"Gosto dos venenos os mais lentos!
As bebidas as mais fortes!
Dos cafés mais amargos!
E os delírios mais loucos.
Você pode ate me empurrar de um penhasco que eu vou dizer:
E daí
eu adoro voar!
Clarice Lispector
"Se for falar mal de mim me chame, sei coisas horríveis a meu respeito" (Clarice Lispector)
quarta-feira, setembro 29
terça-feira, setembro 28
segunda-feira, setembro 27
sábado, setembro 25
Olhar para o céu
Quando foi a última vez que você olhou para o céu à noite? Não para procurar avião, não para ver foguetório em festa de ano novo, não apenas para ver se vai chover para
poder escolher a roupa. Quando foi a última vez que você admirou estrelas, um por do sol de tirar o fôlego, um arco-íris, um barulhento bando de maritacas, o voo silencioso de garças ou para observar, com atenção absoluta, gavião a caçar e, às vezes, ainda a fugir em disparada de mãe beija-flor ou bem-te-vi atrevido? Me conta, quando foi?
Por essas e outras, apesar de olhar sempre para o alto, é que procuro o silêncio, o encanto e a paz de um lugar onde o tempo é o que menos importa e o céu reina absoluto, dono de todas as atenções.
É lugar assim que quero para mim quando puder dar um tempo, quando criar coragem de deixar meus bichos de lado por um prazo e cuidar da vida, da minha vida. Busco calma de uma varanda onde as portas não têm tramela, casa aberta para praça sombreada e calma onde reina o ócio de bancos vazios sempre a esperar gente que não vem. É para um lugar assim que quero ir. Onde possa escutar tropel de cavalos, o tilintar de arreios e adornos de arreata em passo compassado e firme.
Onde, embalado ao som dos galos da madrugada, possa deixar a memória solta e, em mesa bem talhada, repleta de histórias, bem de frente à ampla janela a respirar vento, poder tranquilo tamborilar os dedos por teclado e me dedicar em contar o que vi, o que pensei que vi e o que gostaria de ter visto. Poetar sem ser incomodado, criar histórias longas e repletas de detalhes, cópias de vida vivida, observador do passar na janela, dando rumo incerto a tanta coisa certa.
Ouvir cão latir longe e poder imaginar motivo. Bem dizer pios de coruja perdida, sem pouso. Tornar-me capitão das letras agrupadas em trincheiras e campos abertos, escondidas em matas fechadas repletas de sacis e caiporas. Dono do próprio nariz e relógio, fazendo minha hora, ao ponto, mal passada, cheirando tempero e lenha de fogão.
Nunca perder concorrido jogo na quadra pública para o qual vem gente de toda banda, jogo esse anunciado em rádio e comentado por todos. Amigos, parentes, agregados ou não, se juntam em algazarra de passarinho para futebol perneta em desfile de feliz falta absoluta de preparo físico. Em sábado antes do almoço, vencer é aguentar dois tempos sem que os bofes venham ao chão, sem ataques ou refluxos. Queimação. O importante é ali se deixar ficar e, após o suador da peleja a melhor parte: encontro no boteco para desespero das companheiras, que de pirraça, ameaçam apagar churrasqueira e em silencioso protesto se juntam aos suados maridos como a mostrar-lhes culpa que não existe.
Onde é esse canto? Pode ser aqui encostado, pode ser uma Martinésia, um Prata, um sonho. Uma praia em Prado às margens do rio Caravelas. Pode ser a ilha da Cassumba onde a observação dos bichos da restinga nunca cansa. Pode ser beira-mar, beira-rio ou pé de serra, mas nesse exato momento, mesmo sem conhecer de corpo presente, mas viajando em narrativas de amigos, hoje meu paraíso pensado tem endereço, tem nome, tem história e se chama Abaeté dos Mendes, lá pelas bandas de rio Paranaíba. Um lugar abençoado e protegido de nossa imensa e variada Minas, uma catedral viva em harmonia plena com o bem viver. Ainda vou lá, me aguardem.
No Jornal Correio de hoje aqui ó!
