"Se for falar mal de mim me chame, sei coisas horríveis a meu respeito" (Clarice Lispector)
sábado, junho 30
Reforma - Sexto dia
ELE descansou no sétimo dia. Como somos, em nossa insignificância e presunção, apenas seus filhos, pegamos o sexto também.
Enquanto descansamos carregamos pedras, hora de tornar o nicho habitável novamente.
Faxina geral, pouco tempo agora para contar, depois volto.
Para não escapar: bem cedinho, agorinha mesmo, o sol rompeu caminho por fresta de tapume e roubou cena. Nesga de maravilhosa luz. Pulseira de todas jóias, pedras preciosas: ametistas, turmalinas, citrinos verdes, água-marinhas, topázios imperiais, lápis-lazulis, esmeraldas, quartzo-rosa em profusão, esta a pedra do chackra do coração, rubis. Viva, vida.
Luz amarela em horizontal formato por onde bailavam em mil cores, como todo um sistema solar, infinitos e minúsculos grãos da terra. Harmônico balé matinal, prenuncio de mais um lindo dia, alento. Depois conto mais, pois como sexto esse dia não conta.
Muita água, vassoura, sabão nos espera.
Reforma - Quinto dia
Algumas paredes subindo, outras ainda sendo abatidas. Os cirurgiões do concreto dissecaram cantos e meios deixando à mostra vasos multicoloridos, artérias e veias eletrificadas.
Me ponho a imaginar como será colocar tanto em seus lugares funcionando novamente.A moldura da janela está criada, mostrando um pouco de como será.
Estamos todos ressequidos em pó de cerrado.
Sexta-feira por si só já traz cansaço, imagina em obras.
Me ponho a imaginar como será colocar tanto em seus lugares funcionando novamente.A moldura da janela está criada, mostrando um pouco de como será.
Estamos todos ressequidos em pó de cerrado.
Sexta-feira por si só já traz cansaço, imagina em obras.
sexta-feira, junho 29
Reforma - Quarto dia
A casa, agora metamorfoseada em Alésia pós César. Alésia? Onde fica Alésia?
Pó nosso de cada dia, nos dai hoje. Poeira daquela que, como fumaça de filme de Nosferatus, se espalha aos rolos, musicalmente silenciosa, passa por debaixo das portas e põe-se em ninho por todas as frestas e cantos.
Paredes começaram a cair abatidas a marretas, ponteiras e talhadeiras.
Integração de espaços, o lá fora passou para dentro. Não há barreiras. Acordei na madrugada pensando que estávamos "somewhere over the rainbow way up high".
A lua quase cheia ilumina parte da casa por dentro, o piso sob seu brilho parece praia de prata. Pegadas conhecidas, outras não, se encarregam de levar o suor das paredes quebradas para outras paragens, distantes da reforma.
É o monopólio do refazer. As crianças espalham-se, improvisando recantos, heroicamente resistem, sorriso trocista, vamos bem levando. Laica, nossa canina companhia, voluntariamente preferiu o canil à sombra da árvore.
Por Tutátis! Alésia!? Onde fica Alésia!?
Como alguns poucos gauleses, somos irredutíveis...
"Somewhere over the rainbow
Skies are blue,
And the dreams that you dare to dream
Really do come true."
("Somewhere Over the Rainbow"
Harold Arlen e E.Y. Harburg)
PS: Nunca leu Asterix? Então uma ajuda sobre Alésia AQUI ora bolas!
Pó nosso de cada dia, nos dai hoje. Poeira daquela que, como fumaça de filme de Nosferatus, se espalha aos rolos, musicalmente silenciosa, passa por debaixo das portas e põe-se em ninho por todas as frestas e cantos.
Paredes começaram a cair abatidas a marretas, ponteiras e talhadeiras.
Integração de espaços, o lá fora passou para dentro. Não há barreiras. Acordei na madrugada pensando que estávamos "somewhere over the rainbow way up high".
A lua quase cheia ilumina parte da casa por dentro, o piso sob seu brilho parece praia de prata. Pegadas conhecidas, outras não, se encarregam de levar o suor das paredes quebradas para outras paragens, distantes da reforma.
É o monopólio do refazer. As crianças espalham-se, improvisando recantos, heroicamente resistem, sorriso trocista, vamos bem levando. Laica, nossa canina companhia, voluntariamente preferiu o canil à sombra da árvore.
Por Tutátis! Alésia!? Onde fica Alésia!?
Como alguns poucos gauleses, somos irredutíveis...
"Somewhere over the rainbow
Skies are blue,
And the dreams that you dare to dream
Really do come true."
("Somewhere Over the Rainbow"
Harold Arlen e E.Y. Harburg)
PS: Nunca leu Asterix? Então uma ajuda sobre Alésia AQUI ora bolas!
quinta-feira, junho 28
Culpa
Fui, vi e gostei,
A frase genial do Simpson pai Homer está no blog da Rosana Hermann
"A culpa é minha e eu ponho ela em quem eu quiser"
A frase genial do Simpson pai Homer está no blog da Rosana Hermann
"A culpa é minha e eu ponho ela em quem eu quiser"
Beija-flor da Gigi
Conhecer para proteger
Foto de Diphylla ecaudata por Márcia Baptista - Projeto Vida de Morcego
enviada para nosso Projeto Morcego Livre
Recebi de Ludmilla Aguiar bióloga pesquisadora e especialista em morcegos da EMBRAPA - DF.
Um exemplo de raro trabalho não apenas sobre morcegos, mas para os morcegos.
27/06/2007 - 07h10
Morcegos que contraíram raiva são nocivos por pouco tempo, diz estudo
da France Presse, em Paris
Um estudo a respeito da raiva entre os morcegos conforta a decisão tomada pela União Européia de proteger estes mamíferos, afirma um estudo a ser publicado nesta quarta-feira (27) pela revista americana "PloS ONE". O vírus da raiva analisado não está presente no Brasil.
O estudo, "o maior já realizado sobre morcegos", ficou a cargo dos especialistas Hervé Bourhy (Instituto Pasteur, Paris) e de Jordi Serra-Cobo (Universidade de Barcelona, Espanha).
Foram acompanhados mais de 800 morcegos insetívoros da espécie Myotis myotis (morcego rato-grande) nas ilhas Baleares, na Espanha, por 12 anos.
Os pesquisadores calcularam o tempo durante o qual um morcego infectado poderia contaminar outro animal: cinco dias em média.
Os estudiosos demonstraram que a infecção pelo vírus responsável pela raiva não provoca a morte dos morcegos e não modifica seu comportamento, ao contrário do que acontece entre os cachorros e as raposas, por exemplo.
"Mesmo que nós tenhamos confirmado o risco potencial de transmissão do vírus responsável pela raiva dos morcegos ao homem, nós também mostramos, pelo menos com relação à espécie estudada, que este risco é limitado no tempo", comenta Hervé Bourhy.
"A dinâmica da infecção entre os morcegos põe em evidência a decisão tomada pela Europa de proteger estes animais e de não destruir as colônias nas quais há raiva", disse ele.
"A única medida razoável hoje é, como o que foi feito em Baleares, de proibir o acesso às grutas que abrigam os morcegos suscetíveis a serem infectados", afirma o especialista.
A raiva, fatal e mais freqüentemente transmitida por cães, causa cerca de 50 mil mortes por ano no mundo. Não há tratamento após a instalação da doença --a única possibilidade de combatê-la é por meio de tratamento preventivo, com vacina.
Os morcegos estão na origem de poucos casos entre humanos. Na Europa, apenas quatro foram registrados desde 1985: um na Finlândia, um na Escócia, um na Ucrânia e um na Rússia.
As unidades do Instituto Pasteur em Paris e Túnis coordenam o programa (www.rabmedcontrol.org) financiado pela União Européia, com o investimento de aproximadamente R$ 2,8 milhões em três anos. A intenção é eliminar a raiva da África do Norte. A doença provoca centenas de mortes por ano na região.
Na França e na União Européia é proibido matar, capturar ou comercializar morcegos. Tocar em um animal doente ou morto é algo desaconselhável.
