domingo, maio 31

Telemarketing

Outra praga bíblica: Telemarketing. Nadji Tehrani não sabia o tamanho do monstro que estava batizando. Se tiver sotaque paulistano então, torna-se caótico.
Pé de pinto, pé de pato mangalô treis vêis

sábado, maio 30

Fé em delivery

Tem coisa mais chata do que gente vendendo fé porta a porta em pleno fim de semana?
Como se não bastasse aquele mundo de programas de TV onde se faz milagres à granel que somos obrigados a comprar com a assinatura à cabo. Estão "embutidos" no pacote.

Agora tem também delivery da fé. Falta de respeito com a crença alheia.
Não dou conta. Reclamar para quem? Procon? Diretamente com Ele? Afinal é usar o Seu nome em vão, ou não?

quinta-feira, maio 28

Aclasto

Luz finda.
Sobre fria pedra em sem brilho silêncio descansa.
Candeeiro retoma função. Noite na roça redescobre poesia

quarta-feira, maio 27

Vidraça

Do alto da montanha, do alpendre, observo vida.
Janela de folha insiste em me puxar para perto.
Suas finas vidraças desgastadas de tanto vento bater
vagaroso e constante liberar, areia alma. Eterno desconstruir.

Quisera poder rever tudo o que ali um dia refletiu.
Um olhar para dentro. Doce/amargo das lembranças que ora afagam, ora sufocam em garrote vil aperto.
Por vezes embaçadas/turvas, outras nítidas em susto excesso se mostram.
Leve vento a soprar.

Sempre visões.
Brisa/pé-de-vento a orvalhar olhos e sufocar garganta.

Antevejo. Pele/vidro escamando vai-se lenta, ininterrupta vidro/janela, aguarda por pedra/emoção para em estilhaços retornar à terra.

William H Stutz
maio 2009



terça-feira, maio 26

Escorpiões

Recebemos ontem (25/05) do Ministério da Saúde exemplares do Manual de Controle de Escorpiões do qual somos um dos autores. Além de texto, várias fotos do manual também são nossas.

Sonho de uma vida materializado em publicação nacional. Boa parte de nossas ações desenvolvidas/criadas ao longo de mais de 26 anos de trabalho estão aqui descritas.

Agora esta prática passa a ser parte da normatização do manejo de escorpiões para todo Brasil. Parabéns à nossa instituição, parabéns a toda nossa equipe. Bons frutos sendo colhidos.

Em breve disponibilizo o manual aqui em pdf para quem quiser baixá-lo.




Nossa capa [Clique para ampliar]




Ficha técnica do Manual [Clique para ampliar]




segunda-feira, maio 25

De volta

De volta ao pretérito mais-que-perfeito composto do indicativo. A toast

domingo, maio 24

Inflação e fumaça

Deu no CORREIO de 14/5: "Cigarro e remédio geram inflação"
Para mim um contra-senso .
Vamos analisar de maneira bem simplista: se o cara fuma provavelmente vai adoecer mais e, conseqüentemente, ingerir mais remédios, fechando assim a roda da vida, ou mais corretamente, a roda da morte. Mas vamos e convenhamos, qual o reflexo real do vício de outro nas taxas que influenciarão na minha, na sua, na nossa monástica e equilibrada vida?

É verdade: a cervejinha do fim de semana é sagrada, mas, como poderão notar lendo a matéria, não entrou no balaio de “artigos” pesquisados.
Portanto, nada de incriminar nosso raro e esporádico exercício de socialização. Se dirigir não beba, se beber me chama. Cada qual com a sua moderação.

Particularmente acho que cigarro não deveria contribuir para o cálculo do Índice de Preços ao Consumidor. Não faz sentido um vício compor a lista de itens pesquisados para determinar esse famigerado desequilíbrio econômico. Isso, sob a ótica de um veterinário leigo absoluto em economia, a não ser naquela que ele e família tem que fazer para sobreviver ao mês, abelhudo o suficiente para perguntar o que muitos se devem estar perguntado, talvez sem coragem de demonstrar sua ignorância em assuntos financeiros.

Nada, garanto, de querer criar acirrado debate acadêmico, pois nem de longe conseguira sustentá-lo, não é mesmo minha praia. Estou mais para geração Woodstock do que Yuppie, graças ao bom Deus.

Cesta básica, aluguel, tarifas de energia e lazer e, pasme, lazer! Remédios não têm como deixar de fora, nosso povo, por motivos muitos, adoece demais. Ainda segundo os especialistas, o açúcar ajudou a temperar a inflação do período, ficou mais salgada. Pelo andar da carruagem daqui a pouco entrarão na lista de itens pesquisados CDs, DVDs e fitas K7 piratas. Putz! Fita K7 só não é mais antiga do que radiola e máquina de escrever.

