Brilhante a crônica "Dá-lhe Dilma" do amigo Thogo Lemos - Jornal Correio, Ponto de Vista de 27/8/2011. Agora que abriu-se a caixa de Pandora, a primeira mulher que existiu, criada por Hefesto, deus do fogo, dos metais e da metalurgia, percebe-se algo tipo Nostradamus neste resumido curriculum da mitológica moça ou é só impressão de minha parte? Bom, as provávels semelhanças acabam ali na linha acima.
A farofa no ventilador se espalha no país da impunidade. Sim deveríamos ir às ruas. Caras pintadas, como velhos roqueiros, reunamo-nos novamente contra a corrupção generalizada em grande Woodstock cívico.
É certo, Dona Dilma mexeu no balaio de gato, agora falta encontrar quem os adote, outros que não nós, povo.
Clique na imagem abaixo. A crônica de Thogo está em PDF
"Se for falar mal de mim me chame, sei coisas horríveis a meu respeito" (Clarice Lispector)
segunda-feira, agosto 29
sexta-feira, agosto 26
Formiga
Em fim de tarde seca, nada como prosa no quintal. Deixa escurecer sozinho sem acender de luz, sentir vento fresco que sopra lá do Goiás trazendo poeira, polem, maritacas e araras. Nada de chuva ainda, mas ela, com sempre hora vem.
Um papagaio boiadeiro contradiz as regras da física e passa voando bem perto, sureco e resmungão, voa de lado. Estranhamente sozinho. Companheira ficou pelo caminho?
Curicacas aninham no coqueiro, em breve ovos, choca e filhotes.
O universo dos pequenos nos mostra detalhes deslumbrantes. Alguns fotografamos com máquinas, outros grudam na memória que nem pé de passarinho no visgo.
Atenção momentâneamente desviada para o chão, ali aventura acontecia. Prima próxima da formiga-cabo-verde, tucandeira mineira, venenosa. Ferroada doido que só. Nossas crianças aprenderam na prática, hoje crescidos, pulam por cima ou arredam ligeiro com o dedo do pé. Carece matar nunca.
Em esforço carregava amendoim, banquete. Restos deste quente fim de tarde regado a risos e trocas.
Saímos pouco, temos quase tudo ali mesmo. Quintal: sala, cozinha, canto de receber.
Esforço compensado, sozinha fez seu verão sem se importar com pressa peso ou pressão.
Lá se foi altaneira/ serelepe
O amendoim era sim, de um doce e caseiro pé de moleque.
quarta-feira, agosto 24
Flor de Íris
(Clica na flor que aumenta)
De amiga recebemos belas mudas de orquídeas. Muitas vieram com flores em botão
Dadas de coração, nada mais certo que vingassem em flor/emoção
De Íris recebemos belas mudas. Extensão de beleza entregues com afeição, delas explodiram em perfume e cor cada botão, um de cada vez/
Rendadas pétalas, arte pura pintadas a mão? Delicadas criaturinhas de Oxossi.
Belas puras como se cultivadas fossem em jardim de Erês
foram se mostrando mansas, sim, uma de cada vez/
Íris/Erês mitologia e umbanda juntas ao acaso, nada combinado
mas sob os olhos atentos de Shakti a poderosa/
Fonética coincidência, se é que esta há/
O importante é, que a beleza flor, para quem quiser ver/
Lá está.
Em mistura/sincretismo em tudo fruto da criação, ao mesmo tempo grande farofa
Deslumbrante, pura, eterna beleza em ebulição
Agosto 2011
terça-feira, agosto 23
segunda-feira, agosto 22
Agosto ( 2 )
Se ficarmos um ano que seja sem realizar vacinação, corre-se o risco de retornarmos à estaca zero e vermos a doença voltar a ameaçar nossa gente. Uberlândia cumpre rigorosamente seu papel de maneira brilhante e comprometida. Resta agora aos outros níveis de poder fazer chegar não apenas a nós, mas a todo o Brasil o mais importante.
Sem vacina, senhores, a doença volta a bater às nossas portas. Não, não estou sendo alarmista, mas a experiência adquirida ao longo de quase três décadas dedicadas à saúde coletiva me permite arriscar triste palpite. É sabido que ninguém quer isso nem mesmo os que, de longe, fazem de seus relatórios e mapas instrumentos de trabalho e bolas de cristal.