Publicidade criativa I
quarta-feira, junho 27
Aguardente
Não há desencanto de amor, paixões bem resolvidas.
Amigos os tenho, poucos. Porém forjados em boa têmpera.
Inoxidáveis, eternos.
Com o Criador mantenho bom cortejo, sem intermediários.
Não confesso a homem que se diz, arrogantemente, santo.
Me deixo levar pela louca vida embriagado e em permanente torpor.
Fardo árduo. Empreita difícil.
Me embriago em busca de centelhas de êxtase, de verdadeira razão.
Me embriago.
Atormentado, padeço à mingua de vida não correspondida.
Amigos os tenho, poucos. Porém forjados em boa têmpera.
Inoxidáveis, eternos.
Com o Criador mantenho bom cortejo, sem intermediários.
Não confesso a homem que se diz, arrogantemente, santo.
Me deixo levar pela louca vida embriagado e em permanente torpor.
Fardo árduo. Empreita difícil.
Me embriago em busca de centelhas de êxtase, de verdadeira razão.
Me embriago.
Atormentado, padeço à mingua de vida não correspondida.
Reforma - Terceiro dia
Pedreiro vem hoje não. Morreu parente em Monte Carmelo.
Faz viagem. Dois descansos, um eterno.
Faz viagem. Dois descansos, um eterno.
terça-feira, junho 26
Reforma - Segundo dia II
Acabou de acabar. Betoneira, furadeira o dia todo.
Conto mais hoje não.
Conto sim, coisa pouca. Esperei escurecer, troquei uma de minhas caixas de Jataí (Tetragonisca angustula) de lugar, amanhã uma das paredes acaba de chegar. É uma caixa cubo do prof.Kerr, as do Paulo Nogueira Neto (PNN) não estão estrovando a obra.
Conto mais hoje não.
Conto sim, coisa pouca. Esperei escurecer, troquei uma de minhas caixas de Jataí (Tetragonisca angustula) de lugar, amanhã uma das paredes acaba de chegar. É uma caixa cubo do prof.Kerr, as do Paulo Nogueira Neto (PNN) não estão estrovando a obra.
Reforma - Segundo dia I
Madrugada ainda.
Arrastar de móveis, um guardar de almofadas, quadros e livros sem fim.
Hoje efetivamente a reforma e o pó adentrarão a casa.
A velha porta com seus múltiplos vidros jateados e geométricos desenhos será retirada. Cúmplice de tanto entra e sai, dirigi a ela olhar tristonho e lembrei de Alice: "BEBA-ME" dizia uma etiqueta redor do gargalo da garrafa - lembram da história?
Beberia com prazer, sentiria o delicoso sabor de "mistura de torta de cereja, creme de ovos, leite e açúcar, abacaxi, peru assado, toffy e torradas quentes", pois só assim, pequeno poderia passar por portal de tamanhas lembranças.
Mudanças fazem sempre algumas baixas, previsíveis, mas são sempre baixas.
Amanheceu frio.
Arrastar de móveis, um guardar de almofadas, quadros e livros sem fim.
Hoje efetivamente a reforma e o pó adentrarão a casa.
A velha porta com seus múltiplos vidros jateados e geométricos desenhos será retirada. Cúmplice de tanto entra e sai, dirigi a ela olhar tristonho e lembrei de Alice: "BEBA-ME" dizia uma etiqueta redor do gargalo da garrafa - lembram da história?
Beberia com prazer, sentiria o delicoso sabor de "mistura de torta de cereja, creme de ovos, leite e açúcar, abacaxi, peru assado, toffy e torradas quentes", pois só assim, pequeno poderia passar por portal de tamanhas lembranças.
Mudanças fazem sempre algumas baixas, previsíveis, mas são sempre baixas.
Amanheceu frio.
segunda-feira, junho 25
Reforma - Primeiro dia
Recebimento de material: areia fina e média, cimento, brita, tijolo, tábuas, pregos, cal, ferro...
Caçamba.
A porta, imensa, chega amanhã. Fica encostada sem serventia própria por uns dias.
Descansa e observa.
Marcação e traços, brumo e esquadro furação de brocas. Começou a poeira.
E a cachorra acostumada com soltura, amarrada no pé de jabuticaba. Tem sombra e água fresca, não basta, carece de liberdade.
Com reforma quebra-se rotina até, ou principalmente de cão.
Reforma
Ando um pouco distante, sumido mesmo. Começamos hoje reforma em casa.
Tiramos pedaço de garagem transformamos em bela sala iluminada por imensa janela.
Atônitos uns, indignados outros por me ver comer varanda.
Respondo com pergunta: Conforto e espaço para as gentes ou para carros?
Vou contando o derruba/ levanta.
Tiramos pedaço de garagem transformamos em bela sala iluminada por imensa janela.
Atônitos uns, indignados outros por me ver comer varanda.
Respondo com pergunta: Conforto e espaço para as gentes ou para carros?
Vou contando o derruba/ levanta.
Não gostou?
Recebi do amigo e querido Irmão Leonel.
Repasso, vale atenta leitura
NÃO GOSTOU? RELAXA E GOZA
Por Reinaldo Azevedo
Temos um governo que é delinqüente também intelectualmente. O “relaxa e goza” da ministra turista e turística Marta Suplicy não foi só um escorregão, não. A fala é a manifestação de um mal bem mais profundo. Na sua aparente frivolidade, há muito de pura perversidade. É até penoso lembrar que o “relaxa e goza” da ministra são duas orações principais que têm uma subordinada condicional. O período composto inteiro é assim: “Se o estupro é inevitável, relaxa e goza”. O alcance denotativo do que diz esta senhora é o seguinte: “O caos nos aeroportos é inevitável, então tratem de se conformar”.
Já a lição de política que ela transmite é terrificante: o estupro, em sentido amplo, representado pelo petismo, não pode ser evitado. A psicóloga não se dá conta do peso simbólico de sua fala: ela nos ameaça com a tirania; ela está dizendo aos brasileiros que não adianta lutar, que não adianta espernear. A cada um se nós resta a passividade diante do agressor. Temos de nos entregar aos nossos algozes. Depois, ela divulgou uma nota que acrescenta uma estupidez nova à fala. Diz-se também ela vítima dos problemas aéreos, como se, integrante do governo, não pertencesse à equipe que tem de apresentar soluções. Cínica quando fala o que lhe dá na cabeça; cínica ainda quando tem tempo de refletir.
Marta não é uma exceção no governo Lula. Ela é a regra. Seu chefe participou do lançamento do Plano Nacional de Turismo. E vandalizou, como de hábito: “O que a gente vê de bonito na imprensa brasileira? Quais são as mensagens que nos provocam a viajar no final de semana? Não tem. Se fala de Pernambuco, é morte; se fala do Ceará, é morte, se fala da Bahia, é morte. Aí a pessoa diz: ‘Espera aí, não vou sair daqui não, vou ficar dentro de casa’. E ainda olha, vê se não tem uma fresta, para não vir bala perdida’". Não há interpretação alternativa para o que ele diz: a violência é uma invenção da imprensa. Sim, senhores: Lula está nos dizendo que os crimes e as balas perdidas são inevitáveis. E manda um recado ao cidadão: “Relaxa e goza”.
Dirigindo-se aos governadores, afirmou: "Não basta ficar falando bem do Acre dentro do Acre, os acreanos já sabem. Agora, se fizer isso, vão dizer: ‘Está gastando dinheiro’. Já vai o Ministério Público abrir um processo, já vai um deputado de oposição criticar, já vai fazer um monte de coisa. Porque, neste país, ainda há um tipo de gente que precisa ter muita desgraça para ele poder existir". O presidente da República acaba de enxovalhar pilares dos regime democrático. Ministério Público, oposição e imprensa, como a gente vê, enchem a sua paciência, não o deixam governar em paz. Lula não quer dar bola para essa gente. O negócio dele é relaxar e gozar.
