quinta-feira, fevereiro 28

Fábula de um executivo

Recebi de Kleber

Esta é a fábula de um alto executivo que, estressado, foi ao psiquiatra e relatou ao médico o seu caso.

O psiquiatra, experiente, logo diagnosticou:
O Sr. precisa se afastar por duas semanas da sua atividade profissional.
O conveniente é que vá para o interior, se isole do dia-a-dia e busque algumas atividades que o relaxem.

Então o nosso executivo procurou seguir as orientações...
Munido de vários livros, CDs e laptop, mas sem o celular, partiu para a fazenda de um amigo.

Passados os dois primeiros dias, o nosso executivo já havia lido dois livros e ouvido quase todos os CDs.

Continuava inquieto. Pensou então que alguma atividade física seria um bom antídoto para a ansiedade que ainda o dominava. Chamou o administrador da fazenda e pediu para fazer algo.

O administrador ficou pensativo e viu uma montanha de esterco que havia acabado de chegar. Disse ao nosso executivo:

O Sr. pode ir espalhando aquele esterco em toda aquela área que será preparada para o cultivo.

O administrador pensou consigo: 'Ele deverá gastar uma semana com essa tarefa'.
Ledo engano. No dia seguinte o nosso executivo já tinha distribuído o esterco por toda a área.

O administrador então lhe deu a seguinte tarefa, abater 500 galinhas cortando as cabeças com uma faca.

Essa foi fácil em menos de 3 horas já estavam todas prontas para serem depenadas e pediu logo uma nova tarefa.

O administrador então lhe disse:

Estamos iniciando a colheita de laranjas. O Sr. vá ao laranjal levando três cestos para distribuir as laranjas por tamanho. Pequenas, médias e grandes.

No fim daquele primeiro dia o nosso executivo não retornou.

Preocupado, o administrador se dirigiu ao laranjal. Viu o nosso executivo com uma laranja na mão, os cestos totalmente vazios, falando sozinho:

- Esta é grande. Não, é média. Ou será pequena???
- Esta é pequena. Não, é grande. Ou será média???
- Esta é média. Não, é pequena. Ou será grande???

Moral da história:
Espalhar merda e cortar cabeças é fácil.
O difícil é tomar decisões.

quarta-feira, fevereiro 27

Meteorologia

Com o permanente apoio do (des)governo Lula, o INPE adquire de Portugal o que há de mais moderno em tecnologia de previsão do tempo. Veja imagem abaixo. É o nosso Brasil em tempos modernos. De bolsa-tempo.

PS: Recebi a foto de Ademir


terça-feira, fevereiro 26

Terça à tarde

Curioso é verificar que quase todos os homens que valem muito têm modos simples e que, na maioria das vezes, os modos simples são considerados indícios de pouco valor.

Giacomo Leopardi

Pra casar

Para o amigo Beto, o Muniz


Abriu os classificados de seu jornal matinal por acidente, nunca olhava aquele caderno, "perda de tempo", pensava ele. Como estava com tempo deu uma passada d'olhos naqueles quadradinhos anunciando desde armários usados a promessas de desfazer feitiços, curas contra mau olhado, terrenos no paraíso e até prazeres inimagináveis:

"Louro, um metro e noventa, musculoso, inteligente, atende a domicílio ou em motel homens, mulheres ou casal. Completo."

Ficou a imaginar o que seria o tal de completo, talvez a garantia que não faltaria no moço algum pedaço? O "inteligente" também chamou a atenção. A vida anda dura mesmo, com tantas qualificações e ainda tem que colocar um anúncio de três por três em meio a outros milhões daquelas páginas? Alguém chegaria a ler? Bom certamente, pois ele o fez. Por puro acidente que fique bem claro, justificou para si mesmo.


Passou o dedo sobre tantos outros: "Morena, olhos verdes, universitária, pele bronzeada, corpo escultural, atende executivos, total sigilo." O título do anúncio era "Morena fogosa". Endireitou-se na cadeira, curiosidade aguçada pelas ofertas daquele mercado de carnes e almas.


