quarta-feira, janeiro 31

Para Sarah


Saudosa de casa


Amiga
até as aves migram quando em vez. Faz isso. Quando bater saudade insana, migra para os trópicos em pensamento e alma.

Toma um suco que açai, belisca uma jaboticaba, mordisca um peroá fritinho. Um chopp gelado, um caldo de cana.
Deixa o calor de nosso sol brincar em sua pele. Sente, sente o carinho. Morno e bom.
Risonho e lindo.

Fecha os olhos. Sinta a brisa fresca do mar cor de esmeralda de Búzios ou de Maragogi, o respingar das ondas quebrando alegres em alva praia. Ouça o grito alegre das gaivotas a rodear os barcos, pairando livres em azul moldura. Gritam/piam esfomeadas e saqueadoras.

Mata a vontade, mata a saudade. Quando perceber, nem se dá conta.

Pronto, está preparada para mais uns dias em estranhas terras, frias e vazias.
Tenta, dá certo, comigo sempre funciona.

Procura-se



Procura-se amores antigos, daqueles primeiros de tão jovens.
Moças louras, meninas morenas. Daquelas pelas quais tudo valia a pena.

Procura-se companhias antigas por quem forte um dia bateu coração. Nada se pede em troca, pode ser companhia em silêncio, quietinhos apenas cumplicidade, nem carece toque, apenas fim de solidão.

Procura-se um sentimento perdido, algo solto na memória,
um cheiro, um gosto, algo que, como num passe de mágica nos remeta lá trás bem longe em nossa história.

Procura-se, não importa aparência, jeito ou estilo, peço apenas, olhar de sereno brilho e tolerância e paciência pois ainda preservo, contra tudo e todos, jeito e juízo de menino.

william h. stutz
janeiro 2007

sexta-feira, janeiro 26

Resposta a Danuza Leão


e amigas do coração
(a rima não foi proposital, juro)


(em resposta a artigo Prazeres Femininos
Revista Cláudia/ Edição de agosto/2006.)



Perigosa generalização, Dona Danuza Leão e algumas especiais amigas.
Nem todos os homens são assim como descritos, aliás acho sinceramente que a proporção de machos que assumem, dividem papéis domésticos aumenta a cada dia. Puxando a brasa para minha sardinha, ou o contrário, sardinha para minha brasa — fatores alterados mas o produto é o mesmo, garanto.

Em minha casa, tivemos uma secretária, ajudante ou empregada — qual é o jeito politicamente correto de chamá-la? Caraca, é empregada mesmo, sem menosprezo ou diminuir o ser humano ali dentro e seu dignificante trabalho.

Confidente e solidária, era a paciência em pessoa, sempre sorrindo, nunca a vi de mau humor, essa era ela. “De confiança” — como costumam, grotescamente quase sempre, serem classificadas as domésticas por seus patrões em conversas de salão ou butique. Em tempo: nada contra salões e butiques, as conversas sim essas me arrepiam. Tive uma namorada alguns séculos atrás dona de luxuoso e famoso salão de beleza, sei bem do que estou falando, pois era lá que cortava cabelo, era de graça e carinhosamente bem cortado. Mas sem devaneios, de volta ao assunto em pauta.

Retomando: tivemos uma empregada que ficou conosco por longos 11 anos — uma graça de pessoa, saiu para casar — e esse marido a proibiu de trabalhar: olha eles aí para confirmar a regra ou a exceção?

Todas as outras tentativas de substituir aquela pérola foram frustrantes. Só arrumamos malas sem alça, daquelas que faltavam sem avisar quando você mais precisava, inventavam mil doenças e apareciam com atestados com CIDs (Código Internacional de Doenças) absurdos. Matavam parentes geralmente numa sexta ou segunda feira. Houve casos da mesma tia morrer três vezes em dois meses. Haja! Algumas chegaram a ficar mais da metade de seu tempo de trabalho a receber pelo INSS por “doenças temporariamente incapacitantes”.