Deu ainda exemplos do que seria uma relação conjugal de um casal que não viaja: o homem de “cuecão”; a mulher fazendo limpeza no pé do marido, e este dando “um coice” na patroa. A platéia riu. Lula é o bobo da corte do próprio governo. Sua vida doméstica deve ser um lixo. Eu especulo sobre a dele porque ele especula sobre a nossa.
Dirceu
José Dirceu falou ontem num congresso de metalúrgicos da CUT. Ele também não gosta da imprensa. Como Lula. Segundo disse, “nunca foi tão possível como agora” democratizar os meios de comunicação, usando a “regulação e a concorrência do setor”. Este democrata vê uma "profunda divisão dos formuladores de comunicação no Brasil". E convida: "Há uma possibilidade real de aproveitarmos esse momento". A “divisão" a que ele se refere deve ser o jornalismo áulico, que vive às custas da papa fina das estatais.
O governo a que pertence o Lula que não quer violência no jornalismo e o Zé que pretende usar as leis de regulação — como Chávez, na Venezuela, mas com mais suavidade — é o mesmo que pretende criar a TV oficial e reintroduzir a censura prévia no país, com a concordância cúmplice de alguns idiotas da própria mídia. “Aproveitar”, como diz o Zé, as divergências do campo democrático para impor a sua agenda é uma prática clássica da esquerda — mesmo sendo o esquerdismo petista.
Não gostou? Relaxa e goza!
Repasso, vale atenta leitura
NÃO GOSTOU? RELAXA E GOZA
Por Reinaldo Azevedo
Temos um governo que é delinqüente também intelectualmente. O “relaxa e goza” da ministra turista e turística Marta Suplicy não foi só um escorregão, não. A fala é a manifestação de um mal bem mais profundo. Na sua aparente frivolidade, há muito de pura perversidade. É até penoso lembrar que o “relaxa e goza” da ministra são duas orações principais que têm uma subordinada condicional. O período composto inteiro é assim: “Se o estupro é inevitável, relaxa e goza”. O alcance denotativo do que diz esta senhora é o seguinte: “O caos nos aeroportos é inevitável, então tratem de se conformar”.
Já a lição de política que ela transmite é terrificante: o estupro, em sentido amplo, representado pelo petismo, não pode ser evitado. A psicóloga não se dá conta do peso simbólico de sua fala: ela nos ameaça com a tirania; ela está dizendo aos brasileiros que não adianta lutar, que não adianta espernear. A cada um se nós resta a passividade diante do agressor. Temos de nos entregar aos nossos algozes. Depois, ela divulgou uma nota que acrescenta uma estupidez nova à fala. Diz-se também ela vítima dos problemas aéreos, como se, integrante do governo, não pertencesse à equipe que tem de apresentar soluções. Cínica quando fala o que lhe dá na cabeça; cínica ainda quando tem tempo de refletir.
Marta não é uma exceção no governo Lula. Ela é a regra. Seu chefe participou do lançamento do Plano Nacional de Turismo. E vandalizou, como de hábito: “O que a gente vê de bonito na imprensa brasileira? Quais são as mensagens que nos provocam a viajar no final de semana? Não tem. Se fala de Pernambuco, é morte; se fala do Ceará, é morte, se fala da Bahia, é morte. Aí a pessoa diz: ‘Espera aí, não vou sair daqui não, vou ficar dentro de casa’. E ainda olha, vê se não tem uma fresta, para não vir bala perdida’". Não há interpretação alternativa para o que ele diz: a violência é uma invenção da imprensa. Sim, senhores: Lula está nos dizendo que os crimes e as balas perdidas são inevitáveis. E manda um recado ao cidadão: “Relaxa e goza”.
Dirigindo-se aos governadores, afirmou: "Não basta ficar falando bem do Acre dentro do Acre, os acreanos já sabem. Agora, se fizer isso, vão dizer: ‘Está gastando dinheiro’. Já vai o Ministério Público abrir um processo, já vai um deputado de oposição criticar, já vai fazer um monte de coisa. Porque, neste país, ainda há um tipo de gente que precisa ter muita desgraça para ele poder existir". O presidente da República acaba de enxovalhar pilares dos regime democrático. Ministério Público, oposição e imprensa, como a gente vê, enchem a sua paciência, não o deixam governar em paz. Lula não quer dar bola para essa gente. O negócio dele é relaxar e gozar.
Deu ainda exemplos do que seria uma relação conjugal de um casal que não viaja: o homem de “cuecão”; a mulher fazendo limpeza no pé do marido, e este dando “um coice” na patroa. A platéia riu. Lula é o bobo da corte do próprio governo. Sua vida doméstica deve ser um lixo. Eu especulo sobre a dele porque ele especula sobre a nossa.
Dirceu
José Dirceu falou ontem num congresso de metalúrgicos da CUT. Ele também não gosta da imprensa. Como Lula. Segundo disse, “nunca foi tão possível como agora” democratizar os meios de comunicação, usando a “regulação e a concorrência do setor”. Este democrata vê uma "profunda divisão dos formuladores de comunicação no Brasil". E convida: "Há uma possibilidade real de aproveitarmos esse momento". A “divisão" a que ele se refere deve ser o jornalismo áulico, que vive às custas da papa fina das estatais.
O governo a que pertence o Lula que não quer violência no jornalismo e o Zé que pretende usar as leis de regulação — como Chávez, na Venezuela, mas com mais suavidade — é o mesmo que pretende criar a TV oficial e reintroduzir a censura prévia no país, com a concordância cúmplice de alguns idiotas da própria mídia. “Aproveitar”, como diz o Zé, as divergências do campo democrático para impor a sua agenda é uma prática clássica da esquerda — mesmo sendo o esquerdismo petista.
Não gostou? Relaxa e goza!
quinta-feira, junho 21
Um Stradivarius no Metrô
Recebi de Dionisio Teles
"Muito interessante mesmo.....leiam, e vejam o clip depois. Saiu no jornal "O Globo" de domingo passado.
Numa experiência inédita, Joshua Bell, um dos mais famosos violinistas do Mundo, tocou incógnito durante 45 minutos, numa estação de metrô de Washington, de manhã, na hora do rush, despertando pouca ou nenhuma atenção. A iniciativa foi do jornal "Washington Post", com a idéia de lançar um debate sobre arte, beleza e contextos.
Ninguém reparou também que o violinista tocava com um Stradivarius de 1713 - que vale 3,5 milhões de dólares. Três dias antes, Bell tinha tocado no Symphony Hall de Boston, onde os melhores lugares custam 100 dólares.
Ali na estação de metrô foi ostensivamente ignorado pela maioria, à exceção das crianças, que, inevitavelmente, paravam para escutar Bell... Segundo o jornal, isto é um sinal de que todos nascemos com poesia e esta é depois, lentamente, sufocada dentro de todos nós.
"Foi estranho ser ignorado" disse Bell, que é uma espécie de 'sex symbol' da música clássica, vestido de jeans, t-shirt e boné de basebol, interpretou "Chaconne", de Bach, que é, na sua opinião, "uma das maiores peças musicais de sempre, mas também um dos grandes sucessos da história".
Executou ainda "Ave Maria", de Schubert, e "Estrellita" , de Manuel Ponce - mas a indiferença foi quase total.
Esse fato, aparentemente, não impressionou os usuários do metrô. "Foi uma sensação muito estranha ver que as pessoas me ignoravam", disse Bell, habituado ao aplauso. "Num concerto, fico irritado se alguém tosse ou se um celular toca. Mas no metrô as minhas expectativas diminuíram. Fiquei agradecido pelo mínimo reconhecimento, mesmo um simples olhar", acrescentou.
Diretor da National Gallery, não se surpreende: "A arte tem de estar em contexto". E dá um exemplo: "Se tirarmos uma pintura famosa de um museu e a colocarmos num restaurante, ninguém a notará".
E aqui o link original do Washington Post:
http://www.washingtonpost.com/wp-dyn/content/article/2007/04/04/AR2007040401721.html "
"Muito interessante mesmo.....leiam, e vejam o clip depois. Saiu no jornal "O Globo" de domingo passado.
