailarinas, atores e circenses. Dirigido por Alex Silveira, INVISÍVEL EU é a primeira aventura de nossa querida trupe, no papel de um grupo de vigaristas perseguido por um astuto detetive. confiram:
http://www.youtube.com/watch?v=RBNm0w0XfkM

--
GUI STUTZ

conhece a DONA JOANA?
www.myspace.com/bandadonajoana

sábado, maio 1

Desmatamento

Recebi de tia Jú. Super engajada em movimentos ecológicos.

Clica que aumenta