"Se for falar mal de mim me chame, sei coisas horríveis a meu respeito" (Clarice Lispector)
sexta-feira, abril 4
Cavalgada
Atropelado por poeira sufocante
longe a pensar em ti por um frágil instante;
Um mar, um braço de rio, distâncias imensas a separar almas
por mais mansas que sejam aquelas águas calmas;
Corredeira, onda e maré, entre pedras verdes a cantarolar
trazendo saudade nostálgica por não mais sentir teu olhar;
Apagando devagar, aos poucos, lembranças, cheiros e imagens
Em árida agreste/vida, na seca e dura passagem, às vezes confusas miragens;
Entre cerração densa fechada da serra, busco um sorriso aberto
mas meu olhar aflito, nada vê, apenas um triste e vazio deserto/secreto;
Na cabeçada do arreio me apoio, corpo dolorido da jornada
nem rês perdida encontro, nas sombras das pedras e de tanta trilha confusa, cavalo e eu nos perdemos em imenso nada;
Apeio à tardinha para em coberta e capa passar a noite, ainda há esperança?
Amanhã continuo a busca, por rês, por trilheiro, por alguma de ti, tênue lembrança.
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Um comentário:
E assim segue o Poeta em sua cavalgada atrás de lembranças...e ganha prêmios com sua verve que a todos encanta. Parabéns, merecido!
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