Numa experiência inédita, Joshua Bell, um dos mais famosos violinistas do Mundo, tocou incógnito durante 45 minutos, numa estação de metrô de Washington, de manhã, na hora do rush, despertando pouca ou nenhuma atenção. A iniciativa foi do jornal "Washington Post", com a idéia de lançar um debate sobre arte, beleza e contextos.
Ninguém reparou também que o violinista tocava com um Stradivarius de 1713 - que vale 3,5 milhões de dólares. Três dias antes, Bell tinha tocado no Symphony Hall de Boston, onde os melhores lugares custam 100 dólares.
Ali na estação de metrô foi ostensivamente ignorado pela maioria, à exceção das crianças, que, inevitavelmente, paravam para escutar Bell... Segundo o jornal, isto é um sinal de que todos nascemos com poesia e esta é depois, lentamente, sufocada dentro de todos nós.
"Foi estranho ser ignorado" disse Bell, que é uma espécie de 'sex symbol' da música clássica, vestido de jeans, t-shirt e boné de basebol, interpretou "Chaconne", de Bach, que é, na sua opinião, "uma das maiores peças musicais de sempre, mas também um dos grandes sucessos da história".
Executou ainda "Ave Maria", de Schubert, e "Estrellita" , de Manuel Ponce - mas a indiferença foi quase total.
Esse fato, aparentemente, não impressionou os usuários do metrô. "Foi uma sensação muito estranha ver que as pessoas me ignoravam", disse Bell, habituado ao aplauso. "Num concerto, fico irritado se alguém tosse ou se um celular toca. Mas no metrô as minhas expectativas diminuíram. Fiquei agradecido pelo mínimo reconhecimento, mesmo um simples olhar", acrescentou.
Diretor da National Gallery, não se surpreende: "A arte tem de estar em contexto". E dá um exemplo: "Se tirarmos uma pintura famosa de um museu e a colocarmos num restaurante, ninguém a notará".
E aqui o link original do Washington Post:
http://www.washingtonpost.com/wp-dyn/content/article/2007/04/04/AR2007040401721.html "
Aniversário
Aniversário de Júlio em Junho
Grande e famigerado Júlio
Cerveja, boas cachaças e vinho de procedência.
Carneiro assado, leitoa a pururuca, frango ao molho pardo.
Canjiquinha com costelinha taioba rasgada e ora-pro-nobis.
Salada de frutas, laranja Serra d'água.
Geleia de jaboticaba, pão de queijo quentinho.
Doce de leite, queijo fresco, broa de fubá.
Pausa, relaxa, boa música. Prosa e chá.
Começa tudo de novo.
Tempera com cheiro de mato, cachoeira, céu de lua nova, perfume de jasmim.
Põe bastante lenha no fogão. Esquenta, retoma.
Cerveja, boas cachaças, esquece o vinho.
Fogueira, batata na brasa, afinal depois , logo ali, vem São João.
Assim, amigo e famigerado Júlio feliz aniversário e tudo de bom
De coração, amigo de coração.
(Billy)
Grande e famigerado Júlio
Cerveja, boas cachaças e vinho de procedência.
Carneiro assado, leitoa a pururuca, frango ao molho pardo.
Canjiquinha com costelinha taioba rasgada e ora-pro-nobis.
Salada de frutas, laranja Serra d'água.
Geleia de jaboticaba, pão de queijo quentinho.
Doce de leite, queijo fresco, broa de fubá.
Pausa, relaxa, boa música. Prosa e chá.
Começa tudo de novo.
Tempera com cheiro de mato, cachoeira, céu de lua nova, perfume de jasmim.
Põe bastante lenha no fogão. Esquenta, retoma.
Cerveja, boas cachaças, esquece o vinho.
Fogueira, batata na brasa, afinal depois , logo ali, vem São João.
Assim, amigo e famigerado Júlio feliz aniversário e tudo de bom
De coração, amigo de coração.
(Billy)
terça-feira, junho 19
Photoshop
O poder do Photoshop
Com certeza também na web "nem tudo que reluz é ouro"
apesar da inadequação gramatical pouco percebida contida na expressão.
Com certeza também na web "nem tudo que reluz é ouro"
apesar da inadequação gramatical pouco percebida contida na expressão.
segunda-feira, junho 18
Notícias da Prefeitura
Laboratório faz controle de escorpiões
A Prefeitura Municipal de Uberlândia, por meio do Laboratório de Animais Peçonhentos da Secretaria de Saúde, desenvolve há 24 anos não só o manejo de escorpiões, como também pesquisas de produtos químicos (venenos) para controle desses aracnídeos.
O Laboratório tem todo o mapeamento da fauna escorpiônica do município e um banco de dados com todos os detalhes das visitas realizadas há mais de duas décadas de trabalho sistematizado. Na cidade, até o momento já foram identificadas cinco espécies de escorpiões, das quais três são de importância médica. O escorpião amarelo (Tityus serrulatus) é considerado o mais perigoso, tem aproximadamente 7 cm quando adulto, e pode causar acidentes graves ao ferroar; em seguida, em escala de periculosidade, aparece o escorpião marrom (Tityus bahiensis) . Recentemente foi identificado no município mais uma espécie de importância médica, o Tityus fasciolatus, que é marrom com listras nas costas. Na cidade inteira são encontrados escorpiões, sendo que o amarelo é encontrado principalmente no centro e nos bairros Martins, Cazeca, Brasil, Aparecida e Fundinho.
O escorpião precisa de água, alimento e abrigo. Em nossa cidade eles ficam predominantemente nas galerias de esgoto e em acúmulos de entulhos e a sujeira é o abrigo perfeito desses animais, por isso é necessário que cada pessoa faça sua parte, realize toda a limpeza necessária, utilize efetivamente o lixo e vede os ralos de casa. Segundo William H. Stutz, médico veterinário sanitarista, coordenador técnico do Laboratório, cada cidadão é responsável pelo lixo que produz e dono dele, por isso deve dar-lhe a destinação correta. “O trato com seu lixo e o respeito pelo coletivo são alguns dos fatores determinantes do grau de civilidade de um povo”, afirma.
A época de maior incidência de escorpiões corresponde ao período chuvoso, quando as galerias inundam, desalojando-os. Além das ruas, terrenos públicos e particulares, beiras de córregos têm sido usadas como depósito irregular de entulhos, resíduos orgânicos e compostos. A Prefeitura tem notificado freqüentemente os proprietários de terrenos particulares, uma vez que a limpeza é de sua responsabilidade. O terreno abandonado, além de servir para acúmulo de lixo, tem sido alvo de queimadas, ocasionadas por ação humana, provocando a invasão, nas residências mais próximas, além do escorpião, de animais como rato, mosca, barata e até mesmo cobra.
Mensalmente, são retirados das centrais e de bairros da cidade, mais de 6.000 metros cúbicos de entulho pelo Mutirão Cidade Limpa, que pega lixos domésticos, pneus, animais mortos, sofás e pedaços de árvores, deixados pelos carroceiros e pela população.
Ao encontrar um escorpião a pessoa deve ligar para o Laboratório (3255-3028), cujos os agentes vão até o local identificar a espécie, como o animal adentrou o imóvel , os possíveis locais onde estão se abrigando e procriando . Eles orientam como a pessoa deve fazer para evitar uma nova entrada desses animais. Se necessário, pode-se "abrir" o quarteirão inteiro e visitar todos os imóveis. São feitas em média 15 visitas por dia e se for preciso visitar as casas do quarteirão inteiro, pode - se chegar a 40 visitas diárias. São nove funcionários que fazem esse trabalho.
Há 14 anos, toda sexta-feira, os agentes fazem a captura ativa de escorpiões especificamente nos cemitérios, locais que oferecem todas as condições ambientais para favorecem a presença dos escorpiões. Por isso, junto com eles a Secretaria de Serviços Urbanos faz a limpeza diária do local.
A reprodução desses animais é rápida, o escorpião amarelo é uma máquina perfeita de evolução de uma espécie e de perpetuação, pois só existem fêmeas, e o número de filhotes pode chegar a 25 por parição, podendo ocorrer até duas por ano. A reprodução dos escorpiões amarelos se dá por partenogênese.
Além de todos os trabalhos realizados pelo laboratório, os agentes ministram palestras em escolas, feiras de ciência, SIPATs e outros eventos, levando informações sobre o comportamento dos escorpiões e sobre medidas eficazes de como se evitar a sua presença. Uberlândia é referência nacional em manejo de animais peçonhentos tanto que aqui são capacitados municípios de todo o Brasil. A meta atual é a capacitação de todos os municípios do estado de Minas Gerais. Por solicitação da Coordenação Estadual de Animais Peçonhentos da Secretaria de Estado da Saúde (SES), já passaram por este treinamento 48 municípios e o cronograma de treinamentos dos demais está em fase elaboração.
Técnicos do Laboratório de animais peçonhentos de Uberlândia, em conjunto com técnicos da SES e da Prefeitura de Belo Horizonte, elaboraram um manual de manejo de escorpião, que será distribuído em todo o Brasil.
Em caso de picada, a pessoa deve procurar orientação médica com urgência. Em crianças, idosos e pessoas alérgicas, os acidentes tendem a ser mais graves, podendo inclusive levar à morte.
Laboratório de Animais Peçonhentos da SMS - fone – 3255-3028
Foto: Tityus serrulatus de Marina F. Mineo
Fonte:
Secretaria Municipal de Comunicação Social
Av. Anselmo Alves dos Santos, 600 – Uberlândia / MG
Fones: (34) 3239-2684 / 2441 / 2883
domingo, junho 17
Na carne
À primeira vista para os mais desavisados pode até parecer que a Polícia Federal (PF) está jogando para a platéia e que o Brasil está prestes a se tornar um Estado Policial onde os direitos fundamentais do cidadão ficariam esquecidos. Pelo menos é o que alguns poderosos querem deixar transparecer.
Munidos de um ótimo programa de computador sugestivamente batizado de "O Guardião", a PF semeou a desconfiança e o medo entre aqueles que ilicitamente usam e abusam da coisa pública. É fato que a sensação de impunidade entre poderosos diminuiu a olhos vistos. Já não se trama com tanta desenvoltura e, aqueles que se arvoram a conspirar e maquinar agora o fazem como criminosos comuns, que aliás sempre foram. Já não podem agir de dentro do conforto de seus gabinetes, dirigem-se a lúgubres becos e orelhões escondidos.
O "Guardião" virou um fantasma, uma assombração.
Claro que prender poderosos sempre dará mais ibope e visibilidade do que prender sacoleiro, pois para a grande maioria das gentes estes últimos estão apenas correndo atrás do sustento de suas famílias num país desigual que não lhes oferece possibilidade de trabalho formal. Em fração de segundos a PF passa de mocinho para carrasco, injusto algoz.
A Polícia Federal agindo dentro dos limites da lei traz alento e segurança à população e mais, a patuléia trabalhadora - como diria Elio Gaspari - ou a tigrada - nas palavras de Ivan Santos -, mesmo que inconsciente se sente pelo menos por alguns instantes desfrutando de sádico prazer de vingança.
A verdade é que as ações de nossa Polícia Federal estão conseguindo e de maneira brilhante pelo menos diminuir as fraudes de licitações, o tráfico de influência, o desvio de milhões de reais que poderiam e deveriam estar a serviço de nossa gente, da negligenciada saúde pública, da sucateada educação, de nossos idosos, dos verdadeiramente necessitados, daqueles sem bandeiras, sem mobilização, sem voz, sem esperança.
O roubo institucional, a venda de prestígio, as escusas negociatas tendem a diminuir, dilapidação do patrimônio público refreada.
Atenção, poderosos desonestos de plantão ! Pensem bem antes de tramar contra toda uma nação, as sombras do poder já não serão suficientes para ocultá-los e, cuidado ao " se venderem para comprar outro".
E como a personagem Neusa Suely da peça de Plínio Marcos, homônima a uma das bem-vindas operações, façam-se diariamente a eterna pergunta: "Será que somos gente?"
Chegará o dia em que não haverá mais lugar para os "Wado" da vida, também personagem da peça, aqueles sem um mínimo de respeito pelo ser humano.
O rei ficará nu: xeque-mate.
Em tempo: segundo o Jornal Estadão " o Guardião será em breve peça de museu, diante de sistemas mais modernos que já funcionam em Israel, nos Estados Unidos e na Europa." Amarrem o camelo portanto.
Munidos de um ótimo programa de computador sugestivamente batizado de "O Guardião", a PF semeou a desconfiança e o medo entre aqueles que ilicitamente usam e abusam da coisa pública. É fato que a sensação de impunidade entre poderosos diminuiu a olhos vistos. Já não se trama com tanta desenvoltura e, aqueles que se arvoram a conspirar e maquinar agora o fazem como criminosos comuns, que aliás sempre foram. Já não podem agir de dentro do conforto de seus gabinetes, dirigem-se a lúgubres becos e orelhões escondidos.
O "Guardião" virou um fantasma, uma assombração.
Claro que prender poderosos sempre dará mais ibope e visibilidade do que prender sacoleiro, pois para a grande maioria das gentes estes últimos estão apenas correndo atrás do sustento de suas famílias num país desigual que não lhes oferece possibilidade de trabalho formal. Em fração de segundos a PF passa de mocinho para carrasco, injusto algoz.
A Polícia Federal agindo dentro dos limites da lei traz alento e segurança à população e mais, a patuléia trabalhadora - como diria Elio Gaspari - ou a tigrada - nas palavras de Ivan Santos -, mesmo que inconsciente se sente pelo menos por alguns instantes desfrutando de sádico prazer de vingança.
A verdade é que as ações de nossa Polícia Federal estão conseguindo e de maneira brilhante pelo menos diminuir as fraudes de licitações, o tráfico de influência, o desvio de milhões de reais que poderiam e deveriam estar a serviço de nossa gente, da negligenciada saúde pública, da sucateada educação, de nossos idosos, dos verdadeiramente necessitados, daqueles sem bandeiras, sem mobilização, sem voz, sem esperança.
O roubo institucional, a venda de prestígio, as escusas negociatas tendem a diminuir, dilapidação do patrimônio público refreada.
Atenção, poderosos desonestos de plantão ! Pensem bem antes de tramar contra toda uma nação, as sombras do poder já não serão suficientes para ocultá-los e, cuidado ao " se venderem para comprar outro".
E como a personagem Neusa Suely da peça de Plínio Marcos, homônima a uma das bem-vindas operações, façam-se diariamente a eterna pergunta: "Será que somos gente?"
Chegará o dia em que não haverá mais lugar para os "Wado" da vida, também personagem da peça, aqueles sem um mínimo de respeito pelo ser humano.
O rei ficará nu: xeque-mate.
Em tempo: segundo o Jornal Estadão " o Guardião será em breve peça de museu, diante de sistemas mais modernos que já funcionam em Israel, nos Estados Unidos e na Europa." Amarrem o camelo portanto.
sábado, junho 16
sexta-feira, junho 15
Companheiro do ano
Recebi de meu irmão as fotos dos campeões do concurso Companheiro do ano 2007, acho que ele se filiou ao M.M.M. Movimento Machista Mineiro.
Não concordo com elas mas (hehehe), mas como este espaço é democrático não posso me furtar a publica-las.
Garotas por favor... sem ressentimentos, degolas ou greves certo?
Clique nas fotos para melhor apreciar, ops para melhor visualizar.
Terceiro lugar
Segundo lugar
Primeiro lugar com louvor
Não concordo com elas mas (hehehe), mas como este espaço é democrático não posso me furtar a publica-las.
Garotas por favor... sem ressentimentos, degolas ou greves certo?
Clique nas fotos para melhor apreciar, ops para melhor visualizar.
Terceiro lugar
Segundo lugar
Primeiro lugar com louvor
Ato falho?
