Em fim de tarde seca, nada como prosa no quintal. Deixa escurecer sozinho sem acender de luz, sentir vento fresco que sopra lá do Goiás trazendo poeira, polem, maritacas e araras. Nada de chuva ainda, mas ela, com sempre hora vem.
Um papagaio boiadeiro contradiz as regras da física e passa voando bem perto, sureco e resmungão, voa de lado. Estranhamente sozinho. Companheira ficou pelo caminho?
Curicacas aninham no coqueiro, em breve ovos, choca e filhotes.
O universo dos pequenos nos mostra detalhes deslumbrantes. Alguns fotografamos com máquinas, outros grudam na memória que nem pé de passarinho no visgo.
Atenção momentâneamente desviada para o chão, ali aventura acontecia. Prima próxima da formiga-cabo-verde, tucandeira mineira, venenosa. Ferroada doido que só. Nossas crianças aprenderam na prática, hoje crescidos, pulam por cima ou arredam ligeiro com o dedo do pé. Carece matar nunca.
Em esforço carregava amendoim, banquete. Restos deste quente fim de tarde regado a risos e trocas.
Saímos pouco, temos quase tudo ali mesmo. Quintal: sala, cozinha, canto de receber.
Esforço compensado, sozinha fez seu verão sem se importar com pressa peso ou pressão.
Lá se foi altaneira/ serelepe
O amendoim era sim, de um doce e caseiro pé de moleque.
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