domingo, setembro 30

Sabiá



Sabiá de Clara Clarice encantando
Gato mia sabiá remeda como pode.
Sanhaço também deu o ar da graça, fez primeira.
Imponentemente tristonho sabiá prossegue, persegue.
Sinfonia urbana, louvor à vida, é época de procriar.

Dizem as crianças aqui nas Minas:
Você sabia que o Sabía sabia assobiar?
Veja/ouça AQUI

Companheiros

Porque eu tô voltando!

Pode ir armando o coreto e preparando aquele feijão preto
Eu to voltando
Põe meia dúzia de Brahma pra gelar,muda a roupa de cama
Eu to voltando
(...)
Dá uma geral, faz um bom defumador,enche a casa de flor
Que eu to voltando

Tô voltando - Chico Buarque

domingo, setembro 23

Manutenção



Como na charge de Benett ai no topo Blog e eu estaremos em manutenção até dia 29/09. Bagunça e cabeça em ordem retorno com atualizações.
Recados para whstutz@gmail.com, aos poucos vou respondendo.

No mais.... Gerais
Abraços e/ou beijos

Primavera

Dizem que hoje começou a primavera.
Com um calor deste tamanho e secura de Saara fica difícil acreditar.
O desconforto é grande para qualquer ser vivente, bichos e plantas.
Estamos pedintes de temporada a suplicar bons ventos.

Estações bem divididas só para inglês ver.
Aqui nas Minas virou período da seca e período das águas, e só.
Em todo caso, feliz primavera seca e tórrida, mas primavera e feliz será.
No mais,com diz sempre grande amigo, Gerais...

quinta-feira, setembro 20

Renangate


Me deliciei com o comentário da leitora Ana Valéria Z. Menegasso no Jornal Correio de hoje intitulado Renangate, veja AQUI
Ela tem toda razão, Márcio e eu fomos por demais condescendentes em nossas ponderações no "Opinião do Leitor" de terça-feira 18/09.

quarta-feira, setembro 19

Primavera



Vento matinal hoje em minha janela. Prenúncio da tão almejada chuva?
Momentos de frescor antes de calor de deserto, por vir, desapiedado.
A prolongada seca extrapola o tempo, desidrata também esperanças e sonhos.

Primavera destemperada, até agora pouco a festejar. Um brotar pouco de flores por vezes já murchas. Os frutos pequenos e secos. Pássaros se escondem, bicos abertos.
A mão do homem a mudar estações.
Olha a lua crescente e seu círculo luminoso: aro perto chuva longe, aro longe chuva perto.

Aro perto.

terça-feira, setembro 18

Sempre-viva


Sou especialmente apaixonado pelas Sempre-vivas colhidas nas paisagens majestosas e mágicas da Serra do Cipó. Infinita variedade de formas cores e formatos. Rústico encanto que mesmo depois de colhidas se eternizam, herança galáctica?

Amor proibido

Pesadelo, encharcado em suor noturno, abafado, em gelada madrugada.
Arfando de calor inquietante.
Teu rosto presente, teu corpo ardente.
Vejo, sinto, não consigo, não posso tocar.
Amor proibido, desejo escondido.
Imensa, densa noite. Explosão de amor escondido, desejo há muito reprimido.
Angústia.
Espero em desespero o amanhecer.
Só assim posso, não, não quero mas tenho que te esquecer.

Tua boca, tua pele, teu cheiro, puro desejo. Tanta paixão sufocada.
Não quero, não posso.
Quero.
Assim corpo e alma em chamas aguardo outro anoitecer.
Mal me agüento o dia, vontade louca de, em sonhos voltar a te ter.

segunda-feira, setembro 17

Fica CCC !

Caros amigos,
O CCC, Clube dos Cronistas Cotovelares, (http://www.cotovelares.com/) está encerrando atividades. Acho que devemos todos escrever-lhes dando apoio e tentar demovê-los de decisão tão triste. O espaço ali é de qualidade ímpar e não pode simplesmente desaparecer, os bons locais já são poucos não podemos perder mais este.
Quem sabe poderemos ajudar de alguma forma, vamos escrever para eles, talvez mudem de ideia, os endereços são:
cotovelares@cotovelares.com ou masini@cotovelares.com

Pela preservação do que é bom na web vamos tentar tirar o CCC da lista de sites de qualidade em extinção.

