sexta-feira, janeiro 30

Ao gelo

Consuma sem moderação.
Vários sabores. Emoções mil.
À nossa!
Saúde!



Sun, sun, sun

here it comes

A inhaca parece que lá se vai. Amanheceu assim:



Little darling
The smiles returning to the faces
Little darling
I seems like years since it's been here

Little darling
I feel that ice is slowly melting
Little darling
It seems like years since it's been clear

quinta-feira, janeiro 29

Muxoxo



Lá estou eu muxoxo outra vez de escrever.
Seco das letras por dentro, devem ser as mangadas excessivas de chuva.
Pouco sol, fraca luz do dia.
É isso: fico seco na chuva.
Não que não goste das águas. Idolatro. Mas desta vez me puseram a seco molho.
Sem contrariedades, só muxoxo, ansioso espero estiagem.


terça-feira, janeiro 27

Flor da idade


Chico Buarque

A gente faz hora, faz fila na vila do meio-dia
Pra ver Maria
A gente almoça e só se coça e se roça e só se vicia
A porta dela não tem tramela
A janela é sem gelosia
Nem desconfia
Ai, a primeira festa, a primeira festa, o primeiro amor

Na hora certa, a casa aberta, o pijama aberta, a família
A armadilha
A mesa posta de peixe, deixe um cheirinho da sua filha
Ela vive parada no sucesso do rádio de pilha
Que maravilha
Ai, o primeiro copo, o primeiro copo, o primeiro amor

Vê passar ela, como dança, balança, avança e recua
A gente sua
A roupa suja de cuja se lava no meio da rua
Despudorada, dada, à danada agrada andar seminua
E continua
Ai, a primeira dama, o primeiro drama, o primeiro amor

Carlos amava Dora que amava Lia que amava Léa que amava Paulo
Que amava Juca que amava Dora que amava Carlos que amava Dora
Que amava Rita que amava Dito que amava Rita que amava Dito que amava Rita que amava
Carlos amava Dora que amava Pedro que amava tanto que amava
a filha que amava Carlos que amava Dora que amava toda a quadrilha


Entre Paulos

sexta-feira, janeiro 23

Dueto

Clica na imagem

Garimpeiro

Ainda tristonho em pequena gleba de chão pulsante, sem tão comuns ruídos/visões. Rosnados e latidos, olhares pidões, carinho no pescoço, lambidas na ponta dos pés.
Me pus a andar antes da chuva de um lado para outro em busca de resquícios, de lembranças.
Um tufo de pêlo por menor que fosse, um arranhado em tronco de árvore. Uma botina roida. Um rabo, penas de passarinho espalhadas mostrando pressa em salvar pele e as plumas restantes. Nada.
Ficou tudo vivo mas só aqui bem dentro.
Assim garimpeiro de imagens e lembranças encontro raro tesouro escondido no mais improvável dos cantos em meio a folhas/cascalho: jóia rara. Tão bela visão conforta, mas não apaga. E a vida segue. La nave va, sempre.






Um janeiro, verão de 2009. Muita chuva.

Olha de pertinho, clica na foto



quinta-feira, janeiro 22

Justiça?

Perguntar não ofende, ou será que sim? É esta a Venez... digo o Brasil que realmente queremos? A emenda saiu pior que o soneto quando o senhor ministro da Justiça Tarso Genro comparou o caso Battisti ao do estelionatário Salvatore Cacciola. Nonsense geral!

Deu no Claudio Humberto

Em carta aos brasileiros, italiano conta
como Battisti matou seu pai açougueiro (noticia)



Atualmente aos 46 anos de idade, Adriano Sabbadin tinha 17 quando o terrorista Cesare Battisati e seu bando invadiram o açougue de seu pai, Lino Sabbadin, e o mataram. Indignado com a proteção do governo Lula ao assassino, concedendo-lhe asilo político, Sabbadin fez publicar no jornal Corriere del Veneto uma carta aberta aos brasileiros. A tradução é do jornalista Giulio Sanmartini:

"Vivo em uma pequena cidade na província de Veneza. Escrevo a todos os brasileiros, pois hoje me sinto profundamente ferido pela decisão de vosso ministro da Justiça de considerar Cesare Battisti um refugiado político. Há 30 anos ele assassinou meu pai. Não quero vingança, mas uma justiça que não chega. Quem é Battisti: ele começou na política dentro do cárcere, detido que estava por crimes comuns, aí conheceu o terrorista de extrema esquerda, Arrigo Cavallina.

A primeira vítima dos Proletários Armados para o Comunismo – PAC, foi o suboficial da guarda carcerária Antonio Santoro. Quando este sai de casa para o trabalho, Battisti lhe atira nas costas (6/6/1978). Retornando ao seu grupo ele conta excitado à sua companheiraos efeitos de ver “alguém jorrando sangue”. Depois de uma série de assaltos o grupo resolver centrar contra aos agentes da “contra-revolução”, isto é, comerciantes que haviam reagido contra assaltos comuns. Inicialmente pensou-se em somente feri-los, mas a vontade de mostrar a própria força a outros grupos de terroristas de esquerda, convence o PAC que é necessário fazer ver que se é capaz de matar.

