segunda-feira, dezembro 8

Fim da picada




Final dos tempos. Leio matéria que aqui transcrevo pedacinho: “Motoristas de várias localidades venezuelanas reclamam de dificuldades para abastecer seus carros, apesar de a Venezuela ser um país produtor de petróleo e derivados.” Se em um dos maiores produtores de petróleo do mundo falta gasolina e diesel, imagina o que sobra para o resto do mundo.

Tudo bem, não é a primeira vez que campeões em alguma coisa sentem escassez na pele de algum produto; vejamos o Brasil, o país do futebol (sic). Faltou futebol geral na última copa – a pá de cal foi um 7 a 1 contra a Alemanha que por dó não quis humilhar mais país anfitrião.

Explicar ou reforço a utilização do tal sic que vemos por toda parte. Se até bem pouco tempo era empregado apenas para apontar algum erro de ortografia ou pontuação, hoje tornou-se um grande companheiro para expressar descontentamento e discordância total de alguma afirmação. Logo o sic lá do alto tem sua razão de ser, pois nossa seleção ocupa a ridícula sexta posição no ranking da FIFA, abaixo até da recentemente “freguesa” de carteirinha Colômbia. De “Los hermanos” não vou nem falar, além de Papa eles possuem e ostentam um glorioso segundo lugar na mesma tabela.

Não sou nenhum Camargo Neto quando se trata de futebol, mas como diz a cartomante, as cartas e os números não mentem jamais – outro sic aqui; manipular números para o bem ou para o mal é corriqueiro. Trapaça com algarismos sejam eles áureos, atômicos, quânticos, completos, primos ou nem parentes, existe desde quando surgiram há mais de 30.000 anos, e tome evolução tanto das formas de contar quanto das maracutaias. Hoje podemos contar com a simplicidade de dois, apenas dois números, o zero e o um. Com este mágico código binário pode-se surrupiar bilhões, falsear relatórios e até realizar o não feito.

Falta combustível na Venezuela, futebol no Brasil. A seguir tendência logo não teremos Coca-Cola nos Estados Unidos, cerveja na Alemanha, sushi no Japão. Pizza na Itália será vendida na clandestinidade, perfume na França só importado do Paraguai.

Se pararmos para escutar com atenção vamos perceber que o mundo passa por uma turbulência generalizada. Os motivos vários, quase sempre com a mão humana a atrapalhar. Talvez alguns disparos de energia cósmica estejam interferindo na ordem natural das coisas.

Agora temos um satélite por nome sugestivo de Rosetta que desovou o módulo Philae para se agarrar como carrapato ao cometa Churyumov-Gerasimenko, nome que lembra banda de rock, e que custou a “bagatela” de 1,4 bilhão de euros. Recursos desta monta, seriam suficientes para resolver a fome no planeta, descobrir a cura e/ou vacina contra Ebola, AIDS, malária, a cura do câncer, Alzheimer e tantos outros tormentos. Mas não. Toda essa grana foi literalmente para o espaço.

Fica a pergunta das perguntas para tão árduos tempos, o inferno astral da humanidade: Será que os escoceses, passarão a tomar whisky importado?
Pois é, tem dia que de noite é assim. Final dos tempos.





Publicado  Jornal Correio em 7 de dezembro 2015





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