Há tempo existia uma discussão sem fim em relação ao dono ou responsável por certos problemas nacionais. Certa feita, dizem, reuniões intermináveis vararam dias e noites adentro para resolver um impasse com o jacaré. Isso mesmo. Com o jacaré, o bicho.
Diziam uns que se o jacaré estivesse no seco o problema era do agora extinto IBDF; se estivesse na água o problema era do IEF, ou o contrário, não sei ao certo. Agora, se o bicho fosse flagrado com o corpo fora d’água e o rabo na lagoa, não tinha dono. Ninguém podia fazer nada ou respondia por ele, e olha: não adiantavam memorandos, ofícios, carimbos, padrinhos, bravatas ou decretos. Lá ficava o sonolento réptil abandonado à sua própria sorte e, de cá, alguns esperando que ele se mexesse para poder jogar a culpa de ele existir em alguém.
Acho que foi daí que criaram o Ibama para cuidar do animal de corpo inteiro, vai saber. Pelo visto a experiência não adiantou, pois lá se foi o Ibama também, agora sendo fatiado, uma parte virando Instituto Chico Mendes — coitado do jacaré. Será outra vez dividido também? Mas essa é outra história. A situação repete-se agora com um mosquito no Rio de Janeiro e olha que isso já aconteceu em muitas e bem próximas cidades antes. Ninguém sabe ou finge não saber, se o mosquito é federal, estadual ou municipal. Cada qual atirando pedra no outro e como sempre a população carioca se encontra outra vez em meio ao fogo cruzado,só que desta vez, diferentemente das balas, não existe mosquito perdido.Eles conhecem muito bem o caminho.
Jornal Correio - Opinião do leitor. 30/03/2008
Mini crônica AQUI em .pdf
Diziam uns que se o jacaré estivesse no seco o problema era do agora extinto IBDF; se estivesse na água o problema era do IEF, ou o contrário, não sei ao certo. Agora, se o bicho fosse flagrado com o corpo fora d’água e o rabo na lagoa, não tinha dono. Ninguém podia fazer nada ou respondia por ele, e olha: não adiantavam memorandos, ofícios, carimbos, padrinhos, bravatas ou decretos. Lá ficava o sonolento réptil abandonado à sua própria sorte e, de cá, alguns esperando que ele se mexesse para poder jogar a culpa de ele existir em alguém.
Acho que foi daí que criaram o Ibama para cuidar do animal de corpo inteiro, vai saber. Pelo visto a experiência não adiantou, pois lá se foi o Ibama também, agora sendo fatiado, uma parte virando Instituto Chico Mendes — coitado do jacaré. Será outra vez dividido também? Mas essa é outra história. A situação repete-se agora com um mosquito no Rio de Janeiro e olha que isso já aconteceu em muitas e bem próximas cidades antes. Ninguém sabe ou finge não saber, se o mosquito é federal, estadual ou municipal. Cada qual atirando pedra no outro e como sempre a população carioca se encontra outra vez em meio ao fogo cruzado,só que desta vez, diferentemente das balas, não existe mosquito perdido.Eles conhecem muito bem o caminho.
Jornal Correio - Opinião do leitor. 30/03/2008
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