segunda-feira, fevereiro 9

Rios mortos

O municipio é banhado por três rios, dos quaes, um, o das Velhas, é bastante caudaloso. Os outros dois, o Uberabinha e o Bom Jardim, depois de reunidos cerca de 8 kilometros acima da cidade, vão affluir ao primeiro que é, por sua vez, o principal tributário do grande Paranahyba.”

Trecho de artigo do Joanico publicado no Diário Oficial de Minas Gerais, em 1905.





Mergulhei no Urucuia, pesquei no São Francisco. Na canastra pulei de margem a margem de um Santo Chico nascente.
Vi bandos de alvas garças riscar o das Velhas.
Morei no barranco de um Paranaiba paralisado, sem corredeiras.
Salvei bichos de suas águas antes velozes.

Hoje vejo florestas mortas com água à cintura, a apontar em súplica pétrea, galhadas para o céu, em agonia paralisante
Vejo silêncio e solidão em margens desaparecidas, submersas eternamente.
Lugarejos inteiros engolidos em fúria sede, em profunda água.
Ruas, casas, igrejas, prostíbulos. De suas janelas caminhos outrora vivos, servem, agora a peixes e à penumbra
Rios pedem socorro, eu represado, clemencia.




fevereiro 2009

Foto: Árvores mortas e tapete de alga na represa do Lajeado, TO
Fonte: Brasil das águas


Artigo do Diário Oficial de Minas Gerais a mim enviado por Antônio Pereira da Silva, do IAT - Instituto de Artes Ciências e Cultura do Triângulo

Nenhum comentário: