Vai passar ou sair de nossa Uberlândia? Então olha só a confusão que vai enfrentar
Interdição da 365 começa às 14h
Só veículos de quem mora ou trabalha em Monte Alegre de Minas vão ser liberados
Manuella Garcia
Repórter
Jornal Correio de Uberlândia
O trecho de 240 quilômetros da BR-365, que liga Uberlândia a Chaveslândia, será mesmo interditado hoje às 14h. Durante a tarde de ontem, os agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) tomaram as últimas providências e decisões para o início da operação no posto, ponto onde começa a interdição. A principal novidade é que só serão liberados veículos de condutores que moram ou trabalham em Monte Alegre de Minas ou propriedades rurais nas redondezas.
Aqueles que quiserem chegar em Ituiutaba, Gurinhatã, Santa Vitória, Capinópolis e outras cidades vizinhas terão de tomar um caminho alternativo, que vai significar 60 quilômetros a mais no velocímetro. Os condutores deverão sair de Uberlândia pela MG-497 até o Prata e depois seguir pela BR-153 até o trevão, onde finalmente terão acesso à BR-365.
O chefe substituto do posto da PRF, Carlos Roberto Batista, ressaltou que todos os veículos passarão por uma triagem no local, que estará cercado por cones e cavaletes, além da viatura que vai percorrer todo trecho fiscalizando as estradas vicinais. A equipe de Uberlândia vai fiscalizar até Monte Alegre de Minas.
“É imprescindível que o motorista tenha em mãos um documento que comprove a necessidade de seguir viagem, como nota fiscal da empresa e comprovante de residência”, ressaltou Carlos Roberto. Até as linhas de ônibus que utilizam o trecho para outros destinos estão impedidas de trafegar pelo trecho. Segundo Carlos Roberto, a sinalização é responsabilidade do Departamento Nacional de Infra-estrutura de Transporte (Dnit) e o ideal é que ela seja colocada antes da saída da cidade, na altura do anel viário.
Ariovaldo Oliveira é contra a interdição "existem estradas piores"
A Polícia Rodoviária Estadual (PRE) será o órgão responsável pelo restante do trecho até a divisa com Goiás, confirma o alerta da PRF. A logística da operação é a mesma e o número de agentes foi reforçado para efetuar a fiscalização do trecho, além daqueles que ficarão de plantão nos pontos onde o trânsito será interrompido.
O Dnit já havia confirmado por meio da assessoria que vai instalar a sinalização de interdição, e ontem acrescentou que devem recorrer da decisão. Por enquanto, a determinação da Justiça Federal prevê liberação do trecho somente depois que forem realizadas intervenções para melhorar as condições da rodovia.
Medida divide usuários
A tarde de ontem foi movimentada no posto da PRF em Uberlândia. Muitos usuários freqüentes do trecho da BR-365 que será interditado procuravam por mais informações. Os mais prejudicados até agora são os tijucanos, que terão de dar uma volta para fazer o trajeto entre as duas cidades. A nutricionista de Ituiutaba Maria Carolina de Morais Ferreira, por exemplo, foi pega de surpresa. Ela chegou a Uberlândia pelo caminho convencional, mas terá de andar mais 60 quilômetros para voltar para casa.
Para ela, por mais que a estrada esteja caótica, a medida é muito drástica, já que vai prejudicar muito as pessoas que, como ela, percorrem o trajeto pelo menos uma vez ao mês. “É complicado porque vamos ter que gastar mais combustível e perder tempo. Fora que o caminho alternativo vai ficar muito movimentado. Na verdade, é uma obrigação do governo manter as rodovias em boas condições”, disparou.
O advogado de Uberlândia Ariovaldo Nunes de Oliveira aproveitou a volta da viagem a Itumbiara-GO e passou no posto para tirar algumas dúvidas. Ele terá que utilizar o trajeto de acesso por Araguari para chegar até a cidade goiana, onde costuma ir de 10 em 10 dias “São só alguns pontos. Existem estradas piores”, avaliou.
Renato Faria tem um posto e terá prejuízo, mas é favorável à medida
No entanto, apesar dos transtornos, muitos são a favor da interdição, desde que a pista seja recuperada. É o caso do proprietário de um posto de combustível na BR-452, próximo a Tupaciguara, Renato Barbosa Faria. “Eu acredito que o movimento vai diminuir, mas é melhor do que morrer um pai de família, o que não é difícil de acontecer com tantos buracos”, opinou.
Os caminhoneiros João Felix e Arthur Richter passam freqüentemente pelo trecho. Eles trabalham com transporte de minério do Rio de Janeiro até Goiás e consideram a interdição uma medida válida. “A parte pior é na região de Uberlândia. Tem mesmo que tomar uma providência para melhorar a situação”, disse João. “É um absurdo termos que enfrentar engarrafamento de até três quilômetros por causa de buracos”, complementou Richter.
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