sexta-feira, abril 4

Cavalgada





Atropelado por poeira sufocante
longe a pensar em ti por um frágil instante;

Um mar, um braço de rio, distâncias imensas a separar almas
por mais mansas que sejam aquelas águas calmas;

Corredeira, onda e maré, entre pedras verdes a cantarolar
trazendo saudade nostálgica por não mais sentir teu olhar;

Apagando devagar, aos poucos, lembranças, cheiros e imagens
Em árida agreste/vida, na seca e dura passagem, às vezes confusas miragens;

Entre cerração densa fechada da serra, busco um sorriso aberto
mas meu olhar aflito, nada vê, apenas um triste e vazio deserto/secreto;

Na cabeçada do arreio me apoio, corpo dolorido da jornada
nem rês perdida encontro, nas sombras das pedras e de tanta trilha confusa, cavalo e eu nos perdemos em imenso nada;

Apeio à tardinha para em coberta e capa passar a noite, ainda há esperança?
Amanhã continuo a busca, por rês, por trilheiro, por alguma de ti, tênue lembrança.

Um comentário:

Ly Sabas disse...

E assim segue o Poeta em sua cavalgada atrás de lembranças...e ganha prêmios com sua verve que a todos encanta. Parabéns, merecido!