"Vendo máquina usada de overlock, ótimo estado procurar..." Pulou esse, que diabos seria overlock? Vai saber...


"Procura-se homem de bem para casar". Parou o dedo, levantando a sobrancelha:

"Mulher de meia idade, nem muito bonita, nem muito feia, situação financeira remediada, porém com emprego fixo, tímida, sem atrativos físicos especiais, procura homem honesto para compromisso sério, para casar. Ligar para ..."


A primeira reação foi de riso: "só pode ser gozação", pensou com seus botões. Ou quem sabe seria algum daqueles códigos secretos que só poderiam ser entendidos pelos que de alguma trama ou conspiração participassem, como se vê no cinema? Matutou. Chegou a mudar de página, mas a curiosidade o fez voltar. Procurou o estranho anuncio até de maneira afobada, ansioso. Custou a encontrá-lo perdido entre tantas bicicletas velhas, balcões frigoríficos em bom estado, jogo de panelas semi-novos, aluguéis e vestidos de noiva e claro outras máquinas de overlock - o que seria aquilo? Não podia esquecer de perguntar para alguém de sua confiança, não queria parecer um idiota desinformado.


Com o auxilio de uma régua recortou o anúncio procurado e instintivamente guardou-o no bolso da camisa.


Seu dia passou como sempre, arrastado. Parecia que nada de novo acontecia em sua vida. Telefonemas aborrecidos, reuniões entediantes, conversas sem graça e sentido com os colegas sobre futebol, que ele detestava, ou fofocas de todo tamanho sobre os ausentes, odiava assuntos assim até mais do que futebol.


Olho no relógio a cada dois minutos, aguardando o fim do expediente, o tempo não passa no trabalho.


Entre um bocejo e outro ou um espreguiçar disfarçado, mais um telefonema chato, um ou outro memorando escrito através de modelo já pronto - daqueles que só se mudam as datas para não se dar ao trabalho nem de criar algo novo, lá se foi levando de rastos, aos barrancos e trancos o dia.


Despediu-se mudo de todos e seguiu para casa, não sem antes parar em um bar e estalando os dedos e apontado a geladeira a pedir sem som uma cerveja gelada. Seu único prazer em dias de trabalho era esperar os fins de semana, não sabia por que, motivo especial não havia, a não ser pela glória de não ter que ver ou ouvir aqueles do escritório, no mais todos eram iguais: café da manhã na padaria, o jornal na praça, o bar, as cervejas, almoço sozinho, cochilo, ressaca suportável, lanche leve, banho, televisão ou um livro e cama.


Bebeu o primeiro copo de um gole só, o amargo da bebida desceu suavemente doce. Bateu a mão no bolso em busca de um invisível maço de cigarros que já não o acompanhava há mais de dez anos, parara de fumar.


Os dedos porém repicaram naquele pedaço de papel de jornal amarrotado que já havia até esquecido. Curioso, tornou a observá-lo.

"Para casar" leu e releu atento. Já havia sido casado, um fiasco, foram poucos anos e nada sobrou, nem filhos, e por incrível que pareça nem mágoas ou fotos ficaram. O quê levaria alguém a publicar anúncio assim em épocas de tanta violência e pessoas mal-intencionadas? Um perigo, um perigo.

Cerveja quase no fim. Pediu outra, coisa rara em dia de semana.

Ligaria. O que tinha a perder? Pelo menos ouviria uma voz diferente daquelas que estava acostumado em seu vazio dia-a-dia.


Com certo desconforto teclou em seu celular o número do anúncio - quem sabe dá ocupado e tiro essa idéia maluca da cabeça? - Sinal de chamada se fez ouvir com força em seu ouvido. Tocou uma, duas, três vezes. Aflito desligou. "Que bobagem, olha a que ponto cheguei!"


Saboreou mais um pouco da sua cerveja pensativo. Ouviu passar às suas costas um grupo de colegas de seu trabalho em normal e antipático estardalhaço, vociferando como se fossem os únicos, os donos no mundo. Encolheu-se ao máximo, e em mimetismo instantâneo virou parte do balcão para que não o notassem, sentiu mais antipatia ainda de sua vidinha.