Por essas e outras tomamos decisão decidida, e como caras pintadas do lar em passeata de protesto pela sala e quintal e depois de assembléia familiar, radicalizamos o movimento.

Empregada nunca mais! Bradamos portando cartazes alusivos ao fim da dependência e à liberdade de andar como quisermos em nossa própria casa. Libertas quae sera tamen. Fizemos até camisetas e panfletos para distribuir entre nós quatro. No começo, é claro, passamos por crises homéricas de abstinência, ataques de preguiça e de “ah não outra vez!?”. Mas como tudo na vida, passa — nova e original expressão essa não é mesmo? A angústia da falta, o velório do ócio também se foi — admito, temos recaídas até hoje, mas cada vez menos freqüentes, e a nicotina escravagista aos poucos vai sendo eliminada de nossos corpos e mentes, herança essa que esperamos não seja transmitida geneticamente aos nossos descendentes.
Aos poucos os sintomas da química e visceral dependência de empregada foram passando, os tremores diminuindo, e nova rotina se instalou.
Hoje as atividades domésticas estão devidamente equacionadas, como temos flexibilidade de horários de trabalho, um faz almoço outro faxina casa, ambos cuidam das louças e panelas e dos jardins. Quando o assunto é roupa aqui tem um problema, lavo todos os tipos de peças cama, mesa, banho e roupas de uso da família toda, mas passar não dou conta, fracasso total, talvez o passar roupa para mim seja como apêndice dos humanos, um resquício evolutivo, que não serve para nada a não ser para infeccionar e levar a uma urgência médica. Eureca! É isso o passar roupa é a minha herança evolutiva da cultura do macho brasileiro antigo, pré-histórico.

Nada que não se resolva, fui anistiado dessa empreita.
Resumo da ópera: Lá se vai mais de um ano e nós estamos agüentando firmes e felizes. As tarefas domésticas quando encaradas com satisfação e não obrigação podem, pasme, até se tornarem prazerosas, a sensação de terminar uma geral na casa, daquelas em que se perfuma dos banheiros até a varanda do quintal, o terreiro, que não mais é de terra, aliás sempre foi grama e pedras, varridinho, grama bem cortada e cheirando a verde, bancos encerados e móveis lustrosos de óleos de jasmim. Posso garantir, não tem cerveja mais saborosa do que essa tomada depois de tudo pronto. Tem mais, o gasto energético é tamanho que ficamos permanentemente em forma, claro a pequena e cultivada barriguinha faz parte e até dá certo charme — olha a história da sardinha e da brasa outra vez. Nossa casa pode também ser nossa academia, malha-se pra caramba.

Hoje posso lhe garantir, entendo tanto de produtos de limpeza e ferramentas de trabalho, leia-se rodo, vassoura, escovas, quanto qualquer dona de casa formada na Sorbonne ou Harvard. Tenho minha lista pessoal de sabões em pó, de detergentes, de desinfetantes, de tipos de panos de chão que secam de verdade, sabão em barra que rendem mais, tapetes mais práticos para serem usados e facilmente lavados.
Desenvolvi técnicas de uso dessas ferramentas que me permitem exercitar os mais diversos músculos do corpo, os transformei em aparelhos de ginástica sofisticados, seja para aumentar massa muscular através de impacto ou localizados, ou para alongamentos e relaxamento. Aprimorei técnicas transcendentais, zen mesmo de meditação em movimento, além de exercícios mentais de adivinhação e de rotina, excelentes na prevenção de doenças como Alzheimer.
Tenho, claro, que ressaltar que a meditação e a mente aberta durante o trabalho “do lar” são altamente produtivos para se ter idéias mirabolantes, como esse texto por exemplo.

O uso freqüente de camiseta cavada e bermudas permitem um contato seguro com o sol, saudável prática e, andar descalço ajuda a descarregar energia em contato com a terra mãe. Ecologicamente correto e confortador.

