terça-feira, novembro 6

Proscênio

Foto: Elidiane Oliveira
@elidiane_oliveira





Sol vermelho envolto em pó buscava pouso em liso horizonte
Sombras imponentemente tortas de Jatobás, Mutambas e Saputás emolduram o fim da tarde de um agosto
Bandos de araras, emas, barulhento voar/tropel busca pouso.
Céu em fogo derrama último clarão bem em um lá longe.

Um silêncio curto se faz ouvir. O cair da noite assim o exige
Aos poucos, em meio a um ver-não-ver onde o que existe não está no lugar
e sonhos perambulam fora da alma, a nitidez do breu.
Escura noite se abre em palco.

Vespertina D'alva em brilho farol sem mar, mostra seu fulgor como a chamar milhares de estrelas e constelações.
Céu adoece/enfeita em luz estrela.
Urutau, disfarçado de galho, sacode penas e voa raso
Em sinfonia, bichos. Cerrado fervilha em vida e sons.

Devagar, imensa lua aponta imperiosa, solista, sobrepondo corpo de baile estelar
Em outro extremo, luzes brotam do nada, uma a uma, formam imenso avião em fulgor único.
Curvas flutuam em jogos de cores e formatos
Cidade única, regozijo, de gentes e espaços, renasce a cada anoitecer.

Sinos espanhóis ao último bronze repique de Pilarica, anunciam riso e alegre alvoroço;
Seco ar regado a encontros, sacode o pó da tarde em noite intensa, aventura porvir.
Lua e céu em espelho Paranoá, se juntam coniventes.
Há perfume de jasmim e manacá-de-cheiro no ar.



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