Com raiva dedilhou novamente o número: tímida, ela assim se descreveu, talvez da voz mansa e baixa, era tudo que ele queria.

Desta feita o telefone tocou até a ligação cair. Tentou outra vez, de novo e de novo. Nada.

Frustrado foi para casa. Morava sozinho em pequeno apartamento quarto/sala. Sua janela sem vista alguma dava sim para gigantesco e iluminado relógio de algum banco. Ali também contava cadenciadamente os minutos de sua existência.

Tentou comer alguma coisa, mas a fome não passava na garganta apertada.

Sentado na cama tentou o discar novamente.

Desta vez uma voz masculina rugiu na outra ponta. Meio assustado conseguiu sussurrar:

- Estou ligando pelo anúncio.

- Anúncio? Que anúncio, mano?

- O do jornal, sobre o casamento.

- Casamento? Jornal? Olha aqui cara, não sei qual é a sua, mas deve ser engano.

- Mas o número...

- Olha aqui, comprei essa merda de telefone não tem nem dois meses e já me arrependi desse mico, esta não é a primeira ligação esquisita que recebo e pelo visto não vai ser a última. E quer saber, sai fora meu.

- Mas o que... de quem você...

De lá agora o sinal de ocupado.

Desolado, se jogou no chão frio e encolhido como criança em fetal posição chorou um amor que nem existira.

Acordou suando em bicas no meio da madrugada. Em sonhos, agora determinado encontrara a solução:

- Classificados boa noite!

- Gostaria de publicar um anúncio.

- O texto, por favor.

- Homem de meia idade, nem muito bonito, nem muito feio, situação financeira remediada, porém com emprego fixo, tímido, sem atrativos físicos especiais, procura mulher honesta para compromisso sério, para casar. Ligar para ..."





fevereiro-2008

sexta-feira, fevereiro 22

Fim de semana


E não é que aponta logo ali, ao nascer da lua cheia recém-visitada por manto da terra em total eclipse, mais um fim de semana?

Outra vez fim de semana? A vida anda passando em trote rápido, quase galope. Carecia mais serras, riachos caudalosos, um ou outro atoleiro, manso sem muito barro para fincar pé, cerrado fechado, cachoeiras em poços azuis, mais sombras de gameleiras centenárias para reduzir a toada e permitir que olhássemos mais o vento, o ar, as pessoas.

Se passou rápido dizem que é por que foi produtiva. Mas como produtiva se passou tão rápida? Paradoxo.

O contra-senso da existência nos impulsiona, atordoa. Pois que passe rápida e produtiva a semana, a vida. Sempre haverá uma sombra de paineira onde descansar. Espinhento seu tronco é, mas perfumadas suas flores, macia sua paina, doce o grito do João-de-barro que em seus galhos fez morada. A semana também é assim, vai-se indo rápida, mas tem sempre o murmúrio do córrego frio e reconfortante de mais um fim de semana, basta querer ouvir.
Sendo assim, ótimo e feliz fim de semana a todos.


quinta-feira, fevereiro 21

Vacas em sampa

Devaneio a partir de foto e matéria 20/02/2008 da Folha online
"Prefeitura procura dono de 20 vacas e bois que ocupam praça em SP" enviada pela amiga Leila





Foto Divulgação/Suprefeitura da Vila Prudente



Uma paulistana cena urbana

Mães passando levando filho para a escola, o menino pergunta:
- Mãe que bichos são aqueles?
A mãe meio pensativa
- Acho que são vacas. Aquela estampada de prêto deitada na sombra eu tenho quase certeza que é uma daquelas que dão leite.
- Sem essa mãe tá querendo me enganar? Quem da leite é a padaria do português o Seu Manoel, e ele vem é em saquinho, acho sou bobo?
-É acho que você tem razão, vai ver que é algum bicho de circo fugido, vai saber né, à noite a gente vê na no jornal da televisão que eles explicam direitinho.





da série São Paulo da garoa

quarta-feira, fevereiro 20

Eleições 2008

Recebi de Beto.
Já foi dada a largada para as Eleições 2008.
Este candidato tem a força dos "Beatles"

segunda-feira, fevereiro 18

Araras

Viram as araras? Pois é, aqui nas fotos nem eu. Deu tempo não. Mas foi por este azul profundo carregado de doce cheiro de flor de murta, perfumada e branca grinalda para a noiva/manhã que elas em algazarra abençoaram nosso domingo.