Puro exercício de futurologia de quem não está acostumado com o pó, os caprichos e carrapichos do campo, pois distantes estão do dia a dia da lida. Também é certo que ninguém espera milagre deles, mas, pelo menos, respostas claras que justifiquem esta falha e, principalmente, previsão de quando a normalidade se instalará.
Assim, poderemos programar nosso trabalho e dar uma resposta convincente para a população, que tem o direito a este serviço e acredita nele. Será que a nossa prefeitura terá que se sujeitar à ganância de laboratórios não oficiais, que, aproveitando o momento, elevam os preços de seus imunobiológicos?
Será que estes mesmos laboratórios em gesto de solidariedade não poderiam doar estas vacinas, pelo menos neste ano? Será que estou dando um crédito muito grande a ponto de ser ingênuo propondo tal ato? O tempo dirá.
Mas tudo tem prazo de validade,nada dura para sempre, até a mais dura das secas, pelo menos por essas bandas. Logo aos primeiros pingos, como por milagre, uma explosão
de vida e cor surgirá a olhos vistos. O pasto seco brotará da noite
para o dia, a mata se vestirá novamente de flores, folhas e vida. Sementes que ao solo pareciam condenadas lançarão seus brotos em busca de sol e céu. A vida mostrará seu vigor e sua capacidade de regeneração e eternidades. O mês de agosto e todas as crendices que carrega se vai e, aparentemente, tudo voltará ao normal aceitável.
A natureza pode até se vestir em cor, mas as perigosas sequelas de não se fazer uma campanha de vacinação contra a raiva podem até não aparecer de imediato, como
também podem nem aparecer. Em saúde pública, a continuidade das ações é tudo. Voltamos a viver sob alerta máximo.
A população muito em breve começará a cobrar o que lhe é de direito e com razão, pois foi para isso que tanto nos desdobramos, para que se conscientizassem da importância de se vacinar seus cães e gatos. Vai cobrar de quem? Será que contar para eles sobre ministerial norma técnica é suficiente?
Que os céus nos protejam e não aconteça nenhuma tragédia. Não faltarão dedos a apontar culpados e o município corre o risco de se tornar o vilão da história, mesmo não tendo culpa nenhuma no cartório. O mal já estará feito e o fruto do trabalho de uma vida, atirado aos lobos. Se a demora em resolver tão grave problema persistir, poderá
ser tarde demais. Corremos o risco de repetir a triste frase escrita por Camões em seu famoso livro “Os Lusíadas”, quando da descoberta da morte de Inês de Castro: “Aconteceu da mísera e mesquinha, que depois de ser morta foi rainha”, em outras palavras: “Agora é tarde, Inês é morta”.
Sem vacina, senhores, a doença volta a bater às nossas portas. Não, não estou sendo alarmista, mas a experiência adquirida ao longo de quase três décadas dedicadas à saúde coletiva me permite arriscar triste palpite. É sabido que ninguém quer isso nem mesmo os que, de longe, fazem de seus relatórios e mapas instrumentos de trabalho e bolas de cristal.
Puro exercício de futurologia de quem não está acostumado com o pó, os caprichos e carrapichos do campo, pois distantes estão do dia a dia da lida. Também é certo que ninguém espera milagre deles, mas, pelo menos, respostas claras que justifiquem esta falha e, principalmente, previsão de quando a normalidade se instalará.
Assim, poderemos programar nosso trabalho e dar uma resposta convincente para a população, que tem o direito a este serviço e acredita nele. Será que a nossa prefeitura terá que se sujeitar à ganância de laboratórios não oficiais, que, aproveitando o momento, elevam os preços de seus imunobiológicos?
Será que estes mesmos laboratórios em gesto de solidariedade não poderiam doar estas vacinas, pelo menos neste ano? Será que estou dando um crédito muito grande a ponto de ser ingênuo propondo tal ato? O tempo dirá.
Mas tudo tem prazo de validade,nada dura para sempre, até a mais dura das secas, pelo menos por essas bandas. Logo aos primeiros pingos, como por milagre, uma explosão
de vida e cor surgirá a olhos vistos. O pasto seco brotará da noite
para o dia, a mata se vestirá novamente de flores, folhas e vida. Sementes que ao solo pareciam condenadas lançarão seus brotos em busca de sol e céu. A vida mostrará seu vigor e sua capacidade de regeneração e eternidades. O mês de agosto e todas as crendices que carrega se vai e, aparentemente, tudo voltará ao normal aceitável.