Por favor circulem esta mensagem, escrevam para eles, assinem a petição:

http://www.petitiononline.com/npk1111/petition.html

Casa - era assim


"Não se tinha medo. Todo mundo era bem-vindo. As casas estavam abertas a quem quisesse. Em algumas casas a confiança era tanta que para facilitar as coisas amarrava-se um barbante no trinco da fechadura, no lado de dentro, que era passado por um orifício na porta e ficava pendente do lado de fora. Não era preciso bater. Era só puxar o barbante e entrar gritando: Ó de casa! Ó de casa!"
(Rubem Alves - O Velho que acordou menino)


Garimpando achei texto e foto acima no blog A menina e as montanhas por total acaso. Há muito não via um local tão denso, tão vida.
Por favor não desencante das montanhas jamais menina

Vale a visita: AQUI

Casa

Respondendo a um e.mail amigo, aqui adaptado para o espaço.

"Eu moro numa casinha de palha
Que fica de trás da muralha daquela serra acolá
De longe ela nos parece arruinada
Mas de perto ela juntada de baunilha e manacá."
(Godofredo Guedes, Beto canta)


Com certeza fomos abençados pelo Grande Arquiteto do Universo, e agradeço todas as manhãs por isso e olha que cada manhã a trilha sonora é de bicho de pena ou não diferente. Hoje foram as sabiás pois estamos em plena época de nidificação delas e um pouco antes as saracuras-tres-potes, lembra Clara Clarice, certa feita escrevi um conto sobre elas.

Um pouco de minha autobiografia não autorizada. Quando Bia e eu voltamos dos confins de Minas beirando o Mato Grosso para Uberlândia, não conseguimos morar perto de muita gente e de barulho, aliás até hoje não conseguimos.

Construimos nossa casinha bem longe da cidade bem no meio do cerrado. Lá se vão 22 anos, e a cidade veio chegando, mansamente chegando. Criamos nossos filhos literalmente com os pés nos chão, subindo em árvores e brincando correndo atrás de Tius e Siriemas.

Uma coisa maravilhosa ficou, eles desenvolveram o olhar, o cheirar e o ouvir dos bichos e das coisas não viventes. Sabem quando vai chover forte, se o vento vem do sul ou do leste, distinguem passarinhos e bichos pelo canto e movimento. Assim avisam, como diria Henfil, a hora de recolher as galinhas ou tirar a roupa do varal. Rezo para que não percam isso nunca.

Hoje temos vizinhos, olha que coisa. Alguns integrados ao bioma, outros que mais parecem predadores de emoções, ocos, escondidos neles mesmos, de um egoismo só. Não conseguem distinguir um pardal de uma saira-sete-cores, não conseguem se relacionar nem harmonizar lá entre eles, imagina "com os outros".

É a biodiversidade humana, temos que ser tolerantes, pero no mucho com estes alienígenas da verdadeira paixão.

Infelizmente é o preço do tal progresso, para não ser lá muito original na citação. Por Tutatis!

Graças ao plano diretor de urbanização do bairro, onde moramos não podem ser erguidos prédios, não pode ter comércio de espécie alguma (tem uma área reservada para isso).

Estou fazendo há anos um levantamento da variedade de animais da área e a cada dia que passa mais surpreso fico com a quantidade de bichos que aqui vivem. Logo mando uma prévia para vocês.
Vixe! Escrevi demais, devaneios, alma aberta, feliz na viagem.


Lapidar minha procura toda trama
Lapidar o que o coração com toda inspiração
Achou de nomear gritando... alma
Recriar cada momento belo já vivido e mais,
Atravessar fronteiras do amanhecer,
E ao entardecer olhar com calma e então

Alma vai além de tudo que o nosso mundo ousa perceber
Casa cheia de coragem, vida tira a mancha que há no meu ser
Te quero ver, te quero ser
Alma

Viajar nessa procura toda de me lapidar nesse momento agora
De me reciar, de me gratificar de custo alma, eu sei
Casa aberta onde mora o mestre, o mago da luz, onde se encontra o templo
Que inventa a cor animará o amor onde se esquece a paz
Alma vai além de tudo que o nosso mundo ousa perceber
Casa cheia de coragem, vida todo afeto que há no meu ser
Te quero ver, te quero ser
Alma.