Escondidinho

Obra prima de nossa culinária de domingo, acompanhou o prato salada de frutas especial: Manga, laranja, pera, maça, uva, suco de laranja e de limão, cebola e alho picados, sal e azeite. Indescritível!



domingo, fevereiro 17

De araras e almoço

Fim de horário de verão. Fuso confuso em pleno domingo.
Coando café ainda no escuro, logo amanheceu tarde.
Inusitada algazarra em céu de tão azul, depois de tanta chuva.
Qual presente de aniversário ainda tão longe, bando de araras cruzou meu espaço aéreo.
Aqui nunca as vi em tão grande grupo. Iam para Goiás ou de lá vinham, me respondam.
Agradeci o agrado - D'us bom em si mesmo - anjo Hahiuiah.
Cuido agora dos jardins e logo depois do almoço, escondidinho de carne de sol.
A receita? Já vai já:

Ingredientes

* 1/2 kg de carne de sol
* 1/2 cebola grande cortada em rodelas
* 2 alhos
* 3 colheres de manteiga
* 2 colheres de coentro ou salsinha picadinhos


Purê:

* 6 batatas grandes
* Sal a gosto
* Um colher (sobremesa) de manteiga
* 200 ml de leite
* 100 g de queijo parmesão ralado

Modo de preparo


1. Coloque a manteiga, a cebola e alho para dourar.
2. Adicione a carne desfiada.
3. Quando estiver frita coloque o coentro.


Purê:

1. Cozinhe as batatas em água e sal.
2. Amasse.
3. Coloque manteiga e leite aos poucos.
4. Quando formar um creme tire do fogo.
5. Coloque a carne em uma travessa.
6. Sobre a carne coloque o purê.
7. Polvilhe o queijo ralado por cima do purê.
8. E deixe gratinar por 5 minutos.

Depois mostro fotos das araras, dos jardins e do prato.

sábado, fevereiro 16

Viver em paz

Eu fiz um acordo de coexistência pacífica com o tempo:
nem ele me persegue, nem eu fujo dele.
Um dia a gente se encontra...

Mario Lago

Sábado e pronto!


Poeminha do contra

Todos estes que aí estão
Atravancando o meu caminho,
Eles passarão.
Eu passarinho!

Mario Quintana

sexta-feira, fevereiro 15

Só de sacanagem

Recebi de Marília Cunha em vídeo, segue aqui também o texto, o vídeo está no final, impossível não se emocionar.

Só de Sacanagem
Ana Carolina
Composição: Elisa Lucinda

Meu coração está aos pulos!

Quantas vezes minha esperança será posta à prova?

Por quantas provas terá ela que passar? Tudo isso que está aí no ar, malas, cuecas que voam entupidas de dinheiro, do meu, do nosso dinheiro que reservamos duramente para educar os meninos mais pobres que nós, para cuidar gratuitamente da saúde deles e dos seus pais, esse dinheiro viaja na bagagem da impunidade e eu não posso mais.

Quantas vezes, meu amigo, meu rapaz, minha confiança vai ser posta à prova?

Quantas vezes minha esperança vai esperar no cais?

É certo que tempos difíceis existem para aperfeiçoar o aprendiz, mas não é certo que a mentira dos maus brasileiros venha quebrar no nosso nariz.

Meu coração está no escuro, a luz é simples, regada ao conselho simples de meu pai, minha mãe, minha avó e os justos que os precederam: "Não roubarás", "Devolva o lápis do coleguinha", "Esse apontador não é seu, minha filha". Ao invés disso, tanta coisa nojenta e torpe tenho tido que escutar.

Até habeas corpus preventivo, coisa da qual nunca tinha visto falar e sobre a qual minha pobre lógica ainda insiste: esse é o tipo de benefício que só ao culpado interessará. Pois bem, se mexeram comigo, com a velha e fiel fé do meu povo sofrido, então agora eu vou sacanear: mais honesta ainda vou ficar.

Só de sacanagem! Dirão: "Deixa de ser boba, desde Cabral que aqui todo mundo rouba" e vou dizer: "Não importa, será esse o meu carnaval, vou confiar mais e outra vez. Eu, meu irmão, meu filho e meus amigos, vamos pagar limpo a quem a gente deve e receber limpo do nosso freguês. Com o tempo a gente consegue ser livre, ético e o escambau."

Dirão: "É inútil, todo o mundo aqui é corrupto, desde o primeiro homem que veio de Portugal". Eu direi: Não admito, minha esperança é imortal. Eu repito, ouviram? Imortal! Sei que não dá para mudar o começo mas, se a gente quiser, vai dar para mudar o final!


O vídeo!

quinta-feira, fevereiro 14

Lições maternas



Recebi de Fabinho!

Qualquer semelhança com a minha mãe, a sua mãe, as nossas mães não é mera coincidência!!!
TUDO O QUE SEMPRE PRECISEI SABER, APRENDI COM A MINHA MÃE:

Minha mãe me ensinou a VALORIZAR UM SORRISO...
"ME RESPONDE DE NOVO E EU TE ARREBENTO OS DENTES!"

Minha mãe me ensinou a RETIDÃO...
"EU TE AJEITO NEM QUE SEJA NA PANCADA!"

Minha mãe me ensinou a DAR VALOR AO TRABALHO DOS OUTROS...
"SE VOCÊ E SEU IRMÃO QUEREM SE MATAR, VÃO PRA FORA. ACABEI DE LIMPAR A CASA!"

Minha mãe me ensinou LÓGICA E HIERARQUIA...
"PORQUE EU DIGO QUE É ASSIM! PONTO FINAL! QUEM É QUE MANDA AQUI?"

Minha mãe me ensinou o que é MOTIVAÇÃO...
"CONTINUA CHORANDO QUE EU VOU TE DAR UMA RAZÃO VERDADEIRA PARA VOCÊ CHORAR!"

Me ensinou a CONTRADIÇÃO...
"FECHA A BOCA E COME!"

Minha Mãe me ensinou sobre ANTECIPAÇÃO...
"ESPERA SÓ ATÉ SEU PAI CHEGAR EM CASA!"

Minha Mãe me ensinou sobre PACIÊNCIA...
"CALMA!... QUANDO CHEGARMOS EM CASA TU VAI VER SÓ..."

Minha Mãe me ensinou a ENFRENTAR OS DESAFIOS ...
"OLHE PARA MIM! ME RESPONDA QUANDO EU TE FIZER UMA PERGUNTA!"

Minha Mãe me ensinou sobre RACIOCÍNIO LÓGICO...
"SE VOCÊ CAIR DESSA ÁRVORE VAI QUEBRAR O PESCOÇO E EU VOU TE DAR UMA SURRA!"

Minha Mãe me ensinou MEDICINA...
"PÁRA DE FICAR VESGO MENINO! PODE BATER UM VENTO E VOCÊ VAI FICAR ASSIM PARA SEMPRE."

Minha Mãe me ensinou sobre o REINO ANIMAL...
"SE VOCÊ NÃO COMER ESSAS VERDURAS, OS BICHOS DA SUA BARRIGA VÃO COMER VOCÊ!"

Minha Mãe me ensinou sobre GENÉTICA...
"VOCÊ É IGUALZINHO AO TRASTE DO SEU PAI!"

Minha Mãe me ensinou sobre minhas RAÍZES...
"TÁ PENSANDO QUE NASCEU DE FAMÍLIA RICA É?"