A natureza pode até se vestir em cor, mas as perigosas sequelas de não se fazer uma campanha de vacinação contra a raiva podem até não aparecer de imediato, como
também podem nem aparecer. Em saúde pública, a continuidade das ações é tudo. Voltamos a viver sob alerta máximo.
A população muito em breve começará a cobrar o que lhe é de direito e com razão, pois foi para isso que tanto nos desdobramos, para que se conscientizassem da importância de se vacinar seus cães e gatos. Vai cobrar de quem? Será que contar para eles sobre ministerial norma técnica é suficiente?
Que os céus nos protejam e não aconteça nenhuma tragédia. Não faltarão dedos a apontar culpados e o município corre o risco de se tornar o vilão da história, mesmo não tendo culpa nenhuma no cartório. O mal já estará feito e o fruto do trabalho de uma vida, atirado aos lobos. Se a demora em resolver tão grave problema persistir, poderá
ser tarde demais. Corremos o risco de repetir a triste frase escrita por Camões em seu famoso livro “Os Lusíadas”, quando da descoberta da morte de Inês de Castro: “Aconteceu da mísera e mesquinha, que depois de ser morta foi rainha”, em outras palavras: “Agora é tarde, Inês é morta”.
Publicado no Jornal Correio em 22 de agosto 2011
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Ou AQUI em meu diretório Google
domingo, agosto 21
Agosto
Popularmente o mês de agosto é conhecido na crendice como o mês do azar, das coisas ruins. Muitos evitam até casar neste mês de seca, vento e pó. Agosto, o mês do desgosto, dizem aos quatro ventos. Casamento em agosto é fadado a durar pouco e acabar em briga feia. Aqui, um segredo pessoal: casei-me em um agosto há 30 anos e nossa vida vai muito bem, obrigado. Será a exceção que confirma a regra?
As bruxas geralmente fazem suas convenções anuais em agosto. Para deixar claro e apagar qualquer dúvida em relação a superstições, repito dito galego:
“No creo en brujas, pero que las hay, las hay”.
Talvez a maioria das pessoas ache o mês feio, pois em grande parte de nosso país não chove, as folhas caem, os pastos secam e um aspecto de abandono toma conta da natureza. Falso abandono, pois a beleza oculta em tanta poeira, notada por poucos, esconde um descanso, um adormecer importante para a vida.
Para agravar ainda mais a pecha de mês dos horrores, dizem as más línguas que é em agosto que acontecem maior número de acidentes aéreos, rompimento de namoros, quedas na Bolsa de Valores, tragédias marítimas e quebras de ovos indez.
Não posso garantir que nada disso seja verdade, mas, hora dessas, vou atrás de tais números. Não devemos nos esquecer da fatídica Sexta-feira 13, de Agosto. Essa é pesada.
Uma coisa é real, não apenas em agosto, mas em todo período da seca, o aumento das doenças respiratórias e outras doenças virais encontram caminho aberto para se mostrarem mais ativas. Com a falta de chuva, vem o frio e os índices de umidade caem a níveis alarmantes. As pessoas tendem a ficar mais aglomeradas facilitando a propagação das “ites”: conjuntivites, bronquites, faringites e por aí afora.
A mão humana ajuda a piorar o quadro com criminosas queimadas. Não consigo entender este prazer mórbido de atear fogo em qualquer moitinha de capim seco. A psiquiatria talvez explique.
Mas o verdadeiro motivo dessa crônica é outro. Agosto é também conhecido como mês do cachorro louco, da raiva.
Aqui em Uberlândia, desde 1983, a Prefeitura Municipal assumiu o controle da raiva animal e com afinco se dedicou a levar informação e, anualmente, desencadear campanha que se tornou modelo de vacinação de cães e gatos, tanto na zona urbana quanto na zona rural. Um trabalho digno de admiração e respeito.
Resultado: o último caso da raiva foi diagnosticado em um gato, em setembro de um longínquo 1987. Desde então não se viu caso da doença. Dezenas de turmas da nossa Veterinária formaram sem ver um caso sequer. Diferente do nosso tempo em que nos deparávamos quase todo dia com um bicho doente. Muito a comemorar.
