quarta-feira, abril 17

Pelo fim dos zoológicos

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Jornalista

Levantamos, na última segunda-feira, o tema da extinção dos zoológicos no Brasil porque o assunto está em discussão no mundo civilizado. No mês passado, milhares de cidadãos independentes desfilaram por ruas de grandes cidades brasileiras e, especialmente, nos Estados Unidos da América do Norte com denúncias contra o cruel confinamento de animais em zoológicos. O slogan da campanha foi Crueldade nunca mais! A essência da ação proclama que “nenhum animal, doméstico ou selvagem pode ser eticamente torturado por decisão humana”.

Aqui perto de nós, no Parque do Sabiá, há um zoológico, onde animais que nasceram livres foram capturados violentamente, confinados e condenados a viver numa prisão suja até a morte. Isto é crueldade inaceitável nos dias atuais. Um leitor deste espaço escreveu-me dizendo ser contra o confinamento em jaulas, mas a favor do “aprisionamento de animais em buracos confortáveis”. Maravilha! No Zoológico do Parque do Sabiá, a crueldade é praticada abertamente contra bichos da selva que lá sofrem confinados para serem exibidos ao público que os trata como objetos de divertimento. Isto é “sadismo humanitário”. Não encontramos outra expressão para classificar tamanha barbaridade.

O prefeito Gilmar Machado, que é um educador respeitado, pode aproveitar a ocasião para dar um bom exemplo ao Brasil se decidir fechar definitivamente o confinamento de animais no Parque do Sabiá. Em vários zoológicos do Brasil, a sádica crueldade praticada contra animais, especialmente primatas, é irracional. Como vivem, se alimentam, adoecem e morrem os bichos no Parque do Sabiá? Poucos sabem e a maioria das pessoas não se interessa pelo destino deles.

Que razão há hoje em manter animais confinados para entretenimento, lazer ou educação ambiental? Hoje há outras formas de divertimento e de conhecimento da vida animal. Zoológico é equipamento de lazer medieval que não tem mais razão de existir numa sociedade civilizada. O médico-veterinário William Stutz, respeitado cientista-pesquisador da fauna, sobre o assunto escreveu: “Quer mostrar, quer ensinar? Que transformem essas penitenciárias da fauna em salas de projeções bem equipadas onde um público bem acomodado poderia conhecer toda a exuberância da vida animal, em filmes sobre vida selvagem livre em seu ambiente natural”. Fica esta sábia sugestão para o prefeito Gilmar Machado refletir.

Jornal Correio em 17/04/2013

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