Dona Marta pelo visto teve uma recaída e voltou aos tempos de sexóloga de televisão:
"Relaxa e goza; depois você esquece todos os transtornos". referindo-se aos passageiro com vôo atrasado e para piorar ainda emendou:
"Ah, gente, é igual a dor do parto. Depois você nem se lembra"
Sorte que o emprego dela hoje é outro, daqueles para uns poucos "abençoados", se fosse nos tempos do Comportamento Sexual, no programa TV Mulher, da Rede Globo, com certeza ela seria gentilmente convidada a cantar em outra freguesia.
Mas depois ela pediu desculpas diz que foi ato impensado. Ah, então tá.
"Relaxa e goza; depois você esquece todos os transtornos". referindo-se aos passageiro com vôo atrasado e para piorar ainda emendou:
"Ah, gente, é igual a dor do parto. Depois você nem se lembra"
Sorte que o emprego dela hoje é outro, daqueles para uns poucos "abençoados", se fosse nos tempos do Comportamento Sexual, no programa TV Mulher, da Rede Globo, com certeza ela seria gentilmente convidada a cantar em outra freguesia.
Mas depois ela pediu desculpas diz que foi ato impensado. Ah, então tá.
quarta-feira, junho 13
Canto de anjo
Recebi gravação improvisada de linda música entoada em acústico banheiro, era "Nascente" de Flávio Venturini e Murilo Antunes.
Me pus de imediato a escrever um conto, um ponto, um verso. O encanto era o porquê dos anjos cantarem.
Versos avoaçando, idéia definida porém sem rumo, como sempre começo minhas aventuras. Asas aqui penas acolá corpo mais adiante, ia tentando compor o canto dos anjos, tentando desvendar o motivo que os levariam a melódicas composições dignas apenas deles anjos.
Ia avançado, as mãos às vezes frias, a pressa de não perder palavra sequer. É assim, tudo vem muito rápido,pensamento a galope as mãos não acompanham, tento às vezes escrever usando o computador, mais exatamente o word. Cansei dele, péssimo datilógrafo que sou, daquele de dois dedos, ainda sofria abuso da máquina pois a cada erro meu, e olha que são muitos, ele me distraía, condenando/destacando minha ignorância, sublinhando-a de vermelho, ou ainda imensos riscos verdes me dizendo que falta, que passa um espaço, uma sílaba, um ponto. Quem é ele, word, para se sentir no direito de interferir em minhas pretensas colocações poéticas?
Ora bolas Tico-tico é passarinho e não repetição! Isso sem contar que volta e meia, em autofágica, ou letrofágica postura as palavras começam se engolir.
Este letrocídio foi resolvido por meu filho de 12 anos, me ensinou que a função "insert" era a responsável por tamanha barbárie.
Parei de usar.
Tentei uma velha Olivetti Studio 46, presente de minha mãe. Também não deu certo, acabou a fita, não achei mais para comprar, depois quebrou a letra "A" e, convenhamos sem "as" pouco se escreve.
Insisti com o computador, usando agora o bloco de notas. Um fiasco, a última linha que escrevei tinha quase 3 km, esquecia de criar espaços.
Voltei correndo para minha boa e velha Parker 51. Ainda me dou bem com ela mas a presença do tinteiro triangular me dispersa, me toco a pensar em deliciosos doces de leite de mercearia.
Tento agora com a Bic cristal, adoro ver a tinta se acabando. Tempos atrás comprava-se carga nova, hoje troca-se tudo. Desperdício.
Mas o pior estava por vir.
No meio de meus anjos e cantos, idéias e inspiração, quando estava a transcrever meus horríveis garranchos azuis para o corpo de um e.mail, – aliás, é o melhor lugar para se escrever em um computador, pode acreditar – por cima de meus ombros um alguém querido que estava a me espiar comentou sarcástico/santo:
"Sabia que aquele padre Rossi falou disso em uma música?"
Gota d'água, paciência acabou. Aí também foi demais.
Derreti como neve ao sol do cerrado em janeiro. Rasguei o papel, desliguei o computador. Fui ver novela na televisão. Penitência, eu mereço.
"Todos os anjos a cantar
Glória...Glória...Glória
Glória...Glória...Glória
Glória...Glória...Glória"
Acabou meu dia.
No Jornal Correio AQUI
terça-feira, junho 12
De condomínios
Uberlândia, a exemplo de outras cidades de grande e médio porte, entrou definitivamente na onda dos condomínios horizontais. Modismo ou questão de segurança, não sei ao certo. Pânico geral acho eu às vezes.
No fim de minha rua construíram um muro, imensamente branco, tornou-se meu horizonte. Aprisionaram um pedaço lindo de cerrado, privilégio de poucos agora. Para piorar ainda mais as coisas o meu amanhecer passou a chegar dois metros e meio mais tarde.Tristeza.
segunda-feira, junho 11
Cla e Vlad
Tributo aos sacis e à nossa doce/rica cultura popular de Clara Clarice, ilustração de Vlad.
Clique AQUI para ver ilustração ampliada
Sacisperto & Sacimeiga
Por aqui nestas Campinas
Venta muito, venta sim !
e tem moitas pequeninas
pra criar o Sacizim !
De um jeito disfarçado,
bem aqui nesse jardim,
mora o casal encantado:
Sacisperto & Sacimeiga !
Com cachimbinho do lado,
mas coração de manteiga,
passam o dia entretidos
nessa lida nada leiga...
Em aventuras metidos,
ajudando o Curupira
estão sempre divertidos,
com urbanóides na mira.
Escondendo os gatinhos
usam truques de caipira,
acolhem os cachorrinhos
que as gentes abandonam
jogados pelos caminhos...
Seus pulos supervisionam
os bichos pro aconchego
nova vida impulsionam,
para lares com chamego !
E levam esses amigos
ao merecido sossego !
Nas cidades há perigos
e Sacis fazem sua parte !
Vão além dos seus umbigos,
saltitantes nessa arte !
Clarice Villac
04.06.2007
Clique AQUI para ver ilustração ampliada
Sacisperto & Sacimeiga
Por aqui nestas Campinas
Venta muito, venta sim !
e tem moitas pequeninas
pra criar o Sacizim !
De um jeito disfarçado,
bem aqui nesse jardim,
mora o casal encantado:
Sacisperto & Sacimeiga !
Com cachimbinho do lado,
mas coração de manteiga,
passam o dia entretidos
nessa lida nada leiga...
Em aventuras metidos,
ajudando o Curupira
estão sempre divertidos,
com urbanóides na mira.
Escondendo os gatinhos
usam truques de caipira,
acolhem os cachorrinhos
que as gentes abandonam
jogados pelos caminhos...
Seus pulos supervisionam
os bichos pro aconchego
nova vida impulsionam,
para lares com chamego !
E levam esses amigos
ao merecido sossego !
Nas cidades há perigos
e Sacis fazem sua parte !
Vão além dos seus umbigos,
saltitantes nessa arte !
Clarice Villac
04.06.2007
domingo, junho 10
Riobaldo e Diadorim
Descobri hoje, recomendo
Riobaldo e Diadorim blog de João Rosa Neto.
Vale a visita clique AQUI
Está permanentemente junto com minhas "Outras Viagens" ou links, ai ao lado
Ótimo domingo para todos
Riobaldo e Diadorim blog de João Rosa Neto.
Vale a visita clique AQUI
Está permanentemente junto com minhas "Outras Viagens" ou links, ai ao lado
Ótimo domingo para todos
sábado, junho 9
Malhação ou ...
A avó de um amigo meu começou a andar 5 km por dia aos 80 anos.
Hoje ela tem 97 e ninguém sabe onde ela está.
Autor desconhecido mas muito perspicaz
Hoje ela tem 97 e ninguém sabe onde ela está.
Autor desconhecido mas muito perspicaz
Snap Shots
Coloquei esse recurso aqui no blog.
É um visualizador de links. É só passar o cursor do mouse sobre um link ativo e ele abriará um pequeno "balão" com o site destino. Ajuda muito pois você já fica sabendo se é onde quer ir ou não.
Para ir até ele, o link, é só clicar no balão.
Se não gostar é só desabilitar a função no canto superior direito do balão.
Observação óbvia: Todo link tem agora um "balãozinho" visualizador bem junto dele.