Enfim posso me considerar um consultor doméstico — um verdadeiro dono de casa. Viu, dona Danuza e queridas céticas amigas, existe vida produtiva e masculina aqui fora, e em Minas Gerais viu!
Ah! Posso garantir, este trabalho não afetou em nada minha virilidade, acho eu.

Só para terminar, se algum dia minha companheira resolver mudar de cidade em função de seu trabalho, tenha certeza serei o primeiro a ir até o novo destino e de pronto fazer uma pesquisa nos supermercados e vendas do local para conferir variedade e qualidade dos produtos.

Mas uma coisa tenho que confessar, se amanhã aparecer em nossas vidas outra jóia rara como aquela que tantos anos nos mimou, com certeza será como o primeiro gole para o ex-alcoólatra ou o primeiro trago para o ex-fumante, me entrego de corpo e alma, se puder ela fica o resto da vida conosco.
Como diria o grande Saramago em seu primoroso Ensaio contra a cegueira:
”Se podes olhar vê. Se podes ver repara.”

Com um grande abraço me despeço
Atenciosamente um homo sapiens masculino dono de casa.

William Henrique Stutz
Uberlândia – Minas Gerais
whstutz@gmail.com

quarta-feira, janeiro 24

Flor de Pitanga - o livro

(Clique no título acima para ir até todos os livros)





Título:
Flor de Pitanga
Autor: William Henrique Stutz





"(...) São
poucos os autores com habilidades para soltar suas histórias assim, de
mansinho, acompanhadas dessa voz meio felina, meio preguiçosa, que vai se
enroscando no imaginário e pousando de mansinho na mente. William é raro,
é mestre(...)" (Beto Muniz)

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flordepitanga.exe
ou

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terça-feira, janeiro 23

O gringo


Branco, muito branco. Sanguíneo. O calor sufocante dos trópicos quase o matava. O suor descia torrencialmente por sua gola tal qual as chuvas que, quando menos se esperava desabavam momentaneamente refrescando tudo, mas que em segundos se transformavam em ondas insuportáveis de mormaço e vapor úmido.

Tinha sido marinheiro e navegara águas geladas nos longínquos mares do Pacífico.

Após a guerra, como recompensa pôde cursar uma universidade às expensas de seu governo, qualquer curso, escolheu filosofia, sabe-se Deus o motivo. Talvez pelo fato de ser mais fácil, menos cansativo.

Durante o curso conheceu uma moça no elevador da universidade, pequena, desajeitada, meio diferente.

Puxou assunto. Era brasileira e que ali estava cursando mestrado. Conta que foi paixão à primeira vista. Ou quem sabe vislumbre de um passaporte para outra vida, longe das pressões de um país quase em reconstrução pós-guerra e à beira de outra depressão econômica.

Ainda durante a "viagem" de elevador convidou-a para jantar. Ela aceitou de pronto, talvez surpresa com o porte atlético do moço, resultado de muita física e trabalho duro à bordo de sua fragata de guerra.

Namoro rápido, literalmente rápido e uma semana depois, diante de um juiz de paz ou um representante legal da prefeitura, não sei ao certo, se casaram.

A lua de mel foi na realidade a volta dela, agora acompanhada, para o Brasil. De navio. Santo Padre, a moça quase morreu de tanto passar mal, passou a sopa e remédio contra enjôo toda a viagem. Ele acostumando, passava os dias jogando bocha no convés e relaxando na piscina.

O desembarque foi em Salvador, para espanto dele.
Ao observar o movimento do porto chegou a jurar que a nau errara o caminho, e como em outra história, só que ao contrário, viera dar nas costas da África.

Estivadores de puro ébano movimentavam-se numa bagunça organizada, carregando e descarregando navios das mais variadas bandeiras. Cores e cheiros, principalmente cheiros novos, exóticos o confundiam e o encantavam. Cacau em abundância, sacas e mais sacas de café, fardos de fumo em rolo. Frituras, dendê.