Minha Mãe me ensinou sobre a SABEDORIA DE IDADE...
"QUANDO VOCÊ TIVER A MINHA IDADE, VOCÊ VAI ENTENDER."

Minha Mãe me ensinou sobre JUSTIÇA...
"UM DIA VOCÊ TERÁ SEUS FILHOS, E EU ESPERO ELES FAÇAM PRA VOCÊ O MESMO QUE VOCÊ FAZ PRA MIM! AÍ VOCÊ VAI VER O QUE É BOM!"

Minha mãe me ensinou RELIGIÃO...
"MELHOR REZAR PARA ESSA MANCHA SAIR DO TAPETE!"

Minha mãe me ensinou o BEIJO DE ESQUIMÓ...
"SE RABISCAR DE NOVO, EU ESFREGO SEU NARIZ NA PAREDE!"

Minha mãe me ensinou CONTORCIONISMO...
"OLHA SÓ ESSA ORELHA! QUE NOJO!"

Minha mãe me ensinou DETERMINAÇÃO...
"VAI FICAR AÍ SENTADO ATÉ COMER TODA COMIDA!"

Minha mãe me ensinou habilidades como VENTRILOQUIA...
"NÃO RESMUNGUE! CALA ESSA BOCA E ME DIGA POR QUE É QUE VOCÊ FEZ ISSO?"

Minha mãe me ensinou a SER OBJETIVO...
"EU TE AJEITO NUMA PANCADA SÓ!"

Minha mãe me ensinou a ESCUTAR...
"SE VOCÊ NÃO ABAIXAR O VOLUME, EU VOU AÍ E QUEBRO ESSE RÁDIO!"

Minha mãe me ensinou a TER GOSTO PELOS ESTUDOS...
"SE EU FOR AÍ E VOCÊ NÃO TIVER TERMINADO ESSA LIÇÃO, VOCÊ JÁ SABE!..."

Minha mãe me ajudou na COORDENAÇÃO MOTORA...
"JUNTA AGORA ESSES BRINQUEDOS!! PEGA UM POR UM!!"

Minha mãe me ensinou os NÚMEROS...
"VOU CONTAR ATÉ DEZ. SE ESSE VASO NÃO APARECER VOCÊ LEVA UMA SURRA!"

Obrigado, Mãe, muito obrigado...

quarta-feira, fevereiro 13

Mostra de Teatro

Clique para ampliar



Confira a programaçãoAQUI
Tudo sobre a Mostra Nacional de Teatro de Uberlândia clique AQUI

Recordar é viver

Recebi do amigo Xico de Belo Horizonte, repasso.

Para você relembrar os estudos de história no colégio.
Dizem que esta foto foi doada pelos netos de um ex-pracinha brasileiro ao museu da guerra do Rio de Janeiro e esclarece um dos maiores feitos da nossa FEB (Força Expedicionária do Brasil) durante a IIª guerra mundial.

A tomada de Montese (ponto mais alto da costa italiana, na qual era hasteada a bandeira de Mussolini) deu-se em 11/09/1944 pelo 11º Regimento de Infantaria (atual 11ºBI).

Até hoje não haviam sido encontradas provas que explicassem tamanho empenho dos bravos guerreiros brasileiros em terras italianas. Aos bravos heróis de guerra!

segunda-feira, fevereiro 11

Verdes musgos

Minha floresta tropical pessoal, microcosmo, rico em verde/vida
sem derrubadas, sem pasto aqui preservado intocado, sagrado.

sexta-feira, fevereiro 8

Um micro conto urbano

Outro dia, finalmente vi o filme "Cidade de Deus", por muito tempo relutei assim fazer, me bastavam as críticas e as resenhas. Confesso que fiquei meio mal frente a tanta violência. A realidade nua e crua assusta.

Resultado: Nasceu um micro conto pesado, acho que, guardando-se as proporções e os talentos literários é claro, surge do nada em mim um lado Plinio Marcos, meio Nelson Rodrigues que existe dentro de todos nós. Está lá no cnatinho de cada alma, só fingimos que ele não existe, dele temos medo, o ignoramos propositalmente para poder suportar, às vezes até a nós mesmos. Nem tudo são flores, nem tudo.
Ai está o micro conto, talvez incomode.


