domingo, abril 5

Na mosca





Tem coisa mais desagradável do que entrar em banheiro público e encontrá-lo sem as mínimas condições de uso? Estou sendo educado, pois, quando digo sem condições, me refiro à sujeira mesmo. Não apenas sujeira de pés, botinas ou sapatos carreando lama ladrilhos adentro. Refiro-me exatamente àquela sujeira que você está pensando. Em viagens a trabalho ou passeio, já me deparei com cenas que nem me atrevo a descrever. E não é só banheiro de boteco ou parada de ônibus não. Tente um em praça pública Brasil afora.

Se na hora do aperto você não estiver no sul, meu amigo, em particular em Gramado onde banheiros públicos parecem mais salas de espera de consultórios médicos limpíssimos, aconselho a travar e esperar chegar a um local seguro. Aliás, esse termo banheiro me intriga. Banheiro tem que ter chuveiro. Aqui, a maioria só tem vasos e assessórios para outros usos que não um refrescar. “Water Closet” ou WC seriam mais indicados. Usando a palavra certa em inglês para banheiro, seria “Bathroom”.

Os turcos tiveram uma ideia genial, contudo, preciso pesquisar mais para ter certeza disso, pois conhecendo banheiros turcos, fico na dúvida. Pintaram uma mosca no esmalte dos vasos de mijadores. Descobriram que os homem são levados por impulso irresistível a urinar em cima de insetos mortos ou alvos determinados. Até o fato de a maioria dos homens serem destros pesou na hora de decidir onde colocar a mosca. A obra de arte antirrespingos fica sempre mais à esquerda. Coisa séria, fruto de estudos profundos de psicólogos, engenheiros, arquitetos e antropólogos, além, certamente, de donos de bares e restaurantes. Depois da mosca o grau de acerto do xixi dentro do vaso subiu noventa por cento. Os das bexigas cheias passaram a mirar nela inconscientemente. Sucesso e higiene.

A César o que é de César: conta o blog “Banheiro”: “Mictórios da Inglaterra Vitoriana já apresentavam ícones de moscas, abelhas ou mesmo alvos. Também se ouvia falar de cientistas alemães desenvolvendo uma fita que muda de cor ao contato com a urina, oferecendo aos homens algo que o ícone da mosca não pode oferecer: feedback.” Sem respingos, resultado: bordas de vasos e chão mais secos e limpos.

Um grande shopping da cidade utilizou estratégia interessante. Não sei se proposital, mas a observação me levou a crer que funciona. Em um banheiro masculino, bem à frente dos mictórios, foram colocadas em vitrine fotos e manequins de belas mulheres, cujo ângulo destas faz parecer que estão olhando o pessoal na hora do xixi. Parece que os marmanjos, intimidados, acertam mais dentro do que fora. Pena, semana atrás ao participar de corrida de rua que de lá saia, quase todo corredor tem por mania um xixizinho antes da prova, observei que a tática não funcionou, sujeira geral, nem as moças de plástico marfim acanharam os caras.

Outro grande problema agora a resolver, refere-se tanto aos banheiros femininos quanto masculinos. Como fazer que todos, ao utilizarem um WC, lavem as mãos e acertem os papéis nos cestos. Treinos com a turma do Novo basquete Brasil ou NBB? Aliás, ridícula sigla. De novo nada tem a não ser tentar mais uma vez imitar gringo e sua poderosa NBA, bem que o pessoal daqui poderia ser mais criativo










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