sexta-feira, novembro 9

Chuva Chegou



Depois de longo período de seca, parece que finalmente a temporada das águas chegou.
Sair da cama foi um suplício, eram cinco horas, escuro que só. Dei uma puxada na manta de tear, esta eu trouxe lá de Andrequicé, terra de Manuelzão, aquele de que Rosa, o João tanto falou, e virei para o lado.

Se é uma mania que tenho são mantas e colchas de tear, por onde ando procuro, coleciono, junto, para guardar em canastra não senhor, usamos todas lá em casa. Cobrem camas e sofás. Para dormir uma carícia, principalmente as de algodão, as de lã bem cardada sapecam um pouco, nada que um lençol não resolva. Tenho muitas, de todos cantos, muitas de Goiás mas a maioria é nossa aqui das Minas.

Estou sempre a buscar novas. Pontos, cores, fios e desenhos, para mim cada uma tem uma história, obra de arte única, não existem duas iguais. As guardo para sempre, não apenas as mantas e as colchas mas também as histórias amiga, as histórias amigo.

Ando longe por uma. Tem alguma? Manda que de bom grado aceito.

Tecelãs de mãos mágicas, o barulho do tear batendo me encanta, fico horas sentado perto de um, observando, sismando, chego a cochilar de tanta paz que envolve.

Então: Dei puxada na manta, senti o friozinho gostoso do barulhinho da chuva tamborilando na janela. Pensei, mais cinco minutos.
Qual nada, de um pulo direto para chuveirada fria, um despertar forçado, café quentinho e assim fui eu trabalhar.
Faz mal não, quinta-feira me vingo, é feriado e que venha chuva da madrugada e da manhã.

Lembrei dos bons tempos de república, sem chance de ir à primeira aula num dia assim, ainda mais que íamos de bicicleta para o campus Umuarama - muitos quilômetros de leve mas sentida subida.
Saudades.

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