Por favor comentem, se não aprovar, tiro.
Olha o exemplo
É um visualizador de links. É só passar o cursor do mouse sobre um link ativo e ele abriará um pequeno "balão" com o site destino. Ajuda muito pois você já fica sabendo se é onde quer ir ou não.
Para ir até ele, o link, é só clicar no balão.
Se não gostar é só desabilitar a função no canto superior direito do balão.
Observação óbvia: Todo link tem agora um "balãozinho" visualizador bem junto dele.
Por favor comentem, se não aprovar, tiro.
Olha o exemplo
Lady Murfy
Dois dias sem escrever aqui no blog. Dois dias de uma vez, bateu até síndrome de abstinência. Culpa de feriadão. Voltei ufa!
Mudando de pato prá ganso, tem profissão mais solta do que a de publicitário? Tirando a de veterinário do serviço público que vive do improviso e também, ou principalmente, da criatividade, diria que não.
Olha que produção, merecedora de prêmio!
Mudando de pato prá ganso, tem profissão mais solta do que a de publicitário? Tirando a de veterinário do serviço público que vive do improviso e também, ou principalmente, da criatividade, diria que não.
Olha que produção, merecedora de prêmio!
quarta-feira, junho 6
Viva Minas - e o frio!
Recebi da amiga Clara Clarice, que os sacis, as cucas e os vagalumes digam amém.
O frio é relativo...
Uma comparação entre alguns estados do Brasil...
25ºC
Baianos não deixam os filhos sairem ao vento após as 17 horas.
Cariocas vão à praia mas não entram na água.
Mineiros comem um feijão tropeiro.
Paulistas fazem churrasco nas suas casas do litoral,
poucos ainda entram na água.
Curitibanos reclamam do calor e não fazem esforço devido esgotamento físico.
20ºC
Baianos mudam os chuveiros para a posição 'Inverno' e
ligam o ar quente das casas e veículos.
Cariocas vestem um moletom.
Mineiros bebem pinga perto do fogão a lenha.
Paulistas decidem deixar o litoral, começa o trânsito de
volta para casa.
Curitibanos tomam sol no parque.
15ºC
Baianos tremem incontrolavelmente de frio..
Cariocas se reúnem para comer fondue de queijo.
Mineiros continuam bebendo pinga perto do fogão a lenha.
Paulistas ainda estão presos nos congestionamentos na
volta do litoral.
Curitibanos dirigem com os vidros abaixados.
10ºC
Decretado estado de calamidade na Bahia.
Cariocas usam sobretudo, cuecas de lã, luvas e toucas.
Mineiros continuam bebendo pinga e colocam mais lenha no
fogão.
Paulistas vão a pizzarias e shopping centers com a família.
Curitibanos botam uma camisa de manga comprida.
5ºC
Bahia entra no armagedon.
César Maia lança a candidatura do Rio para as olimpíadas
de inverno.
Mineiros continuam bebendo pinga e quentão ao lado do
fogão a lenha.
Paulistas lotam hospitais e clínicas devido doenças
causadas pela inversão térmica.
Curitibanos fecham as janelas de casa.
0ºC
Não existe mais vida na Bahia.
No Rio, César Maia veste 7 casacos e lança o 'Ixxnoubórdi
in Rio'.
Mineiros entram em coma alcoólico ao lado do fogão a
lenha.
Paulistas não saem de casa e dão altos índices de
audiência a Gilberto Barros, Gugu Liberato, Luciana Gimenes e
Silvio Santos.
Curitibanos fazem um churrasco no pátio... antes que esfrie.
terça-feira, junho 5
Sohw de bloa
Recebi do Amigo, Irmão, Compadre e Padrinho Carlos César C. Samora.
"Se você conseguir ler as primeiras palavras, o cérebro decifrará automaticamente as outras... A mensagem é espetacular!"
3M D14 D3 V3R40, 3574V4 N4 PR414, 0853RV4ND0 DU45 CR14NÇ45 8R1NC4ND0 N4 4R314. 3L45 7R484LH4V4M MU170 C0N57RU1ND0 UM C4573L0 D3 4R314, C0M 70RR35, P4554R3L45 3 P4554G3N5 1N73RN45. QU4ND0 3574V4M QU453 4C484ND0, V310 UM4 0ND4 3 D357RU1U 7UD0, R3DU21ND0 0 C4573L0 4 UM M0N73 D3 4R314 3 35PUM4.
4CH31 QU3, D3P015 D3 74N70 35F0RC0 3 CU1D4D0, 45 CR14NC45 C41R14M N0 CH0R0, C0RR3R4M P3L4 PR414, FUG1ND0 D4 4GU4, R1ND0 D3 M405 D4D45 3 C0M3C4R4M 4 C0N57RU1R 0U7R0 C4573L0. C0MPR33ND1 QU3 H4V14 4PR3ND1D0 UM4 GR4ND3 L1C40; G4574M05 MU170 73MP0 D4 N0554 V1D4 C0N57RU1ND0 4LGUM4 C0154 3 M415 C3D0 0U M415 74RD3, UM4 0ND4 P0D3R4 V1R 3 D357RU1R 7UD0 0 QU3 L3V4M05 74N70 73MP0 P4R4 C0N57RU1R. M45 QU4ND0 1550 4C0N73C3R 50M3N73 4QU3L3 QU3 73M 45 M405 D3 4LGU3M P4R4 53GUR4R, 53R4 C4P42 D3 50RR1R! 50 0 QU3 P3RM4N3C3 3 4 4M124D3, 0 4M0R 3 0 C4R1NH0.
0 R3S70 3 F3170 D3 4R314.
O nosso cérebro é doido !!!
De aorcdo com uma peqsiusa de uma uinrvesriddae ignlsea, não ipomtra em qaul odrem as lteras de uma plravaa etãso, a úncia csioa iprotmatne é que a piremria e útmlia lteras etejasm no lgaur crteo. O rseto pdoe ser uma bçguana ttaol, que vcoê anida pdoe ler sem pobrlmea. Itso é poqrue nós não lmeos cdaa ltera isladoa, mas a plravaa cmoo um tdoo.
Sohw de bloa.
Urgência biológica
Em homenagem aos dias internacionais da Biodiversidade (22/5) e do Meio Ambiente (5/6), MMA lança publicações com as áreas brasileiras prioritárias para proteção e conservação da biodiversidade. Textos podem ser baixados pela internet
Leia mais clicando AQUI
Fonte: Agência FAPESP
Leia mais clicando AQUI
Fonte: Agência FAPESP
segunda-feira, junho 4
Belo Horizonte
Olhe bem as montanhas...
Parafraseando Drummond: "Belo Horizonte é apenas um retrato na parede... mas como [não] dói".
Exceção feita para alguns pequenos detalhes.
Parafraseando Drummond: "Belo Horizonte é apenas um retrato na parede... mas como [não] dói".
Exceção feita para alguns pequenos detalhes.
Anjo no Correio
Saiu na coluna Opinião do Leitor do Jornal Correio de hoje
Crise de identidade, até com anjo ocorre. Veja em pdf AQUI
Uma ótima semana entrecortada por feriado e dia Mundial do Meio Ambiente.
Crise de identidade, até com anjo ocorre. Veja em pdf AQUI
Uma ótima semana entrecortada por feriado e dia Mundial do Meio Ambiente.
domingo, junho 3
Canto de anjo
Recebi linda música entoada em acústico banheiro, era "Nascente".
Me pus de imediato a escrever um conto, um ponto, um verso. O encanto era o porquê dos anjos cantarem.
Versos avoaçando, idéia definida porém sem rumo, como sempre começo minhas aventuras. Asas aqui penas acolá corpo mais adiante, ia tentando compor o canto dos anjos, tentando desvendar o motivo que os levariam a melódicas composições dignas apenas deles anjos.
