quinta-feira, fevereiro 22

Iris BBB e o show de Truman




Não posso me furtar a comentar o tal BBB afinal tem uma uberlandina (termo cunhado pelo saudoso jornalista Luiz Fernando Quirino para designar pessoas que tomam Uberlândia como local de moradia mas são de outras cidades) paulista lá, bobagem? É, com certeza mas é também, infelizmente, o assunto de quase todo mundo aqui na minha Mineira Pasárgada. Aliás tem sido a conversa onde quer que eu vá, aqui, na internet, e nos bares da vida. Que pena...

Saúde, segurança, educação, mundo, amazônia, vida de verdade, estão em segundo plano atualmente. Coitado de quem não assiste àquele lixo. Sem assunto e condenado está ao isolamento e à solidão.

Particularmente acho que crucificar a moça que corre atrás de um sonho do jeito mais brasileiro que existe, fama rápida via televisão, é no mínimo simplista e preconceituoso.

Agora eleva-la a categoria de pessoa mais importante de nossa Uberlândia, de nossa representante maior com direito a título de cidadã honorária e diploma de honra ao mérito como querem "alguns muitos", e ainda afirmar que existe dignidade, honradez e respeito próprio num reality show, fala sério, ai é forte.


Tudo bem, se ela doar o dinheiro do prêmio para, digamos, a ala infantil de nosso Hospital do Câncer, ai sim, que se inclua às homenagens mencionadas busto em bronze em praça publica, com direito a banda de música, foguetório e muito discurso na inauguração

Estes Big Brothers da vida foram criados exatamente para explorar o lado mais feio, cruel e baixo da espécie humana. Seus integrantes tornam-se verdadeiros ratos de laboratório temporários. Basta ver a confusão do último BBB da Inglaterra onde cenas de racismo e xenofobia explícita foram a tonica do programa, culminando com uma investigação policial, com direito a intervenção do parlamento britânico no caso, e quase com uma crise diplomática com a Índia.

Que a moça vença, pegue seu prêmio, e saiba sacudir a poeira da hipocrisia que está a respirar no laboratório televisivo e siga sua vida feliz e realizada.

E que como Truman Burbank do magistral filme de Peter Weir ela consiga ao final achar a porta de saída para a vida de verdade e, repito principalmente que seja feliz, todos merecem.


william h. stutz
fevereiro 2007