Um micro conto urbano

Afundado em lúgubres pensamentos, encostado em poste de ponto de ônibus acompanhava por ali estar, sem a menor paciência, conversa daquelas senhoras. Esconjuravam mundos e fundos.

Além do mau humor da conversa sem beira nem eira, exalavam horrível cheiro de naftalina. Sentiu náuseas. Sua mão no bolso apalpava a faca. Zagaia urbana, instrumento de trabalho em urbe sem alma que o alijava, sempre.

Sorriu amargo e de ombros olhou as senhoras daquela prosa mole. Olhar de bicho. Como predador que avalia sua presa, sabia que ali estava a féria do dia.
Relaxou em estranho prazer.




PS: Este micro conto foi criado para o tema da quinzena dos Anjos de Prata
Também publicado na coluna Opinião do Leitor do Jornal Correio

quinta-feira, fevereiro 7

Presente de grego

Reconto aqui uma história que ouvi há muitos, muitos anos atrás. Por mais que tenha buscado a autoria da mesma, nem rastro batido ou petrificado encontrei. Peço pois perdão por não citar fontes, as desconheço, perdidas no tempo, uma pena. Se alguém se lembrar ou de algo souber me conte, detesto injustiças.

Poucas décadas atrás, poucas em relação ao tempo no cosmos, uma civilização muito adiantada tecnologicamente visitou nosso planeta.
Era uma missão observatória, científica e de busca.

Em reunião como os maiores líderes mundiais da época, fizeram a eles uma proposta:
Dariam para a humanidade um instrumento que revolucionaria a história do povo da terra. As distâncias seriam encurtadas de maneira jamais imaginada, alimentos e bens poderiam ser deslocados em tempo curtíssimo de um ponto para outro, aposentando assim as carruagens e carroças. Viajar-se-ia para destinos antes impensáveis e velozmente.

As mensagens seriam entregues quase que de imediato e os cavalos dos correios da época poderiam pastar com merecida tranqüilidade, enfim os benefícios seriam inúmeros. A civilização terráquea daria um salto quantitativo e qualitativo de milênios.

Em troca os alienígenas só pediram uma coisa: levariam por ano algo perto de 1 milhão de almas para o seu planeta para servirem de cobaias em estudos científicos. Seriam dissecados, abertos, dilacerados, receberiam drogas e próteses experimentais, enxertos de toda natureza e, por fim sacrificados a bem da ciência.

Uma onda de indignação tomou conta da assembléia, o povo foi para as ruas em protesto exigindo a expulsão dos extraterrestres de nosso planeta, os religiosos os excomungaram. Febre e ódio.

Desapontados com a reação humana, as luminosas naves em harmonioso balé celeste se foram para nunca mais serem vistas.

Conta-se porém que antes da partida um grupo seleto e influente de burocratas sem escrúpulos, curiosos sobre a oferta e querendo saber mais sobre tão maravilhoso presente, como e quanto poderiam lucrar com ele, se reuniram às escondidas com os visitantes do espaço. Longe dos olhares da imprensa e da opinião pública selaram o trágico acordo: 1 milhão de terráqueos de todas as idades, nacionalidades, etnias e de ambos os sexos, fossem eles crianças, adolescentes ou adultos, seriam levados todos os anos para o distante planeta. Assim se fez.

O tal maravilhoso e revolucionário presente continua até os dias de hoje a circular quase que desapercebido entre nós cobrando seu preço em vidas: são os automóveis, às vezes reverenciados como semideuses, objetos de desejo e cobiça.

Penso sempre nessa historinha após os feriados prolongados e nos períodos de férias.
Segundo a Organização Mundial de Saúde 1,2 milhão de pessoas morrem atualmente em todo o mundo em decorrência de acidente de trânsito. O número de feridos está entre 20 e 50 milhões.
Haverá pois algum fundo de verdade no relatado? Algum dia saberemos?