A força da palavra somada à uma boa dose de tola curiosidade leva muita gente a ser guiada por uma simples “cabeça” de matéria. Segundo alguns Manuais de Redação, ou vocês acham que não pesquisei os principais jargões de redação jornalística? Bom, segundo destes manuais recomendam que a tal “cabeça” seja forte e impressionante a ponto, e é claro este é o objetivo, seja de tamanho impacto que possa chamar atenção do leitor e quase que automaticamente obrigá-lo a deitar olhos sobre o texto. Aí vem minha birra ou se preferir, implicância com alguns espertos que escrevem.
Concordo que o Título é superimportante e deve mesmo ser isca boa para prender leitor, mas tudo tem limite. Não carece ser enganoso como tantos que por ai vemos. Se o noticiarista, seja ele diário ou “freela”, tem que ter certa noção do estrago ou da irritação que pode causar ao abusar do tal “impacto” ou isca de seu texto. Ora sejamos. Outro dia me deparei com uma “manchete” mais ou menos assim: “Famosa, bonita e rica, Ana Hickmann fatura prêmio acumulado da Mega e soma mais alguns milhões a sua conta bancária”. Em rápido pensar me pus a analisar o que li. Sei que existem muitos paparazzicorrendo mundo como um Labrador ou Golden Retriever (relaxa... a comparação não é nenhuma ofensa partindo de mim pois curto muito mais os animais do que os humanos) atrás de uma imagem inédita de alguma super celebridade em situação inusitada que possa lhe render alguns bons dólares. Mas sei também existem muito paparazzo, (pausa para um pouco de cultura inútil: paparazzo é o singular de paparazzi), estes eu chamo de retratistas. Como seria a denominação de um jornalista especialista em cabeças de matérias enganosas?
Voltando
a atriz e apresentadora Ana Hickmann e sua suposta mega sorte.
O “corpo”
da matéria continha uma história besta sobre um cartomante, ou vidente sei lá, sapecou
“Segundo o
espiritualista, a apresentadora pode ganhar na Mega Sena e ficar ainda mais
rica.” Ou seja, nada de verdadeiro o
peixe-leitor foi fisgado direitinho
Tudo não passa de um belo “Nariz de Cera” – o Dicionário do Foca explica: “Tenha certeza de que não tem nada a ver com
museus ou esculturas. Segundo o “Manual do Foca: guia de sobrevivência para
jornalistas”, o termo “nariz de cera” dá nome a introduções de matérias que são
muito longas e vagas, sem dados exatos. Basicamente é a famosa “enrolação”. (*)
Passear na web é uma
aventura e um grande exercício de interpretação e malícia se assim não for você
vai passar horas sem querer nas chamadas do tipo bela Ana Hickmann ou em outra tipo “Você se lembra de fulano de tal? –
se controle para não chorar quando ver como ele vive hoje”
A última que do nada apareceu num site de
busca estrategicamente colocado entre os resultados de busca – algum
algoritmo deve ter me identificado como
imbecil e me persegue web a fora – Mas a ultima foi cômica simplesmente dava um
alerta: “ Globo
encerra atividades na TV
aberta, emite comunicado ao público e confirma último dia no ar: “31 de
dezembro”. Cocei o queixo antes de clicar no link. Matutei, como que um povo
tão culto e antenado vai viver sem a novela das oito, sem os “inéditos” Vale a
pena ver de novo? Sem o mais grave, sem dar o sonoro boa noite para o Bonner ao
fim do Jornal Nacional? Apesar de destorcida não pode ser caracterizado como
uma “Barriga” ou fake. Pura esperteza isso sim!
Mesmo sabendo que lá
vinha sacanagem cliquei sim a Globo
encerra atividades na TV aberta, emite comunicado ao
público e confirma último dia no ar: “31 de dezembro” mas em países como
Alemanha, Espanha, França e Itália.... - https://www.otvfoco.com.br/globo-deixa-tv-aberta-e-confirma-ultimo-dia-no-ar-31-de-dezembro/
Comecei foi a rir, pois cai a armadilha sabendo. Mas o que importa para a TV Foco da própria Globo são os clicks e visualizações e assim ajudei a “Vênus platinada ” apelida da assim segundo o apaixonado pela história da televisão no Brasil, Márcio Menezes: “Esse apelido surgiu em 76, quando funcionários da Globo trocaram de sede após um incêndio na antiga, a faixada do prédio foi pintada de prata a pedido de Hans Donner e ai o apelido acabou pegando.” Assim pois, repito ajudei nas suas estatísticas mercadológicas e estas sim interessam muito pois abre os olhos de patrocinadoras. Todo cuidado é pouco fica esperto.
Aproveitando as dicas do Manual do foca” vou ficar atento
para saber qual será o “olho” desta crônica e ainda, para agradar a Redação
passo a seguir o conselho “a produção é feita dentro do padrão “Arial 12”. Já
em jornais e revistas, os tamanhos geralmente são 10” Me corrija Redação se estiver
errado
Pois então
se você acredita em tudo até que “uma palavra derruba o governo”
redobre atenção duas vezes
“Nota pé”
(*) Os termos de redação
de jornalismo e significados foram coletados no site DICIONÁRIO DO FOCA - Anatomia dos jargões: da
cabeça à nota pé -
http://facopp.unoeste.br/facopp/anatomia-dos-jargoes-da-cabeca-a-nota-pe/