Poucas décadas atrás, poucas em relação ao tempo no cosmos, uma civilização muito adiantada tecnologicamente visitou nosso planeta.
Era uma missão observatória, científica e de busca.
Em reunião como os maiores líderes mundiais da época, fizeram a eles uma proposta:
Dariam para a humanidade um instrumento que revolucionaria a história do povo da terra. As distâncias seriam encurtadas de maneira jamais imaginada, alimentos e bens poderiam ser deslocados em tempo curtíssimo de um ponto para outro, aposentando assim as carruagens e carroças. Viajar-se-ia para destinos antes impensáveis e velozmente.
As mensagens seriam entregues quase que de imediato e os cavalos dos correios da época poderiam pastar com merecida tranqüilidade, enfim os benefícios seriam inúmeros. A civilização terráquea daria um salto quantitativo e qualitativo de milênios.
Em troca os alienígenas só pediram uma coisa: levariam por ano algo perto de 1 milhão de almas para o seu planeta para servirem de cobaias em estudos científicos. Seriam dissecados, abertos, dilacerados, receberiam drogas e próteses experimentais, enxertos de toda natureza e, por fim sacrificados a bem da ciência.
Uma onda de indignação tomou conta da assembléia, o povo foi para as ruas em protesto exigindo a expulsão dos extraterrestres de nosso planeta, os religiosos os excomungaram. Febre e ódio.
Desapontados com a reação humana, as luminosas naves em harmonioso balé celeste se foram para nunca mais serem vistas.
Conta-se porém que antes da partida um grupo seleto e influente de burocratas sem escrúpulos, curiosos sobre a oferta e querendo saber mais sobre tão maravilhoso presente, como e quanto poderiam lucrar com ele, se reuniram às escondidas com os visitantes do espaço. Longe dos olhares da imprensa e da opinião pública selaram o trágico acordo: 1 milhão de terráqueos de todas as idades, nacionalidades, etnias e de ambos os sexos, fossem eles crianças, adolescentes ou adultos, seriam levados todos os anos para o distante planeta. Assim se fez.
O tal maravilhoso e revolucionário presente continua até os dias de hoje a circular quase que desapercebido entre nós cobrando seu preço em vidas: são os automóveis, às vezes reverenciados como semideuses, objetos de desejo e cobiça.
Penso sempre nessa historinha após os feriados prolongados e nos períodos de férias.
Segundo a Organização Mundial de Saúde 1,2 milhão de pessoas morrem atualmente em todo o mundo em decorrência de acidente de trânsito. O número de feridos está entre 20 e 50 milhões.
Haverá pois algum fundo de verdade no relatado? Algum dia saberemos?
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