E os sons, como lhe soavam estranhos aos ouvidos, linguagem gutural aquela, seria Chiwemba? Afinal bem que poderia estar em Zâmbia. Não, lembrava mais o Bamanakan ou bambará do Senegal. Era puro baianês, explicava a moça, só isso. Não estava de todo convencido, mas vá lá, a terra é dela.

O calor era mitologicamente inacreditável para ele.

Após curta estadia em terras baianas, rumaram de jardineira para Minas Gerais, interior, terra da família da moça. Estrada de terra, infinitamente longa, solavancada, buracos e areais sem fim.

Amarrotada viagem, foi a vez do gringo passar mal. Vingança da moça, por causa do navio? Pode ser, pode ser...

Na pequena cidade o primeiro dia foi de apresentações. Afinal o casamento tinha se realizado a contragosto da família dela. Até chantagem de deserdo e morte por desgosto teve que ouvir, e enfrentar.

Mas afinal estava casada e presente para mostrar que o noivo era de verdade.

Programou-se um grande almoço de boas-vindas para o jovem casal. A família veio toda. Tanto os da cidade quanto os das fazendas e vilas, um povão.

Todos queriam ver, tocar e falar com o noivo, que a certa altura tinha entregado o corpo e alma pois já não mais sabia o que fazer. Apenas colou um sorriso idiota no rosto e pronto.

- For God's Sake this won't, this cant't last forever - pensava ele, dentes trincados, à beira de um ataque de pânico.

Lá pelas tantas e depois de se ver obrigado a provar algumas doses de cachaça, um tio da moça, roceiro de tudo, de punhal de prata na larga cinta de couro e botas até o joelho, se pôs a puxar conversa com o moço do sorriso duro. Aos brados, em tom capaz de assustar passarinho no ninho e gesticulando muito, com o rosto rubro de embriaguez quase colado no do marinheiro, agora de primeira viagem por terras tupiniquins, gritava e cuspia, um horror:

- ESTÁ GOSTANDO DA TERRINHA? JÁ PROVOU DA FEIJOADA DA COMADRE?

E assim a coisa já ia longe. O gringo sentia a cabeça zumbir, efeito dos gritos e do álcool da maldita aguardente. Calor e moscas em frenesi pareciam rondar todo seu corpo.

O acontecido estava prestes a adquirir proporções gigantescas, quando depois de muito tentar se desvencilhar das primas, e das amigas de infância a noiva correu em socorro do moço.

- Tio pelo amor de Deus fala mais baixo! Não adianta gritar! O moço não é surdo, ele só não entende.
E esta relação estava fadada a durar longos anos.

william h. stutz
janeiro 2007

Sexo,

relações humanas e paciência




As relações pessoais andam cada vez mais complicadas, distantes e superficiais. Realmente não sei se isso é fruto de uma vida cada vez mais ensimesmada ou se a capacidade de procurar ouvir, entender, preocupar-se de verdade com o outro está simplesmente embotando dada a quantidade de estímulos e estilos da vida moderna. A arte de ouvir anda esquecida. E olha que este distanciamento não se restringe apenas às relações profissionais ou de amizade, chega à galope também às famílias.

Caso recentemente contado por minha especial companheira e homônima daquela que a Virgílio conduziu por tortuosos e depois suaves caminhos no relato de Dante em sua Divina Comédia, por tutatis, esse grande e primoroso Aligehri da mágica Florença dos Médicis, Michelangelo e Maquiavel. Devaneio interrompido.
O caso com certeza nos dá muito o que pensar. A ele.

