Uma semana fora de nossa Uberlândia parece uma eternidade quando se trata de acontecimentos inusitados. Cheguei de um longe Maranhão, onde estava, mais uma vez, a convite do Ministério da Saúde, capacitando técnicos daquele Estado para implantarem programa de manejo de escorpiões. Sensação de realização absoluta quando vemos o resultado destas capacitações.
Percorrermos praticamente todo país mostrando nossa experiência. Modéstia às favas, temos, sim senhor, um dos melhores programas de controle desse bicho no Brasil. Participamos da elaboração do Manual de Controle de Escorpiões do mesmo Ministério, portanto, da normatização de condutas a serem seguidas para tal em um país continental – a rima foi sem querer, mas fica rica. Pode um profissional de saúde ter satisfação maior?
Cheguei sábado, depois de longo e confuso vôo, repleto de conexões malucas e horas de espera em aeroportos, onde cafezinho custa até oito contos. Constatação: a distância mais curta entre dois pontos da aviação nunca é uma reta. Domingo, ainda com ressaca de tanto voar, participei da superbem organizada Corrida do Sesc. Fiquei feliz. Depois, almocei na “Nossa Feira” da Praça Sérgio Pacheco.
Em casa, abri os jornais do dia. Aí o susto: “Argh, plágio!” de Gustavo Hoffay. O simples passar d’olhos já me trouxe péssimas lembranças. Mais espanto ao ler, como é de costume, a bem escrita crônica de Hoffay. Explico.
Por muito tempo fui roubado em textos por certo cidadão, que se diz jornalista e que publicava sistematicamente textos meus, de Thogo Lemos, de Ana Maria Cunha, de Marília Alves Cunha, Cláudio Vital e sabe-se lá de quantos mais. Muitos amigos leitores, indignados, escreveram para o tal jornal, sobre o demente. Resposta nenhuma. Sigam o link cerradodeminas.blogspot.com.br/2011 e confiram.
Se este for o mesmo jornal, provavelmente o ladrão de idéias, o intelectualmente doente, será o mesmo. Ah, não sei se já viram, mas o seu “Salve-se quem puder” amigo Gustavo, publicado em 29/09/2010, foi copiado na integra lá também.
Certa feita, ao ser entrevistado por enigmática, articulada, informada e de muito bem escrever personagem, que assinava @uberlandia, foi feita a mim a seguinte pergunta:
“Qual a sensação de se ter um texto roubado? É igual, parecido ou pior do que ter uma casa arrombada?”
Respondi: As criações, sejam literárias ou outra forma de expressão, custam algum sofrimento para quem as produz. Pode parecer mentira, mas criar muitas vezes dói, machuca. Porém, depois de prontas vem um porre de endorfina. Relaxante sensação de prazer absoluto. Quando te roubam um texto te roubam mais do que palavras, roubam um pouco de sua vida e isso incomoda pra caramba.
Ao final das contas um texto roubado é uma casa violada.
Salvei o dia com meu Galo dando tunda no Fluminense por quatro a um. Poderia ser um domingo perfeito não fosse o remoer em asco e nojo do mau caráter “tartufo acéfalo” plagiador (adorei esta expressão) e a pequenez de um jornal que aceita tais escritos.
Mas deixa estar caro Gustavo, hora ele acha o dele.
Publicado em 24 de maio de 2015 Jornal Correio