Ia avançado, as mãos às vezes frias, a pressa de não perder palavra sequer. É assim, tudo vem muito rápido,pensamento a galope as mãos não acompanham, tento às vezes escrever usando o computador, mais exatamente o word. Cansei dele, péssimo datilógrafo que sou, daquele de dois dedos, ainda sofria abuso da máquina pois a cada erro meu, e olha que são muitos, ele me distraía, condenando/destacando minha ignorância, sublinhando-a de vermelho, ou ainda imensos riscos verdes me dizendo que falta, que passa um espaço, uma sílaba, um ponto. Quem é ele, word, para se sentir no direito de interferir em minhas pretensas colocações poéticas?
Ora bolas Tico-tico é passarinho e não repetição! Isso sem contar que volta e meia, em autofágica, ou letrofágica postura as palavras começam se engolir.
Este letrocídio foi resolvido por meu filho de 12 anos, me ensinou que a função "insert" era a responsável por tamanha barbárie.
Parei de usar.
Tentei uma velha Olivetti Studio 46, presente de minha mãe. Também não deu certo, acabou a fita, não achei mais para comprar, depois quebrou a letra "A" e, convenhamos sem "as" pouco se escreve.
Insisti com o computador, usando agora o bloco de notas. Um fiasco, a última linha que escrevei tinha quase 3 km, esquecia de criar espaços.
Voltei correndo para minha boa e velha Parker 51. Ainda me dou bem com ela mas a presença do tinteiro triangular me dispersa, me toco a pensar em deliciosos doces de leite de mercearia.
Tento agora com a Bic cristal, adoro ver a tinta se acabando. Tempos atrás comprava-se carga nova, hoje troca-se tudo. Desperdício.
Mas o pior estava por vir.
No meio de meus anjos e cantos, idéias e inspiração, quando estava a transcrever meus horríveis garranchos azuis para o corpo de um e.mail, – aliás, é o melhor lugar para se escrever em um computador, pode acreditar – por cima de meus ombros um alguém querido que estava a me espiar comentou sarcástico/santo:
"Sabia que aquele padre Rossi falou disso em uma música?"
Gota d'´gua, paciência acabou. Aí também foi demais.
Derreti como neve ao sol do cerrado em janeiro. Rasguei o papel, desliguei o computador. Fui ver novela na televisão. Penitência, eu mereço.
"Todos os anjos a cantar
Glória...Glória...Glória
Glória...Glória...Glória
Glória...Glória...Glória"
Acabou meio dia.
Me pus de imediato a escrever um conto, um ponto, um verso. O encanto era o porquê dos anjos cantarem.
Versos avoaçando, idéia definida porém sem rumo, como sempre começo minhas aventuras. Asas aqui penas acolá corpo mais adiante, ia tentando compor o canto dos anjos, tentando desvendar o motivo que os levariam a melódicas composições dignas apenas deles anjos.
Ia avançado, as mãos às vezes frias, a pressa de não perder palavra sequer. É assim, tudo vem muito rápido,pensamento a galope as mãos não acompanham, tento às vezes escrever usando o computador, mais exatamente o word. Cansei dele, péssimo datilógrafo que sou, daquele de dois dedos, ainda sofria abuso da máquina pois a cada erro meu, e olha que são muitos, ele me distraía, condenando/destacando minha ignorância, sublinhando-a de vermelho, ou ainda imensos riscos verdes me dizendo que falta, que passa um espaço, uma sílaba, um ponto. Quem é ele, word, para se sentir no direito de interferir em minhas pretensas colocações poéticas?
Ora bolas Tico-tico é passarinho e não repetição! Isso sem contar que volta e meia, em autofágica, ou letrofágica postura as palavras começam se engolir.
Este letrocídio foi resolvido por meu filho de 12 anos, me ensinou que a função "insert" era a responsável por tamanha barbárie.
Parei de usar.
Tentei uma velha Olivetti Studio 46, presente de minha mãe. Também não deu certo, acabou a fita, não achei mais para comprar, depois quebrou a letra "A" e, convenhamos sem "as" pouco se escreve.
Insisti com o computador, usando agora o bloco de notas. Um fiasco, a última linha que escrevei tinha quase 3 km, esquecia de criar espaços.
Voltei correndo para minha boa e velha Parker 51. Ainda me dou bem com ela mas a presença do tinteiro triangular me dispersa, me toco a pensar em deliciosos doces de leite de mercearia.
Tento agora com a Bic cristal, adoro ver a tinta se acabando. Tempos atrás comprava-se carga nova, hoje troca-se tudo. Desperdício.
Mas o pior estava por vir.
No meio de meus anjos e cantos, idéias e inspiração, quando estava a transcrever meus horríveis garranchos azuis para o corpo de um e.mail, – aliás, é o melhor lugar para se escrever em um computador, pode acreditar – por cima de meus ombros um alguém querido que estava a me espiar comentou sarcástico/santo:
"Sabia que aquele padre Rossi falou disso em uma música?"
Gota d'´gua, paciência acabou. Aí também foi demais.
Derreti como neve ao sol do cerrado em janeiro. Rasguei o papel, desliguei o computador. Fui ver novela na televisão. Penitência, eu mereço.
"Todos os anjos a cantar
Glória...Glória...Glória
Glória...Glória...Glória
Glória...Glória...Glória"
Acabou meio dia.
sábado, junho 2
Long Play
A série Eles não usam Long Play: Nos bons tempos do vinil orgulhosamente apresenta:
The Who - Tommy's Overture
Bom para começar um sábado
The Who - Tommy's Overture
Bom para começar um sábado
sexta-feira, junho 1
Primeira vez
Nada é por acaso. Esse era seu eterno pensamento, sua verdade absoluta. Acreditava que tudo estava escrito nas estrelas e que, por mais que remasse contra a correnteza o que teria de acontecer aconteceria.
Assim levava sua vida insossa, sem sustos, planos ou certezas.
Um dia após o outro. O tempo ia se acumulando em sua alma, em seu corpo em suas vestes. Não se dava conta de nada que o cercava. Fechado em copas vagava, flutuava. Fantasma.
Não se podia dizer que era triste, pois tristeza pressupõe sentimento. Não os tinha.
Não se podia dizer que era alegre, não o era pela razão mesma.
Não via televisão, não ouvia rádio. Cinema o entediava e teatro o punha dormir. Nunca lera um livro ou jornal. No trabalho era peça de mobiliário. Cumpria mecanicamente seus afazeres sem questionar, não se aborrecia, não se exaltava.
Tinha horror a férias pois não sabia o que fazer delas. Feriados eram tortura. Nunca sorria, nunca franzia a testa.
Não tinha amigos ou conhecidos, jamais sentava à mesa de um bar. Não bebia, não fumava.
Certa feita sentado em banco de praça, avistou um anjo. Anjo de tal beleza tal que ofuscava o brilho do sol, calava pássaros, adoçava a brisa, iluminaria a noite.
O anjo estava parado próximo a uma fonte. Suas asas enormes em posição de descanso chegavam até o chão eram de um branco divino jamais visito, jamais retratado. Contemplativo o anjo o observava curioso. Não havia reciproca pois para ele o anjo era na realidade apenas um anjo.
Curioso a celestial criatura se aproximou. Chegou bem próximo dele. frente à frente, nada. Encostou seu rosto no dele para que pudesse sentir o mais doce dos perfumes, o toque da mais macia e tenra das peles. Era como se ali não estivesse.
Perturbado o anjo soprou levemente o seu rosto um hálito do mais puro frescor, ervas aromáticas mentoladas das mais finas regiões do éter, nada. Sentou-se intrigado por alguns instantes no encosto do banco bem ao seu lado. Com as angelicais mãos no queixo perfeito, avaliava a situação cuidadosamente.
Em leve flutuo postou-sem novamente, agora agachado e com as mãos nos joelhos da pétrea figura. Entoou baixinho o mais belo de seus cânticos, ouvidos moucos, nem lágrima ou susto, mais uma vez um simples nada.
Pela primeira vez em sua eterna existência o anjo não se viu. Não foi festejado nem adorado, Não ouviu os ou ais de espanto/encanto. Não foi louvado nem escorraçado
Agoniado em imensa confusão voou solto e alto, o acompanhava agora para sempre a terrível dúvida se ele, anjo, realmente existia.
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