sexta-feira, maio 18

Como você votaria?





As redes sociais quando usadas adequadamente me fascinam. Movimentam milhões. O “Veta Dilma”, referência ao Código Florestal é a bola da vez e espero, de coração, que a senhora presidenta como gosta de ser chamada atenda ao clamor de toda essa massa virtual. Primeiro: não vetar mais este atentado a nossas matas e cursos d’água seria insano e estúpido, nada a discutir. Segundo: essa mesma massa virtual, quando ganha as ruas em carne, osso e esperança, muda o destino de nações, é só uma questão de tempo. Vai repercutir logo ali nas eleições municipais e um pouco adiante, nas eleições de 2014.

Particularmente jamais votaria em político que ajudou a aprovar este assassinato ecológico e, assim como eu, outros milhões também não, e as redes sociais terão importante papel multiplicador e serão a memória de um povo propenso ao esquecimento rápido. Agora é diferente, caiu na rede ou é peixe ou eternamente lembrança. O mau uso dessas praças de troca de prosas também deve ser lembrado. Batalhas são programadas ali. Para bem ou para o funesto, as redes estão aí para ficar. Aprende-se usá-las para disseminar as causas justas, a ciência, a cultura e as amizades plenas ou corre-se o risco de, em futuro, evitarem acessá-las com pânico de exposição. O tempo, sempre ele, nos dirá.

Falo hoje das tais, pois foi exatamente por uma delas que recebi de amiga carta de Gil Cordeiro Dias Ferreira, publicada em “O Globo” em 18/4/2011, e me sinto no dever cívico de repassar para o maior número de pessoas possíveis. Uma reflexão séria e atual do que rola nesse Brasil tão varonil.

”Que venha o novo referendo pelo desarmamento. Votarei NÃO, como da primeira vez, e quantas forem necessárias. Até que os governos federal, estaduais e municipais, cada qual em sua competência, revoguem as leis que protegem bandidos, desarmem-nos, prendam-nos, invistam nos sistemas penitenciários, impeçam a entrada ilegal de armas no país e entendam, de uma vez por todas, que NÃO lhe cabe desarmar cidadãos de bem.
Nesse ínterim, proponho que outras questões sejam inseridas no referendo:

- Voto facultativo? SIM!
- Apenas dois senadores por Estado? SIM!
- Reduzir para um terço os deputados federais e estaduais e os vereadores? SIM!
- Acabar com salários, mordomias e automóvel de vereadores? SIM!
- Acesso a cargos públicos exclusivamente por concurso, e NÃO por nepotismo? SIM!
- Reduzir os 37 ministérios para 12? SIM!
- Cláusula de bloqueio para partidos nanicos sem voto? SIM!
- Fidelidade partidária absoluta? SIM!
- Férias de apenas 30 dias para todos os políticos e juízes? SIM!
- Ampliação do Ficha-limpa? SIM!
- Fim de todas as mordomias de integrantes dos três poderes, nas três esferas? SIM!
- Aplicar com rigor a Lei de Responsabilidades Fiscal na União, estados e municípios? SIM!
- Cadeia imediata para quem desviar dinheiro público (elevando-se para a categoria de crime hediondo? SIM!
- Atualização dos códigos penal e processo penal? SIM!
- Fim dos suplentes de senador sem votos? SIM!
- Redução dos 20 mil funcionários do Congresso para um quinto? SIM!
- Voto em lista fechada? NÃO!
- Financiamento público das campanhas? NÃO!
- Horário Eleitoral obrigatório? NÃO!
- Maioridade penal aos 16 anos para quem tirar título de eleitor? SIM!
- Um BASTA! Na politicagem rasteira que se pratica no Brasil? SIM.”






Publicada no Jornal Correio em 18/05/2012

Para versão PDF no 4shared clique abaixo



terça-feira, maio 15

Arrumação

Todo mundo faz de tudo. Assim funciona, assim se harmoniza e o bem querer só cresce e solidifica.



Beleza sazonal

A seca definitivamente se anuncia. Como mensageiros de algum frio e tempo de descanso para bichos e plantas, os ipês colorem/abrem os caminhos. Logo só restarão galhos desnudos. Quietos, aguardarão pacientes as águas hoje distantes.
Seiva retida aguarda chave do renascer.

Clica nas fotos, elas aumentam






segunda-feira, maio 14

Mugango

Paradoxo

Duas placas, duas formas de ver o mundo. Isso na mesma calçada, uma em cada esquina.
É para rir ou chorar?