Atentos estudiosos passarão a computar custos do trabalho de guias de bala perdida, taxa de flanelinha tomador de conta de vaga no centro, mensalidade da milícia do bairro, aumento da aposta no jogo de bicho. Seria a absurda institucionalização dos ilícitos. Tempos atrás eu fumava, mas, graças à ajuda dos filhos, parei de vez e não me lembro mais do gosto da fumaça. Se ainda fizesse uso do tabaco, hoje mais do que nunca, ia me sentir culpado pelo mal coletivo que estaria causando ao bolso das gentes. Desta eu escapei, pois o fumante no mundo já está sendo considerado um cidadão perigoso, capaz de detonar o pulmão dos puros, dos castos em vícios permitidos.

Agora, para piorar, chegou ao fim do poço — ou do cinzeiro. O cigarro, além de queimar a imagem do usuário como bituca em boca de malandro, virou também, nesse momento, símbolo de agressão ao custo de vida. Pensando bem, essa história tem lá suas vantagens. Não seria oportuno o momento de entrar em uma profunda crise de cidadania e mandar o cigarro às favas e parar de fumar de vez? Um bem coletivo e principalmente individual. E não é que inflação serve para alguma coisa! Por outro lado desta feita a culpa do avanço inflacionário não foi atribuída ao chuchu, à batata, à cebola, ao milho ou à carne. O produtor rural, que de sol a sol se mata de trabalho, fumante ou não, de coração agradece. Desta vez a roça não é o monstro da história.





Jornal Correio 24/05/2009

domingo, maio 10

Conferência online

Outro dia, para agradar a pessoa querida, assisti via internet a uma conferência ao vivo.
O assunto confesso não me interessava em nada, chatice só. Era para uma daquelas velhas e batidas histórias de vender alguma coisa. Você vende, chama outra, essa chama mais cinco e no fim você fica riquíssimo, milionário, com mansão na Barra, ilha na Polinésia Francesa e, se der sorte, pode até ser vizinho de Catherine Zeta-Jones, com direito a vista para a piscina. Dela!
Hora marcada, lá fui eu para o meu computossauro, denominação esta roubada de minha sagaz cunhada.

A minha máquina é mais rápida do que tartaruga em horário de cochilo, sem perspectivas de troca. Para o que dela normalmente exijo carece não. Esta tal conferência foi uma exceção. Precisaria de um computador de ponta, de hotel de luxo, daqueles com cama ergométrica e frigobar.

Criei coragem, respirei fundo, peguei copo d`água e lá fui para minha primeira reunião virtual em tempo real. Nem no MSN me sinto bem!
Confesso certa dificuldade em conversar com quem não posso olhar nos olhos. Nunca vou saber se a pessoa está de cara boa ou fazendo careta para mim. A única vantagem é que a recíproca também é verdadeira.

A reunião, infortúnio meu, começou na hora certinha. Mais um desconforto. As apresentações: fulano apresenta sicrano que conhece beltrano e assim por diante. A preleção tem início, e o tarimbado apresentador toca a falar do produto/serviço com uma desenvoltura irritante. É como se nós aqui do outro lado fôssemos crianças, prontas a acreditar nas mágicas fórmulas de enriquecer com pouco trabalho. Papo vai, papo vem e o tempo passando lento. Impaciente, já estava com os pés sobre a mesa e bocejando. Em rápidas escapadas ia atrás de outro copo d’água, pois volta e meia o moço pedia que todos clicassem alguma coisa para que ele pudesse ter certeza de que todos estavam lá, e acordados.

O palestrante impressiona. Usa uma técnica de convencimento que “com certeza” — tomei uma birra desta expressão — se o ouvinte estiver pronto a acreditar ele sai dali, beija a mulher e sorrindo confiança compra uma Ferrari vermelha zero, leva a família para fim de semana em Porto de Galinhas. Isso por conta do que jura que vai faturar quando voltar do passeio. Antes disso, vende a casa e entra em financiamento de mansão em condomínio fechado, troca todos os móveis e eletrodomésticos. E, de quebra, libera a plástica da esposa com o dr. Beleza em Beverly Hills. Tudo isso no fiado.

Nada mais poderia me espantar. Se roesse unhas seria o momento adequado de acabá-las até a falange. Foram os minutos mais aborrecidos de minha vida virtual. Mas o mais estranho ainda estava por vir. Depois do rosário desfiado, de fórmulas mágicas e estratégias de abordagem, depois de indicar o site onde deveríamos nos cadastrar para sacramentar nossa postura de dóceis parvos, veio a chave de ouro. Outra voz, em tom solene, nos pediu que, em demonstração de alegria e felicidade, déssemos uma grande salva de claps para o mala. Levei vários segundos para entender o que seria a tal salva de claps. Queixo caído, comecei a ver pipocar na tela um clap atrás do outro. Minha paciência tem limite. Salva de claps? Qual o quê. CRTL+ALT+DEL isso sim, e rápido. Graças aos céus que não tenho câmera de vídeo em meu jurássico computador, “com certeza”.




Jornal Correio 13 de maio 2009

sábado, maio 2

Parada básica


Volto dia 25 de maio ou a qualquer momento em edição extraordinária.