sexta-feira, junho 6

O delicioso controle dos pombos

Com o atraso de dois anos, acabo de receber um livrete da Secretaria Municipal de Saúde de Uberlândia, intitulado “Pombos Urbanos – Uma Questão de Saúde Pública”. É muito bom. Deve ser obra do Centro de Controle de Zoonoses.

Vi, naquela esmerada publicação, o dedo do doutor William Stutz, médico veterinário sanitarista, o maior especialista do mundo em escorpiões. Como as columbas são protegidas, de todos os modos, inclusive por leis ambientais, a população das pombas aumenta rapidamente, com sérios transtornos ao meio ambiente e à saúde pública. “Uma colônia de pombos não controlada pode duplicar de tamanho a cada ano.”

Já que as pombas são tão nocivas ao meio ambiente e à saúde pública, só nos resta controlar o aumento da sua população. Mas, como? É comendo-lhes os peitos. São deliciosos, de- pois de fritas ou assados. Bem passados, podemos comê-los sem medo das bactérias e dos fungos.

Tenho experiência. Já comi muitas pombas. Foi muito antigamente. Infelizmente, não voltarei a papar os deliciosos peitos das pombas: não tenho mais condição física para pegá-las. Se você tiver um lugar recôndito no fundo do quintal, poderá contribuir para evitar o aumento das pombas urbanas. Seria bom se elas contribuíssem com a biodiversidade, mas nos campos, cerrados e matas.

Para pegar as pombas, faça assim: avezá-las num canto do quintal com resto de comida. Em seguida, no lugar da comida arme um laço, que é bem mais eficiente que arapuca. Você poderá colher uma pomba ou mais todos os dias, devidamente enforcadas. Aí, com uma pomba morta nas mãos, que vale mais que um bando voando, você depena-lhe apenas o peito e o retire do corpo de bichinha. Jogue este para os gatos ou no lixo.

Ao papar peitos de pombas, estará prestando um inestimável serviço ao meio ambiente urbano e à saúde pública. Não pode haver autoridade alguma capaz de empombar com você.

Clarimundo Campos Engenheiro 
Agrônomo aposentado
Jornal Correio de 11 de maio de 2014

Clarimundo Campos em foto do Jornal Correio
 

Um comentário ao generoso Clarimundo.

Caro Clarimundo,
 agradeço o elogio e o citar-me como "o maior especialista do mundo em escorpiões". Feliz, aceito o título mas como licença poética apenas. Na verdade sou um aprendiz de conhecer esse bicho antigo e tinhoso. Todo santo dia ele me ensina um pouquinho mais e chego à conclusão que como Sócrates o filósofo, e não o médico jogador de futebol que deixou esse mundo ainda novo, só posso parafraseá-lo no tocante aos escorpiões "Só sei que nada sei".

Em tempo: Não tive participação na elaboração do livrete. Me atenho aos meus escorpiões, serpentes, aranhas e morcegos que já  me dão muito mas revigorante trabalho diário.



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