“O municipio é banhado por três rios, dos quaes, um, o das Velhas, é bastante caudaloso. Os outros dois, o Uberabinha e o Bom Jardim, depois de reunidos cerca de 8 kilometros acima da cidade, vão affluir ao primeiro que é, por sua vez, o principal tributário do grande Paranahyba.”
Trecho de artigo do Joanico publicado no Diário Oficial de Minas Gerais, em 1905.
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Mergulhei no Urucuia, pesquei no São Francisco. Na canastra pulei de margem a margem de um Santo Chico nascente.
Vi bandos de alvas garças riscar o das Velhas.
Morei no barranco de um Paranaiba paralisado, sem corredeiras.
Salvei bichos de suas águas antes velozes.
Hoje vejo florestas mortas com água à cintura, a apontar em súplica pétrea, galhadas para o céu, em agonia paralisante
Vejo silêncio e solidão em margens desaparecidas, submersas eternamente.
Lugarejos inteiros engolidos em fúria sede, em profunda água.
Ruas, casas, igrejas, prostíbulos. De suas janelas caminhos outrora vivos, servem, agora a peixes e à penumbra
Rios pedem socorro, eu represado, clemencia.
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fevereiro 2009
Foto: Árvores mortas e tapete de alga na represa do Lajeado, TO
Fonte: Brasil das águas
Artigo do Diário Oficial de Minas Gerais a mim enviado por Antônio Pereira da Silva, do IAT - Instituto de Artes Ciências e Cultura do Triângulo
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