quarta-feira, dezembro 19

Tempo

Todo tempo o tempo passa

Cabelos grisalhos agora longos, fazia tempos que não a via. Fragilidade de louça chinesa. Lúcida mas já a repetir casos contados com frequência. A ferina capacidade de intencionalmente magoar e se esconder sob o véu do tempo, da idade se mantém jovem, ativa. Como para as crianças, avalia que tudo pode ser perdoado. Amor não cultivado, difícil frutificar, impossível perfumar. Leva-se.
Num lampejo de bem pensar, não menos egoísta do que os outros, um murmúrio significativo: - "Parece que tudo foi a tanto tempo."
Boto reparo, mas agora me calo, sem magoas, sem culpa, sem nada. Observo.

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