Peço licença aos jornalistas especializados na matéria aqui do CORREIO de Uberlândia, vou dar pisada leve, daquelas de não deixar nem marcas em praia na qual cambaleio, queimo os pés em quente e movediça areia e corro para água ligeiro.
Penso hora que vi quase de tudo. Nada vi. Quando o assunto é arte da política, aí me embanano todo. Sou parlamentarista por convicção e fervoroso defensor do voto distrital; este fortalece a relação entre político e cidadão, meu voto elege ou não quem escolhi e não um pára-quedista qualquer de outro lugar do qual nunca nem ouvi falar.
Infelizmente, ando a perder em ambas as formas que realmente acredito democráticas. Pronto, é o máximo no assunto que me estendo, que consigo, me dando por satisfeito como cidadão. Nunca sei se em quem votei, anda ou não a fazer.
Uberlândia, terra da qual agora também sou filho, adotado e por decreto é fato, mas minha cidade de coração anda a me passar alguns sustos quando o assunto é política e politicagens.
Li outro dia aqui no CORREIO que querem lançar Hélio Costa como candidato a prefeito ano vem. Que maluquice é essa São Jorge – desculpe evocar seu nome em vão, Santo guerreiro, mas apenas a ti posso pedir proteção. Me vem um senhor lá de Barbacena, que não conhece nem onde fica a Morada Nova, Jardim Sucupira. E a Granja Marileusa? Saberia ele onde fica? Duvido que tenha participado sequer de uma edição da maravilhosa Corrida do Cerrado. Dirão que isso não tem a menor importância. Concordo, em parte, mas saberá ele o que é o Cerrado?
Mas e os anseios do nosso povo? Como pensa/ fala, seu sotaque gostoso? Ouço meus filhos fecharem os erres. Nem com quase quarenta anos de Uberlândia consegui perder meus erres arranhados de Belo Horizonte. Imagina o senhor Hélio Costa conversando com o nossa gente. Vai parecer programa de entrevista de televisão, com direito até ao balançar de ombros muito bem capturado nas charges de Valtênio.
Pensa que acabou aí, queridos amigos?
Além do barbacenense, mais um estranho no ninho prepara para se lançar candidato, o zero de votos e ex-suplente de senador, carioca da gema e dos “xis”, Wellington Salgado. Aliás, eu cá na minha ignorância fico a pensar na tal figura de suplente, me explica: isso serve para quê mesmo? Uma pessoa assumir um cargo da envergadura de um senador sem ter tido sequer um votinho? Nem o dele próprio! Fala sério.
Será nossa Uberlândia tão pobre de gente capaz assim? Claro que não! Temos figuras do naipe de Gilmar Machado, pronto para tentar reeleição, temos Odelmo Leão, temos três Prados, um Tenente reformado, temos Leonídio, Luiz Humberto e tantas outras lideranças aqui da terra que verdadeiramente conhecem o chão onde pisam, se não aqui nasceram fizeram vida aqui há décadas.
Falam a língua de nosso povo “como ninguém fala mais” – Saudades, Teotônio Vilela. A lei permite estas coisas, então é direito deles correrem atrás da viúva seja eles de onde forem: Erechim, Quixeramobim, São. Mas que é estranho e esquisito, lá isso é! Sarneys do Amapá!
Falam a língua de nosso povo “como ninguém fala mais” – Saudades, Teotônio Vilela. A lei permite estas coisas, então é direito deles correrem atrás da viúva seja eles de onde forem: Erechim, Quixeramobim, São. Mas que é estranho e esquisito, lá isso é! Sarneys do Amapá!
Fico imaginando o programa eleitoral ano que vem. Que salada de sotaques estrangeiros. Prata da casa Uberlândia, prata da casa… No mais, Gerais.
Jornal Correio em 26/08/2015