Neste ano, fato inusitado: após toda campanha preparada, pessoal imunizado e treinado, fomos informados, assim do nada, de que não haveria vacina disponível. O município fez gestão no Estado e no Ministério, mas nada de concreto, ninguém soube fornecer informação correta para tal fato. Ficou uma sensação de que estávamos sozinhos com nossos problemas. É inaceitável situação como esta. Pior é ouvir de alguns epidemiologistas de gabinete que, estando Uberlândia em situação confortável, pode esperar um tempo, pois não é prioridade deles.
Hora, esta situação confortável se deu exatamente em razão do trabalho sério, devotado e contínuo do município ao longo de anos, que pôs sob controle esta fatal doença
Publicado no Jornal Correio nos dias 21 e 22 de Agosto de 2011
As bruxas geralmente fazem suas convenções anuais em agosto. Para deixar claro e apagar qualquer dúvida em relação a superstições, repito dito galego:
“No creo en brujas, pero que las hay, las hay”.
Talvez a maioria das pessoas ache o mês feio, pois em grande parte de nosso país não chove, as folhas caem, os pastos secam e um aspecto de abandono toma conta da natureza. Falso abandono, pois a beleza oculta em tanta poeira, notada por poucos, esconde um descanso, um adormecer importante para a vida.
Para agravar ainda mais a pecha de mês dos horrores, dizem as más línguas que é em agosto que acontecem maior número de acidentes aéreos, rompimento de namoros, quedas na Bolsa de Valores, tragédias marítimas e quebras de ovos indez.
Não posso garantir que nada disso seja verdade, mas, hora dessas, vou atrás de tais números. Não devemos nos esquecer da fatídica Sexta-feira 13, de Agosto. Essa é pesada.
Uma coisa é real, não apenas em agosto, mas em todo período da seca, o aumento das doenças respiratórias e outras doenças virais encontram caminho aberto para se mostrarem mais ativas. Com a falta de chuva, vem o frio e os índices de umidade caem a níveis alarmantes. As pessoas tendem a ficar mais aglomeradas facilitando a propagação das “ites”: conjuntivites, bronquites, faringites e por aí afora.
A mão humana ajuda a piorar o quadro com criminosas queimadas. Não consigo entender este prazer mórbido de atear fogo em qualquer moitinha de capim seco. A psiquiatria talvez explique.
Mas o verdadeiro motivo dessa crônica é outro. Agosto é também conhecido como mês do cachorro louco, da raiva.
Aqui em Uberlândia, desde 1983, a Prefeitura Municipal assumiu o controle da raiva animal e com afinco se dedicou a levar informação e, anualmente, desencadear campanha que se tornou modelo de vacinação de cães e gatos, tanto na zona urbana quanto na zona rural. Um trabalho digno de admiração e respeito.
Resultado: o último caso da raiva foi diagnosticado em um gato, em setembro de um longínquo 1987. Desde então não se viu caso da doença. Dezenas de turmas da nossa Veterinária formaram sem ver um caso sequer. Diferente do nosso tempo em que nos deparávamos quase todo dia com um bicho doente. Muito a comemorar.
Neste ano, fato inusitado: após toda campanha preparada, pessoal imunizado e treinado, fomos informados, assim do nada, de que não haveria vacina disponível. O município fez gestão no Estado e no Ministério, mas nada de concreto, ninguém soube fornecer informação correta para tal fato. Ficou uma sensação de que estávamos sozinhos com nossos problemas. É inaceitável situação como esta. Pior é ouvir de alguns epidemiologistas de gabinete que, estando Uberlândia em situação confortável, pode esperar um tempo, pois não é prioridade deles.
Hora, esta situação confortável se deu exatamente em razão do trabalho sério, devotado e contínuo do município ao longo de anos, que pôs sob controle esta fatal doença
Se ficarmos um ano que seja sem realizar vacinação, corre-se o risco de retornarmos à estaca zero e vermos a doença voltar a ameaçar nossa gente. Uberlândia cumpre rigorosamente seu papel de maneira brilhante e comprometida. Resta agora aos outros níveis de poder fazer chegar não apenas a nós, mas a todo o Brasil o mais importante.