14 em 3300






Cedo acordo, preguiça. Em dois tempos ganho rua para caminhar. Dia cinzento, pouco frio, triste. Avanço ligeiro. Passos, passos, passos. Aquecendo, observo o tempo, sons e cores. Duas ruas longe, portão eletrônico com rugido animal escancara imensa bocarra. Vomita carro prateado. Sigo a largo mover. Roncos. O bólido passa por mim sonolento. Outro rugido, a garagem se fecha em barulhento bocejo.

O vento sopra suave em meu rosto. Respiro o dia, viro à esquerda. Distante, no horizonte, perfilados, linha de prédios coloridos, parte da cidade. Pouco abaixo, ainda muitas casas e quintais. Uma, duas, três imensas paineiras mostram em flor seu colorido. Destacam-se. Sinais sentidos por poucos, seca por vir. Ipês também contam, cobrindo calçadas, folhas secas preparando florada.

Olho à minha frente e para o lado. Vejo mancha intocada de cerrado. Esforço-me para perpetuar a imagem. Logo virão casas. Sempre acontece, vi tantas vezes. Morte anunciada. Fadado à derruba. Provavelmente novos condomínios fechados. Clausura. Ali, cerrado já está cercado de arame. Portaria construída. Em ruínas é fato, decomposição. Até quando? Ponho reparo em grande área roçada e quase que de imediato incendiada.

Dias atrás, nas cinzas ainda quentes, bando de gaviões de bela roupagem dourada, imensos, se banqueteavam com ratos e cobras desalojadas pelo queimar. Caterva de bichos, patas em polvorosa, buscavam abrigo em terrenos e casas próximas.

Hoje apenas curicacas e outras aves a ciscar cinzas em busca de grilos e outros bichos assados. Curruíra canta forte. De longe vem resposta. Namoro. Viro à direita, íngreme subida, quarteirões imensos. Beiram muros dos tais condomínios. Sorria, você está sendo filmado. Big Brother urbano. Um carro passa a velocidade inconcebível até para rodovia. De dentro, a milhões de decibéis, escuta quem não quer: “ai se eu te pego, ai ai…” Foi-se rápido com seu mau gosto. Suor encharca camisa e boné.

Pequena gota contorna sobrancelha, escorre face afora. Casal passa em trote leve por mim: — Bom dia, dizem. Cumprimento sincero e agradável. Vários bons dias à frente, encontro moça a passear com três cães em suas coleiras.
Ela sorri, é domingo. Um catador de latinhas equilibra sacos enormes em sua velha bicicleta. Artista.

Bem-te-vis, canários-da-terra, joões-de-barro, maritacas, periquitos tuim, com seu verde metálico em barulho sob breve nesga de sol. Pavão do Dmae, rente à cerca, desafinado e estranho canto.

Carros, motos barulhentas, sacolas de lixo espalhadas nas calçadas. Desvio de sujeira de cachorro várias vezes. Ninguém se dá ao luxo de recolher. Pobres cães. Deixam marcas daquilo que supostamente seus mal-educados donos possuem na cabeça.

Mais lixo e papel. Latinha é atirada sem cerimônia pela janela de outro carro. Bebendo tão cedo ou ainda não dormiu. Barulhenta avenida. Passos, passos, passos. Dobro à direita. Em segundos o silêncio retorna. Cão avança. Estou quase terminando a minha volta diária.

Cão insiste em avançar. Posse (ir)responsável de cachorro bravo, este não deve ir à rua. Tento manter a calma. Impossível. Mais uma volta para relaxar e esquecer o acontecido. Pego outro caminho de volta, tolhido, por cachorro, na liberdade de desfrutar o dia. Está errado.

Quatorze quilômetros em 3300 caracteres com espaço. Resumo de uma manhã.






Publicado no Jornal Correio em 14/05/2012
Versão em PDF no 4shred clique abaixo


segunda-feira, maio 7

Roupa nova II

Nova semana, nova roupagem. Sigo vida à fora.
É so clicar na foto para ver detalhes.

Pomba


Quer ver o belo? Então saia de casa e olhe à sua volta. Quer ver o feio? Saia de casa também. Não tem que procurar muito. Está escancarado em todas as esquinas, nas ruas, nos muros, nas almas que perambulam fatigantes vida afora. Em andanças diárias, topo com rolinha, a pequena pomba nativa, genuinamente nossa, nada de interferências europeias em sua vida.

Estava a coitada a dar piruetas sobre a calçada de nobre bairro zona sul. Em um primeiro instante, cheguei a pensar na comum estratégia dessa ave, que, para despistar predadores de suas crias, simula fragilidade, como se estivesse machucada, atraindo assim para si potenciais inimigos. Este teatro, muitas vezes, funciona e leva o predador a mudar de alvo. Quando certeiro bote está para ser desferido, a esperta alça voo para segurança com a família. Cena bela de se ver.

