Um amigo perdeu seu cão para a leishmaniose e contou sua triste saga aqui no Painel outro dia.
Doença estranha mostra nada no começo, bicho parece sadio, mas é uma das fases mais perigosas. Se tiver mosquito-palha perto pode levar à grave doença, por vezes fatal nas gentes se em forma grave, calazar.
Ainda não tem vacina aprovada e tratamento é proibido pelo Ministério da Saúde. Não é eficaz. Solução única e traumática: sacrifício do animal.
Só quem tem ou teve cão sabe o sofrimento, a dor de entregar companheiro para morte. Aqueles que possuem consciência cidadã sofrem, mas assim o fazem, não querendo colocar em perigo toda uma população. Meu amigo assim o fez. Compadecido, mas conhecedor dos riscos.
Só quem tem ou teve um cão pode mensurar tamanho carinho. Estima, afeição, mais milhões de adjetivos, compartilha-se com este milenar amigo canino.Só quem tem ou teve um cão pode descrever sofrimento de entregar amigo à imolação.
A caravana passa, os cães ladram. Muitos ficarão para trás, não verão mais caravanas.
Exercício conspiratório, fruto de mente atormentada com pequenos e gigantescos fatos. Certa feita mencionei suicídio das minhocas após chuva. Pulavam fora dos canteiros, se expondo ao tempo. Recolhidas à terra fofa, tornavam a minhocar até o chão de cimento e, ao sol torravam. Quando chove, fico a pensar no mundo das pequenas e seu entregar.
Produzir vacinas contra doenças causadas por vírus é relativamente fácil, mas quando se trata de protozoários, como é o caso das leishmanioses, da malária e da doença de chagas, só para citar algumas, aí complica.
Disse fácil? Ingenuidade. Pasteur, em final de longínquo 1881, conseguiu isolar o vírus da raiva. Dai à vacina protetora foi um pulo. É certo que a vacina de Pasteur mais matava do que salvava, pois a purificação desta era incipiente. Mas, estavam lançadas bases de uma vacina que salvaria milhões de humanos e animais de tão terrível doença. Hoje, a vacina é segura e quase não se tem relato de efeitos colaterais. Quer outra? A varíola. Causada por um vírus enorme para os padrões, o Shaquille O’Neal dos invisíveis patógenos.
Erradicou-se a doença. Temos muitas outras vacinas: Pólio, febre amarela, antitetânica. Esta última, um avanço, pois a vacina é contra uma neurotoxina produzida por uma bactéria. À lista: sarampo, gripe H1N1, catapora, rubéola, tantas outras e a mais recente oferecida pelo poder público contra o vírus HPV.
Pois bem, minha teoria da conspiração: se tão “fácil” é produzir vacinas contra vírus, qual a grande dificuldade em se desenvolver vacina contra dengue? Ora, os sorotipos bem são conhecidos e o genoma mapeado. O que se tem de concreto contra o HIV causador da Aids?
Controlar dengue através de vacina significa deixar de produzir milhões e milhões de litros de veneno e antitérmicos. Imunizar contra HIV vai quebrar muito laboratório. Setores da indústria farmacêutica e de venenos terão que mudar de ramo. Terror mental, o mais ligeiro pensar que grupos estejam visando lucro a troco de tanto sofrimento e morte. Não é isto que a indústria bélica faz?
Peço a todos os Anjos, Orixás e Divindades que seja apenas tormento e que tamanha ganância e frieza humana sejam frutos de paranoica imaginação Assim tanto sofrimento enfermo, quanto da dor da perda, seriam radicalmente amenizados.
Publicado Jornal Correio em 05/04/2014
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