Chegaram a nosso açougue pelas 4 e meia da tarde. Meu pai, ajudado por minha mãe, atendia a algum cliente, eu estava nos fundos falando ao telefone, quando ouvi os tiros de pistola que ribombavam nos meus ouvidos. Apavorado, corri para nossa casa que ficava no andar superior, depois de longuíssimos minutos vi homens que saiam num carro em disparada. Quando cheguei ao açougue, vi minha mãe com o avental branco todo ensangüentado e meu pai no chão dentro de uma poça de sangue. A ambulância chegou rapidamente, mas nada pôde fazer.Nos processos, seja a perícia e o testemunho de um arrependido, fez ver que Battisti tinha dado, sem piedade, os tiros mortais em meu pai. Battisti esteve sempre presente no grupo armado, colocando à disposição sua experiência de bandido e ficou conhecido por sua determinação em matar, jamais hesitando em fazê-lo.

Por todos estes crimes Battisti cumpriu somente um ano da cadeia, enquanto minha vida ficou completamente destruída. Me vi aos 17 anos como o chefe de família e um vazio que com o tempo só fez aumentar. Não pode existir paz sem justiça e a minha família justiça, não a teve.Não consigo entender o que levou vosso ministro da Justiça e classificar Battisti como um refugiado político, declarando que na Itália existem aparatos ilegais de repressão ligados a Máfia e a CIA (Central Intelligence Agency), por isso não pode conceder a extradição, o fato me parece uma folia e mais que isso, ofensivo à nossa democracia.Peço que façam um apelo ao vosso presidente para que reveja essa decisão.

Adriano Sabbadin"

terça-feira, janeiro 20

Tranças

Imperceptível mundo de tranças por onde diariamente passamos os pés, sem olhar.






segunda-feira, janeiro 19

O óbvio escondido

Cantos encantados de encantadora cantoneira.
Bordada a pregos, artesão centenário, oficial italiano da madeira, Seo Pedro Talarico.
Lá dos confins de uma São Sebastião do Pontal distante.








sexta-feira, janeiro 16

quinta-feira, janeiro 15

Microcosmo I

Miudezas imensas, um passeio. Olhar macro em micro de emoção única, pessoal e trasnferível, vai de cada um. Contemplação

Clica que aumenta. Põe reparo.





quarta-feira, janeiro 14

Ando chato




Descobri, ou fingi só agora descobrir que ando um chato.
Falando palavrões demais, praguejo. Ando chato. Chato que dói.
Me irrito à toa.
Quer me matar? Deixa a luz acesa , tome um banho demorado, assista uma novela, critico. Ninguém merece um chato de galocha assim.
Ando chato. Nem eu ando conseguindo conviver comigo mesmo.
Futilidades me tiram do sério, traições e desverdades são imperdoáveis.
Ando chato, a partida de Laica me fez perder um norte.
Ando chato mal-humorado e vazio, muito vazio.
Triste. Demora passar?

terça-feira, janeiro 13

Horário de verão

Horário de verão, não gosto, mas tem lá suas vantagens. Não sou do ramo, mas essa história de economia que dá para abastecer uma cidade do tamanho de União de Minas por uma semana não me convence. Devem existir outras formas de diminuir a tal demanda da hora de pico como a chamam. Eu prefiro me referir a ela como hora do banho, do chuveiro elétrico, da novela das seis, do happy hour.
Sei bem que não é minha praia, portanto estendo a mão à palmatória ou a cravos aos que quiseram crucificar este energético ignorante. Às poucas vantagens então.

Dia desses, à tarde depois que os terríveis e agressivos raios ultra-violeta haviam perdido sua força destruidora e aproveitando a estiagem e um dia de uma claridade ímpar, ar limpo de poeiras e queimadas, resolvi capinar "minha" horta. Explico as aspas: Primeiro não é mais uma horta na acepção da palavra, logo conto. E segundo, não é minha de papel passado.
Trata-se de terreno vizinho de muro do qual cuido há mais de vinte anos. Sempre capinei, plantei e colhi fartura naquele pedaço de chão. Milho, mandioca, abóbora, feijão de corda, maracujá, urucum, chuchu, quiabo, melancia, maxixe, pimentas e por ai a fora. Meus filhos cresceram brincando naquela terra. Com o passar do tempo, passarinhos e morcegos semearam árvores de fruta. Cada vez que seguia para capinar e dava com uma muda dessas, desviava o fio da enxada e ainda "croava" para dar mais força. Dó de derrubar tenra planta. Um dia foi um pé de maminha-de-porca que deu as caras por entre folhas e mato. Pensei lá com meu canivete corneta de lâmina gasta e cabo de osso, aliás ótimo ouvinte de meus devaneios: esse vai dar um senhor cabo de enxada quando tiver lá seus dois metros. Vai lá hoje. A espinhenta e bela mudinha de palmo está com seus 10 ou mais metros de altura, bela que só, pouso noturno de casal de gaviões e tucanos e escala de centenas de outros passarinhos. Resumo da ópera: parte de minha horta virou pomar. Com a ajuda dos bichos hoje tem pés de pitanga, limão china com fartura, amoreiras, goiabeiras várias, ameixa amarela. A acerola e o limão Taiti foram plantados. Um miúdo, outro já produzindo. Nos pés das árvores, sombra só, nasce mato mais não, mas no fundo da área, nessa época das águas a coisa fica feia se não zelar.