Anima
Milton Nascimento

Abraços e beijos e ótima semana para todos

domingo, setembro 16

Fartura

Com verdadeiro self-service à disposição? Ir embora mas é nunca.
Nem micos, nem morcegos, nem maritacas aos bandos, pássaros de todas as cores e tamanhos, e gambas com suas famílias inteiras.
E para nós pouco sobra, faz mal não...
(fotos feitas hoje 16/09, domingão de sol)

Clique nas fotos para ampliar







Beleza

Sem respeitar nem seco setembro minha orquídea se abre em festa. Com força interna rompe o mundo em beleza, demonstra que ela como o próprio tempo, se basta.




quinta-feira, setembro 13

Nos tempos da vaselina


Para que não paire nenhuma dúvida: Adorei o filme de Fernando Meirelles. O que rola no filme é que me lembrou a pornochanchada a la Renan.
Ética, a falta dela, é o que me deixa estarrecido e descrente.
- Vai uma pizza ai?
- Ao molho por favor, sem ética, escrúpulos ou cebola.

Brasáfrica


Depois de acompanhar o circo Renan ontem à noite por acaso me vi assistindo O jardineiro fiel ou The Constant Gardener .
Estou a costurar um sentimento ruim em relação aos dois, não sei ainda o que é mas sei que não é uma sensação das melhores. Foi muito para um dia só. Que tristeza. Parece que o personagem vivido pelo excelente Bill Nighy , Sir Bernard Pellegrin - foto abaixo atuando no filme - e "Sir" Renan, foto acima também atuando em outro filme, este tipo B já bem conhecido e reprisado, tem algo em comum, quem viu sabe.

quarta-feira, setembro 12

Shana Tova

Shana Tova u'Metuka! Um feliz e doce ano novo! Feliz ano novo!!!
Feliz 5768

Terapia

É o SUS em crise gerando concorrência, recebi de Leila.

Críticas Anacrônicas

Recebi um belo e.mail do amigo Thogo sobre a minha crônica contra a "tentativa de linchamento do governador Rondon Pacheco".
Sou de poucos, mas de especiais amigos e Thogo com toda certeza é um deles.

Ali entre outras me diz" "Quero minha indenização por ter sido obrigado a acreditar no velhinho dos presentes de natal, por acreditar que o Fluminense era uma "máquina" tricolor (...)"
Assim respondi, assim acrescentei


É isso amigo Thogo e ainda,
quero minha indenização pela dor de amor adolescente não correspondido, pelo cigarro de talo de xuxu que não fumei, pelo passeio de bonde que me deixou saudades, pelos filmes da Vera Cruz que não vi. Pelo sorvete derretido, pelo leite derramado; pelos dois pássaros voando, pelas oportunidades perdidas.

Quero minha indenização pela falta que me faz a banda no coreto da praça da Liberdade na Belo Horizonte de minha infância, quero minha indenização pela falta da própria liberdade roubada, tolhida.
Quero minha indenização por viver em época errada.
Quero minha indenização pelo pôr-do-sol que perdi, pela chuva que não tomei, pelo canto do canarinho que deixei de admirar, pelo peixe que me escapou.

Quero minha indenização pelo choro tantas vezes contido ao deparar com a miséria humana.

Abraço grande amigo Thogo, pelo menos não terei jamais que pedir indenização por ter me faltado convívio com pessoas incríveis, poucas é certo, e que faço questão de chamar de verdadeiros amigos.

segunda-feira, setembro 10

Cris, o moleiro

Feliz em saber que agora meu amigo Cristiano se tornou um moleiro das artes.
Moenda fértil sempre em busca de novas safras, produzinho em sua azenha da fantasia o alimento essencial para nossas almas.
Felicidades, moagem constante e principalmente farta colheita sempre, caro amigo.

domingo, setembro 9

Células-Tronco


A possibilidade de uso das células-tronco embrionárias para pesquisa de doenças hoje incuráveis está ameaçada no Brasil. Daí este manifesto pelo direito à liberdade de pesquisa, ao progresso dos tratamentos e à esperança de cura. Se concordar com ele, junte-se a nós e assine-o. O seu apoio é fundamental. O documento será encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF). O link para adesão está no final. Repasse-o aos amigos e amigas, para multiplicá-lo. Agradecemos imensamente.

Para apoiar esta petição clique:
http://www.petitiononline.com/pesqcel/petition.html

09/09/2007



Para os numerólogos e místicos observem a data: 09, 09, 2+0+0+7=9
ou seja 9-9-9 tem importante signifiacado cabalísitco: energia, expansão, criação, poder elevada a terceira potência.

Timeo hominem unius libri

(Saiu no Jornal Correio de hoje)


Falar da ocupação do cerrado em uma época onde a palavra ecologia soaria mais para algo como os "estudo dos ecos" é maniqueísta demais, perigosa simplificação de um tempo. E como toda simplificação, segundo o psicanalista Raymundo de Lima, "geralmente nasce da intolerância ou desconhecimento em relação à verdade do outro e da pressa de entender e reagir ao que lhe apresenta como complexo", corre-se o risco de ser injusta.