Não era esse o caso. Aproximando da pequena, notei rubra cor misturada às suas penas. Sangue. Demorei a conseguir pegar o bicho que em mim via gigante pronto a terminar o mal feito. Apalpei suas penas e rápido notei o que parecia ser um furo de tiro. Carecia atendimento rápido.

Como estávamos em Quinta-feira Santa, ponto facultativo municipal, me vi em dilema, pois em casa não conseguiria tratar adequadamente da paloma e ela teria morte certa. Mas ligar para quem? Sofro de incapacidade de dirigir carros. Gosto de moto, mas estou terminantemente proibido de possuir uma pela família, e lá eles têm suas consistentes razões e argumentos. Assim, extremamente limitado, já pensei em avançar mais um pouco e voltar a dirigir, mas isso implicaria adquirir mais um carro, me meter no suicídio financeiro de financiamentos de 60 meses, para pagar algo que detesto. Entro nessa não. Vou me virando a pé, de favores, transporte coletivo ou táxi. Problema à vista, o plantão do Hospital Veterinário encerrava às 13h. Faltava pouco. Não ia conseguir. Amigos viajando, ligar para quem? Tentei corporações públicas. Não deram prosa.

Como por milagre, ainda com a pombinha nas mãos, dei com os valorosos agentes de controle da dengue em plena atividade. Aqui registro agradecimento público e especial ao coordenador destes guerreiros da saúde coletiva, José Humberto Arruda, que, após contato, enviou viatura para recolher o pequeno animal e entregá-lo ao competente departamento de animais silvestres, no Hospital Veterinário da UFU. Ficou em boas mãos, se salvará.

Destaco a generosidade e espírito público de Arruda. Em pleno feriado, mostrou postura proativa comparada às outras corporações que contatei, completamente perdidas na mesmice, na falta de iniciativa. Ou seria preguiça? Não agem centímetro além do que está escrito em seus velhos e obtusos manuais. Criaram-se profissionais compartimentalizados, vazios.

Seguramente tudo nesse mundo está interligado e tem consequências universais. Se levarmos ao pé da letra as contribuições dos modelos matemáticos de Edward Lorenz à Teoria do Caos, podemos facilmente concluir que a ação de um servidor público exemplar pode, facilmente, ter influenciado o curso natural das coisas. Quem sabe salvamos o mundo? E como andam por ai a dizer, impedimos do planeta acabar nesse 2012?

Pelo menos dessa joia da natureza é fato que salvamos. Quanto ao néscio “classe A” que atirou ou permitiu filho manusear arma de pressão, causa-me asco e, pois, quero a maior distância possível dessa insana crueldade.




Publicado no Jornal Correio em 5/5/2012

Para versão em PDF no 4shared, clique abaixo

sexta-feira, maio 4

Business is business


Compadre Daldy mandou essa ótima:


One day at kindergarten a teacher said to the class of 5-year-olds,
— "I will give $2 to the child who can tell me who was the most famous man who ever lived."
An Irish boy put his hand up and said, "It was St.Patrick."
The Teacher smiled and said, "Sorry Sean, that's not correct."
Then a Scottish boy put his hand up and said, "It was St. Andrew."
But the teacher replied, "So sorry Angus, that's not right either."
Finally, a Jewish boy raised his hand and said, "It was Jesus Christ."

And the teacher said, "Absolutely right, Marvin, come up here and take your $2."
As the teacher was giving Marvin his money, she said,
— "You know Marvin, since you're Jewish, I was very surprised you said Jesus Christ."
Marvin replied:
— "Yeah... In my heart I know it is Moses, but business is business."

quinta-feira, maio 3

Berçário

"Crescei e multiplicai-vos". E não é que nossos pequenos companheiros levaram isso ao pé da letra? Aqui, em um Amanhecer de Terça quando este grande retratista que vos fala registrou as mães ainda no choco. Foto de lambe-lambe oficial e de carteirinha.

Ontem foi a vez das crias, aproveitei vacilo das pombas que saíram para buscar comida.
Vou acompanhar até sair do ninho.


Crias da pitangueira


Cria da ameixeira, o outro está escondido no fundo do ninho

quarta-feira, maio 2

Dança nupcial

Dança nupcial de Tityus fasciolatus, flagrados agorinha mesmo. Nenhum dia é igual ao outro no mundo dos escorpiões e da saúde coletiva. Lições e visões novas a todo instante. Revigorante.

Clica nas fotos para ampliar. Atenção à firmeza dos pedipalpos do macho imobilizando a fêmea.


Paul McCartney Tribute

Kennedy Center Honors - Paul McCartney Tribute
Simplesmente espetacular