Mas não é que dia desses apareceu uma placa de vende-se na cerca de lasca de aroeira que fiz para proteger de criação!

Perdi gosto e deixei de cuidar. Vinte anos e nem um sinal, um aviso para nós da intenção de passar adiante chão com tanta história para uns e nem visitada por outros. C'est La Vie, fazer o quê. Se usar cachimbo entorta a boca, cuidar da horta também vicia. Não agüentei, aproveitando a sobra de luz de um horário mudado, agarrei a enfrentar mato que já vinha dar na minha cintura.

Durante a tarefa fui agraciado com visitas inesperadas, até então eu conhecia apenas pó-de-mico, mas bem na minha frente, como a me fazer companhia e compartilhar do meu receio de perder o éden, em uma das eradas árvores nativas de um cerrado que pouco deixou de lembrança, nada mais nada menos do que doze miquinhos estrela, não sabia, havia plantado e agora colhia um pé-de-mico. Magnífica visão.

Que vendam o pequeno pedaço do paraíso verde, mas até lá, sigo cuidando. A beleza do trato compensa. Desfruto. É sina.



Janeiro 2009

segunda-feira, janeiro 12

Laica

Ontem, pouquinho antes da meia noite Laica se foi.
Passou um dia normal, tranquila como sempre. Participou do almoço de domingo, com sua peculiar maneira de colocar apenas uma pata dentro da varanda.
Não é fácil, foram 14 anos. Se foi como sempre viveu, coisa da raça, discreta.
Se sentia a dona "matilha". Zelou.
Um ciclo de vida completado.
Viveu bem. É o que importa.
Estranho, falei dela outro dia AQUI

sexta-feira, janeiro 9

Exercícios

"No aeroporto o menino perguntou: - E se o avião tropicar num passarinho? O pai ficou torto e não respondeu. O menino perguntou de novo: - E se o avião tropicar num passarinho triste? A mãe teve ternuras e pensou: Será que os absurdos não são as maiores virtudes da poesia? Será que os despropósitos não são mais carregados de poesia do que o bom senso? Ao sair do sufoco o pai refletiu: Com certeza, a liberdade e a poesia a gente aprende com as crianças. E ficou sendo."

(Manoel de Barros, Exercícios de Ser Criança)

quinta-feira, janeiro 8

Reflexo

Atentos a poesia. Recitada.
João Lucas capturou momento.


Foto: João Lucas Cunha Stutz

quarta-feira, janeiro 7

Sacis

De minha amiga Clara Clarice, lindo poema ilustrado por Vlad Camargo




O jeitinho dos Sacis


Sacimeiga & Sacisperto
nesta passagem de ano
protegeram seus amigos
do barulho dos humanos:
os bichinhos não se assustaram
pois seus ouvidos tamparam
no reveion suburbano


Clarice Villac
07.01.2009

Desenho: Sacimeiga & Sacisperto Ano Novo 2009, por Vlad Camargo
Mais de Clarice em seu Ponto de Luz

Horta

Ontem final da tarde capinei a horta, bom, parte dela. Ainda tem um queijo e uma rapadura de mato para derrubar. Suei feito um cavalo de corrida.
Dei com um pé-de-mico. Tinha um bando me observando. Ajudar que é bom nada.
Macaquice pura.

terça-feira, janeiro 6

Raposas voadoras

E não é que fomos dar pitacos lá no Estadão, pelas mãos do Anjo de Prata Edison Veiga

Nada me tira da cabeça que manter animais presos é algo desumano, cruel.
O argumento mais comum, sem base alguma e que me tira do sério é: mas eles nasceram em cativeiro...

Seguindo esse raciocínio me responde: Filho de detenta pode então ficar preso pelo resto da vida? Uai ele não nasceu na gaiola de um presídio?

Lugar de bicho é solto. Nem zoológico nem circo. Fim!
Veja o materia no Estadão AQUI (em pdf)

E AQUI veja pequeno filme com o bicho em liberdade, qual você prefere?

segunda-feira, janeiro 5

Vendaval

Vida real


E começa verdadeiramente o ano. Mesmo com dor no corpo de passagem de ano é hora de retomar a vida real.
Aqueço e engato uma primeira. Ladeira acima, 365 dias de estrada pela frente.
Fé em tempo bom e pouco buraco, é sempre assim no começo. Esperança.
Enquanto isso em Gaza, mais uma bomba cala uma alma. Injusta vida, desigual até na paz.
Não há bandidos ou mocinhos; a morte é única e democrática nas guerras.
Deus deve estar cansado.

sexta-feira, janeiro 2

Curto e grosso

Primeira grande dúvida de 2009, Preguiça de sexta-feira, poucas palavras, meio que mudo. Vamos ver...
Sabe me dizer o por que de certas frutas terem mais caroço do que polpa?