Seria algo como condenar os descobridores por levar Pau-Brasil daqui na então colônia ou reprimir o naturalista Charles Darwin por ter arrancado de seu habitat natural milhares de plantas e animais. Ou ainda crucificar Marco Pólo por trazer a pólvora para a Europa, ou pior, execrar os chineses por terem inventado o papel, algo tão politicamente incorreto do ponto de vista das árvores.

Uma discussão destas carece de profunda avaliação histórica.

Quando daquela ocupação do cerrado, nada ou muito pouco se sabia sobre aquecimento global, de emissão de gases poluentes, de efeito estufa ou camada de ozônio. Como também o termo "agrobusiness", cunhado por Davis e Goldberg em Harvard, até onde sei não havia ainda chegado ao Brasil.

A visão ecológica da sustentabilidade veio bem mais tarde.
Segundo a ONG Amazônia-Brasil "O movimento ecológico surgiu no Brasil nos anos 1970 denunciando os efeitos ambientais do modelo de desenvolvimento da época e os riscos de usinas nucleares, o que influenciou a criação de novas áreas protegidas. O principal marco é o Manifesto Ecológico de 1976, liderado pelo gaúcho José Lutzemberger."

Voltando ao cerrado. Inicialmente foi o interesse por ouro e pedras preciosas que levou à sua exploração, isso ainda no século XVII. Contudo, historiadores afirmam: "Somente a partir da década de 1950, com o surgimento de Brasília e de uma política de expansão agrícola, por parte do Governo Federal, que iniciou-se uma acelerada e desordenada ocupação da região do cerrado, baseada em um modelo de exploração feita de forma fundamentalmente extrativista e, em muitos casos, predatória."

Numa época em que o cerrado era desprezado tanto do ponto de vista econômico quanto poético (algumas raras e maravilhosas exceções), tudo que pudesse ser feito para atrair investimentos e principalmente fixar gente era bem-vindo. É duro? Com certeza o é.

Mas era a realidade de uma época. Muito diferente das ações descomedidas dos dias de hoje onde a falta de informação não pode ser desculpa para a destruição de nosso ecossistema, de nosso planeta. Todos, hoje, sabem muito bem o que estão fazendo.

O ex-governador Rondon Pacheco foi sem sombra de dúvidas um visionário. Com as informações disponíveis à época fez o que deveria fazer para o desenvolvimento da região, e o fez por amor à sua terra. Tenho plena convicção que hoje, municiado tecnicamente pensaria duas vezes, e com certeza encontraria opções outras para o desenvolvimento regional, mas encontraria! Bem diferente de alguns hoje que mesmo de posse de todas as informações e de todo conhecimento disponível, simplesmente fecham os olhos e atropelam a razão e a sensatez e destroem, sem critério ou visão de sustentabilidade mínima e sentimento por sua terra, sua gente.

Tomaz de Aquino, o santo, estava coberto de razão: "Timeo hominem unius libri", ou "Temo o homem que só conhece um livro".
Se estiver enganado estendo minha mão à palmatória de bom grado.




Uberlândia - Minas Gerais

segunda-feira, setembro 3

Lista de filmes

Recontando aqui prosa de um e.mail para um grupo de amigos fantásticos
Certa feita elaborei só de brincadeira a lista dos filmes que marcaram minha vida de alguma maneira. Vamos ver se lembro de alguns, sem ordem cronológica nem grau de preferência:

Esta é a primeira parte de uma lista imensa!
Beijos em cinemascope e ótima semana


Blade runner de Ridley Scott
Morte em Veneza de Visconti
Ensina-me a viver (Harold & Maude) de Hal Ashby
Balão vermelho de Lamorisse
Dodeskaden de Kurosawa
Sonhos também de Kurosawa
Asas do desejo - Win Wensders
Voar é com os pássaros - Robert Altman
o curta " Ilha das Flores" de Jorge Furtado
O homem que copiava também de J. Furtado
Pulp Fiction de Tarantino
Midnight Cowboy - não lembro o diretor, mas lembro da maravilhosa atuação de Dustin Hoffman e Jon Voight
Casablanca - Michael Curtis

Na Porta da Casa

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Locutor "da rádia"

Um divertido(?) atentado à língua de meu chará Shakespeare