Contam que um menino ao chegar em casa da escola, encontra o pai frente a televisão e apressado o aborda:
- Pai o que que é sexo?
O pai demora a tirar os olhos da tela hipnotizadora, respira impaciente e passa a dar longa e confusa explicação sobre relacionamento homem e mulher, devaneia pela teoria da evolução, cita Darwin, mutações e combinações genéticas, migrações e isolamentos. Engasga ao tentar a posição da igreja sobre o assunto, mas acredita que não pode deixar de mencionar o criacionismo, dá pois versão própria do Gênesis, nem se lembra quando leu pela última vez o primeiro livro do Velho Testamento: "No princípio, Deus criou o céu e a terra. Ora, a terra estava vazia e vaga, as trevas cobriam o abismo, um vento de Deus pairava sobre as águas" – relembrou nostálgico, distanciando-se momentaneamente de seu discurso " orientador".

Claro, mudando tom e postura fala de doenças sexualmente transmissíveis, de AIDS e de métodos de prevenção, da importância do uso da camisinha – sexo seguro ora pois. Exaustivas explicações depois, encara finalmente o filho, como a saber se estaria satisfeito. O menino que se manteve calado todo esse tempo num misto de espanto e tédio, retruca:

- Está certo pai, muito legal isso tudo, mas só não entendi uma coisa. A professora passou um questionário para a classe responder e entregar amanhã, e aqui onde está escrito SEXO marco o quadradinho do M ou do F ?


William Henrique Stutz
janeiro 2007

quarta-feira, janeiro 10

Longe de ti

Me pego a perguntar se valeu a pena, tanta chama tanta paixão,
chego a duvidar que te conheci.
Vivo melhor sozinho, perdido, louco com meus sonhos e apegos
vivo melhor longe de ti?
Me pergunto mil vezes — foi puro e simples amor?
Por que carrego tão pesado fardo, eternas marcas de profunda, alucinante e contínua dor?

Me pego a perguntar — será possível assim seguir peito aberto tentando sempre sorrir;
longe de ti, longe de ti
teu fantasma, teu espectro sempre, sempre a me perseguir.
Valeu a pena, doce figura, respondas em sussurro, valeu a pena?

william h. stutz
janeiro - 2007

sábado, janeiro 6

Hoje - dia de Reis


(enviado por Marília)

Após terem visto a estrela de Belém, Gaspar (cujo nome significa
"aquele que vai inspecionar"), Melquior ou Belquior ("meu rei é Luz")
e Baltazar ("Deus manifesta o rei") se dirigiram para a manjedoura
onde Maria amamentava Cristo.

Ali os três Reis Magos entregaram
presentes ao Salvador. Os três representam a paz, a sorte e a
prosperidade e deram ao Menino Jesus incenso, ouro e mirra, que
simbolizam as riquezas e os perfumes de seus reinos.

Em Paris, no dia de Reis, é comum preparar um bolo em que se esconde a
imagem de um reizinho de louça. Esse bolo é dividido entre grande
número de pessoas, que mastigam as fatias com todo o cuidado. Quem
tiver o rei em seu pedaço, terá sorte durante o ano. No interior do
Brasil, realizam-se as folias de Reis, com cantorias que inspiram
nossos compositores populares.

Para pedir 3 graças:
No dia 6 de janeiro, os Reis Magos concedem três graças. Para
consegui-las, pegue três sementes de romã e uma nota de dinheiro.
Chupe um dos caroços da romã e diga em voz alta:
"Eu te saúdo, rei Gaspar, e peço que me dês para ter e para dar".

Depois, faça o primeiro pedido. Repita a mesma frase mais duas vezes, trocando o nome
dois reis, fazendo os dois outros pedidos e sempre chupando um caroço de romã.

Enrole os três caroços na nota e guarde o embrulho dentro de
sua carteira. No ano seguinte, jogue a nota com os carocinhos no mar,
ou no córrego, ou no rio.
Os pedidos têm de estar ligados ao progresso
e a uma vida melhor.

quarta-feira, janeiro 3

Dedilhando


Fogão de lenha,
cheiro de roça e mato,
tudo fica perfeito
por mais simples o prato.


william h. stutz