segunda-feira, novembro 27

Religião nas escolas



Mais uma polêmica à vista. Ensino religioso deve ou não ser curricular em nossas escolas públicas. Particularmente fico preocupado quando se propõe tal obrigatoriedade.

Nosso Brasil é um país com as mais diversas influências de crenças, uma verdadeira salada de religiões, repleto de belos exemplos de sincretismo, alguns criados por força das amargas circunstâncias do momento como a dos sofridos escravos obrigados a renomear suas divindades com nomes dos santos católicos para poderem referenciá-los sem o risco de severas punições. Outros criados com objetivos um tanto quanto pouco explicados.

Fico na minha leiguice a imaginar como seria a grade currilcular de tal matéria...

— Crianças, hoje vamos falar sobre a religião Judaica, amanhã abordaremos o Cristianismo em suas multifacetadas formas de manifestação: um período dedicado ao Catolicismo, outro muito, mas muito longo e mutável,dedicado às várias formas de manifestações evangélicas.

Semana que vem Islamismo, e não esqueçam de estudar para o exame final a doutrina Espírita, o Budismo, o Hinduísmo, o Zoroatrismo e suas dezessete Gathas, e o Taoísmo. No semestre que vem abordaremos apenas as religiões não monoteístas.

Fico, repito na minha leiguice, preocupado. Particularmente não acho que cabe à escola este papel e sim ao convívio familiar, cada um exercendo seu livre direito de crença, de demonstrar seu amor a Deus ou às suas divindades da melhor e mais pura forma que achar justo e perfeito, orientado por sua fé e na eterna benevolência divina e, isso sem a ingerência do Estado que, constitucionalmente é e deve ser laico, pois como bem disse o professor e jornalista Daubi Piccoli:

"Justiça à multiplicidade de etnias e à diversidade religiosa seria feita respeitando-se a lei, vide constituição Federal/88 - Art. 19".

Agora, se o ensino religioso nas nossas escolas públicas tivesse o escopo de mostrar a ampla diversidade de crenças e suas formas de manifestação, se viesse com o objetivo de se promover a tolerância, o respeito às diferenças, a possibilidade de convivência harmônica entre os povos e jamais vir acompanhado de caráter doutrinário e tendencioso, bom, aí, na minha leiguice, ponderaria.



William H. Stutz
Médico Veterinário Sanitarista
Uberlândia – Minas Gerais
whstutz@gmail.com


No Jornal Correio AQUI

Um comentário:

Marco Aurélio disse...

Ficou sabendo de uma coordenadora da Escola Jovem Osmar Cunha em Florianópolis,que foi espancada por uma “aluna” de 16 anos semana passada?

Um abraço

Marco Aurélio