E aqui na Gazeta de Uberlândia também
quinta-feira, setembro 23
segunda-feira, setembro 20
Diário de bordo
Semana dura, alma lavada. Nécticos pensamentos em paz e em flutuo pairar. Experimento interrompido por quebra de nosso carro. Fatalidade, acontece: "Viver é muito perigoso".
Nossa bicuda literalmente abriu o bico. Teve que vir socorro de Uberlândia.
Voltamos antes da hora. Retornaremos ligeiros para terminar, é só o carro consertar.
Sol de 40º e umidade de deserto. Futucamos o pó que nem tatu.
Escorpião esperado não veio ainda, só uma pequena Bothriurus prenha que só. Mas recebemos visita de Teiú-branco, pererecas e jararaca. Formigas cabo-verde, aquelas da ferroada doída daquele tanto, vieram aos montes. Teve uma troca de roupa solitária, mas da dona da muda, nem notícias.
A sede anda grande para pequeninos e grandes. Nossa fonte de água ofertada criou oásis na secura desse canto de mundo. Valeu a pena. Depois conto o desenlace.
No mais, Gerais.
sábado, setembro 11
Blog de ouro
Foi Teresa Cristina do blog Acolher com Amor que mandou este selo. Muito bonito. Ai me pediu para indicar 10 blogs e contar para seus respectivos donos e assim seguir a correnteza da gentileza.
Não costumo seguir correntes de qualquer natureza, sou um estraga prazeres de marca maior, mas essa é a da pura gentileza e é bom para repassar o endereço dos blogs que mais sigo. Então vamos lá.
Antes a praga para quem ousar quebrar a corrente:
Vai ficar gago. Se já for vai, ficar gago e fanho. Se for for gago e fanho também, então vai ficar gago, fanho e vesgo. Já é isso tudo? Mas que coisa mano, me conta, jogou pedra na cruz?
Me deixa pensar. Tá, então vai ficar gago, fanho e vesgo e vai nascer um verruga na ponta de seu nariz. Putz também já tem a (mal)dita? Então... então.. então... Cara desgraça pouca é bobagem.
Ah deixa prá lá quer seguir segue. Não quer? Então só vai faltar virar cruzeirense, seu candidato perder feio a eleição que está ai na esquina, seu carro fundir o motor, seu computador travar. Ninguém mais vai te devolver aqueles discos (cd e vinil de coleção) e livros ( os Rosas, os Pessoas, as Clarices, os Voltaire, os Nerudas..) que pegaram emprestados.
Vai passar a sofrer de gota e o médico vai proibir carne vermelha, dobradinha, torresmo, churrasco mal passado,cerveja e tudo mais de bom que existir. Ia esquecendo: seu vizinho só vai ouvir música sertaneja, pagode e sambinha, de noite e de dia e alto!
Mas também praga de mais não pega não mas o bom mesmo, por precaução, é repassar o selo e contente ficar
Os 10 + (visite-os, divirta-se) e mais uma vez obrigado Teresa Cristina do blog Acolher com Amor
quinta-feira, setembro 9
Abaeté dos Mendes
Quando foi a última vez que você olhou para o céu à noite? Não para procurar avião, não para ver foguetório em festa de ano novo, não apenas pra ver se vai chover para poder escolher roupa. Quando foi a última vez que você admirou estrelas, um pôr-do-sol de tirar o fôlego, um arco-íris, um barulhento bando de maritacas, o vôo silencioso de garças ou para observar, com atenção absoluta, gavião a caçar, e às vezes, ainda a fugir em disparada de mãe beija-flor ou Bem-te-vi atrevido? Me conta, quando foi?
Por essas e outras, apesar de olhar sempre para o alto, é que procuro o silêncio, o encanto e a paz de um lugar onde o tempo é o que menos importa e o céu reina absoluto, dono de todas as atenções. É lugar assim que quero para mim quando puder dar um tempo, quando criar coragem de deixar meus bichos de lado por um prazo e cuidar da vida, da minha vida.
Busco calma de uma varanda onde as portas não têm tramela, casa aberta para praça sombreada e calma onde reina o ócio de bancos vazios, sempre a esperar gente que não vem. É para lugar assim que quero ir. Onde possa escutar tropel de cavalos, o tilintar de arreios e adornos de arreata, em passo compassado e firme.
Onde, embalado ao som dos galos da madrugada, possa deixar memória solta e, em mesa bem talhada, repleta de histórias, bem de frente a ampla janela a respirar vento, poder tranquilo tamborilar os dedos por teclado e me dedicar em contar o que vi, o que pensei que vi e o que gostaria de ter visto. Poetar sem ser incomodado, criar histórias longas e repletas de detalhes, cópias de vida vivida, observador do passar na janela, dando rumo incerto a tanta coisa certa.
Ouvir cão latir longe e poder imaginar motivo. Bem dizer pios de coruja perdida, sem pouso. Tornar-me capitão das letras agrupadas em trincheiras e campos abertos, escondidas em matas fechadas repletas de sacis e caiporas. Dono do próprio nariz e relógio, fazendo minha hora, ao ponto, mal passada, cheirando tempero e lenha de fogão.
Nunca perder concorrido jogo na quadra pública para o qual vem gente de toda banda, jogo esse anunciado em rádio e comentado por todos. Amigos, parentes, agregados ou não, se juntam em algazarra de passarinho para futebol perneta, em desfile de feliz falta absoluta de preparo físico. Em sábado antes do almoço, vencer é aguentar dois tempos sem que os bofes venham ao chão, sem ataques ou refluxos. Queimação. O importante é ali se deixar ficar e, após o suador da peleja a melhor parte: encontro no boteco para desespero das companheiras, que de pirraça, ameaçam apagar churrasqueira e em silencioso protesto se juntam aos suados maridos como a mostrar-lhes culpa que não existe.
Onde é esse canto? Pode ser aqui encostado, pode ser uma Martinésia, um Prata, um sonho. Uma praia em Prado às margens do rio Caravelas. Pode se a ilha da Cassumba onde a observação dos bichos da restinga nunca cansa. Pode ser beira mar, beira rio ou pé de serra, mas nesse exato momento, mesmo sem conhecer de corpo presente, mas viajando em narrativas de amigos, hoje meu paraíso pensado tem endereço, tem nome, tem história e se chama Abaeté dos Mendes, lá pelas bandas de Rio Paranaíba.Um lugar abençoado e protegido de nossa imensa e variada Minas, uma catedral viva em harmonia plena com o bem viver. Ainda vou lá, me aguardem.
Em um dia de agosto de 2010
Por essas e outras, apesar de olhar sempre para o alto, é que procuro o silêncio, o encanto e a paz de um lugar onde o tempo é o que menos importa e o céu reina absoluto, dono de todas as atenções. É lugar assim que quero para mim quando puder dar um tempo, quando criar coragem de deixar meus bichos de lado por um prazo e cuidar da vida, da minha vida.
Busco calma de uma varanda onde as portas não têm tramela, casa aberta para praça sombreada e calma onde reina o ócio de bancos vazios, sempre a esperar gente que não vem. É para lugar assim que quero ir. Onde possa escutar tropel de cavalos, o tilintar de arreios e adornos de arreata, em passo compassado e firme.
Onde, embalado ao som dos galos da madrugada, possa deixar memória solta e, em mesa bem talhada, repleta de histórias, bem de frente a ampla janela a respirar vento, poder tranquilo tamborilar os dedos por teclado e me dedicar em contar o que vi, o que pensei que vi e o que gostaria de ter visto. Poetar sem ser incomodado, criar histórias longas e repletas de detalhes, cópias de vida vivida, observador do passar na janela, dando rumo incerto a tanta coisa certa.
Ouvir cão latir longe e poder imaginar motivo. Bem dizer pios de coruja perdida, sem pouso. Tornar-me capitão das letras agrupadas em trincheiras e campos abertos, escondidas em matas fechadas repletas de sacis e caiporas. Dono do próprio nariz e relógio, fazendo minha hora, ao ponto, mal passada, cheirando tempero e lenha de fogão.
Nunca perder concorrido jogo na quadra pública para o qual vem gente de toda banda, jogo esse anunciado em rádio e comentado por todos. Amigos, parentes, agregados ou não, se juntam em algazarra de passarinho para futebol perneta, em desfile de feliz falta absoluta de preparo físico. Em sábado antes do almoço, vencer é aguentar dois tempos sem que os bofes venham ao chão, sem ataques ou refluxos. Queimação. O importante é ali se deixar ficar e, após o suador da peleja a melhor parte: encontro no boteco para desespero das companheiras, que de pirraça, ameaçam apagar churrasqueira e em silencioso protesto se juntam aos suados maridos como a mostrar-lhes culpa que não existe.
Onde é esse canto? Pode ser aqui encostado, pode ser uma Martinésia, um Prata, um sonho. Uma praia em Prado às margens do rio Caravelas. Pode se a ilha da Cassumba onde a observação dos bichos da restinga nunca cansa. Pode ser beira mar, beira rio ou pé de serra, mas nesse exato momento, mesmo sem conhecer de corpo presente, mas viajando em narrativas de amigos, hoje meu paraíso pensado tem endereço, tem nome, tem história e se chama Abaeté dos Mendes, lá pelas bandas de Rio Paranaíba.Um lugar abençoado e protegido de nossa imensa e variada Minas, uma catedral viva em harmonia plena com o bem viver. Ainda vou lá, me aguardem.
Em um dia de agosto de 2010
quarta-feira, setembro 8
Lançamento
Potomac
Torcedores afinados
Sobre a pouca procura de ingressos para o jogo do Cruzeiro e Internacional não é difícil racionalizar sobre o fato. Queiram ou não, poucos são os torcedores de times de nossa Minas Gerais em Uberlândia. Flamenguistas e corintianos, são-paulinos, torcedores do Fluminense e até do Botafogo temos aos montes, mas cruzeirenses e colorados? Meia dúzia e gatos pingados talvez.
A grande maioria vai a campo ver seu time do coração, e certamente este, aqui em Uberlândia, não é e jamais será o Cruzeiro. A prova dos nove será o jogo entre o Galo, meu time do coração desde criancinha, mas no meu caso, sou de BH e o Cruzeiro.
Acredito eu que praticamente só vai dar Galoucura e Máfia Azul, ambas vindas diretamente da capital das Alterosas. Minas são muitas como disse Drummond, mas Belo Horizonte continua no futebol, muito distante dos caminhos do cerrado. E não adianta jogar a culpa no feriado nacional. É cultural, é histórico, sempre foi assim.
Discorda? Então prova.
Publicado em Opinião do Leitor Jornal Correio
A grande maioria vai a campo ver seu time do coração, e certamente este, aqui em Uberlândia, não é e jamais será o Cruzeiro. A prova dos nove será o jogo entre o Galo, meu time do coração desde criancinha, mas no meu caso, sou de BH e o Cruzeiro.
Acredito eu que praticamente só vai dar Galoucura e Máfia Azul, ambas vindas diretamente da capital das Alterosas. Minas são muitas como disse Drummond, mas Belo Horizonte continua no futebol, muito distante dos caminhos do cerrado. E não adianta jogar a culpa no feriado nacional. É cultural, é histórico, sempre foi assim.
Discorda? Então prova.
Publicado em Opinião do Leitor Jornal Correio
terça-feira, setembro 7
segunda-feira, setembro 6
quinta-feira, setembro 2
Oh Very Young
Cat Stevens
Oh Very Young
Oh very young
What will you leave us this time
You're only dancing on this earth
For a short while
And though your dreams may toss
And turn you now.
They will vanish away -
Like your Daddy's best jeans
Denim blue fading up to the sky
And though you want him to last.
Forever you know he never will
(You know he never will)
And the patches
Make the goodbye harder still.
Oh very young
What will you leave us this time
There'll never be a better chance
To change your mind
And if you want this world
To see (a better day)
Will you carry
The words of love with you
Will you ride
The great white bird into heaven
And though you want to last.
Forever you know you never will
(You know you never will)
And the goodbye
Makes the journey harder still.
Oh very young
What will you leave us this time
You're only dancing on this earth
For a short while
Oh very young
What will you leave us this time.
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