Sem vacina, senhores, a doença volta a bater às nossas portas. Não, não estou sendo alarmista, mas a experiência adquirida ao longo de quase três décadas dedicadas à saúde coletiva me permite arriscar triste palpite. É sabido que ninguém quer isso nem mesmo os que, de longe, fazem de seus relatórios e mapas instrumentos de trabalho e bolas de cristal.
Puro exercício de futurologia de quem não está acostumado com o pó, os caprichos e carrapichos do campo, pois distantes estão do dia a dia da lida. Também é certo que ninguém espera milagre deles, mas, pelo menos, respostas claras que justifiquem esta falha e, principalmente, previsão de quando a normalidade se instalará.
Assim, poderemos programar nosso trabalho e dar uma resposta convincente para a população, que tem o direito a este serviço e acredita nele. Será que a nossa prefeitura terá que se sujeitar à ganância de laboratórios não oficiais, que, aproveitando o momento, elevam os preços de seus imunobiológicos?
Será que estes mesmos laboratórios em gesto de solidariedade não poderiam doar estas vacinas, pelo menos neste ano? Será que estou dando um crédito muito grande a ponto de ser ingênuo propondo tal ato? O tempo dirá.
Mas tudo tem prazo de validade,nada dura para sempre, até a mais dura das secas, pelo menos por essas bandas. Logo aos primeiros pingos, como por milagre, uma explosão de vida e cor surgirá a olhos vistos. O pasto seco brotará da noite para o dia, a mata se vestirá novamente de flores, folhas e vida. Sementes que ao solo pareciam condenadas lançarão seus brotos em busca de sol e céu. A vida mostrará seu vigor e sua capacidade de regeneração e eternidades. O mês de agosto e todas as crendices que carrega se vai e, aparentemente, tudo voltará ao normal aceitável.
A natureza pode até se vestir em cor, mas as perigosas sequelas de não se fazer uma campanha de vacinação contra a raiva podem até não aparecer de imediato, como também podem nem aparecer. Em saúde pública, a continuidade das ações é tudo. Voltamos a viver sob alerta máximo.
A população muito em breve começará a cobrar o que lhe é de direito e com razão, pois foi para isso que tanto nos desdobramos, para que se conscientizassem da importância de se vacinar seus cães e gatos. Vai cobrar de quem? Será que contar para eles sobre ministerial norma técnica é suficiente?
Que os céus nos protejam e não aconteça nenhuma tragédia. Não faltarão dedos a apontar culpados e o município corre o risco de se tornar o vilão da história, mesmo não tendo culpa nenhuma no cartório. O mal já estará feito e o fruto do trabalho de uma vida, atirado aos lobos. Se a demora em resolver tão grave problema persistir, poderá ser tarde demais. Corremos o risco de repetir a triste frase escrita por Camões em seu famoso livro “Os Lusíadas”, quando da descoberta da morte de Inês de Castro: “Aconteceu da mísera e mesquinha, que depois de ser morta foi rainha”, em outras palavras: “Agora é tarde, Inês é morta”.
Sem vacina, senhores, a doença volta a bater às nossas portas. Não, não estou sendo alarmista, mas a experiência adquirida ao longo de quase três décadas dedicadas à saúde coletiva me permite arriscar triste palpite. É sabido que ninguém quer isso nem mesmo os que, de longe, fazem de seus relatórios e mapas instrumentos de trabalho e bolas de cristal.
Puro exercício de futurologia de quem não está acostumado com o pó, os caprichos e carrapichos do campo, pois distantes estão do dia a dia da lida. Também é certo que ninguém espera milagre deles, mas, pelo menos, respostas claras que justifiquem esta falha e, principalmente, previsão de quando a normalidade se instalará.
Assim, poderemos programar nosso trabalho e dar uma resposta convincente para a população, que tem o direito a este serviço e acredita nele. Será que a nossa prefeitura terá que se sujeitar à ganância de laboratórios não oficiais, que, aproveitando o momento, elevam os preços de seus imunobiológicos?
Será que estes mesmos laboratórios em gesto de solidariedade não poderiam doar estas vacinas, pelo menos neste ano? Será que estou dando um crédito muito grande a ponto de ser ingênuo propondo tal ato? O tempo dirá.
Mas tudo tem prazo de validade,nada dura para sempre, até a mais dura das secas, pelo menos por essas bandas. Logo aos primeiros pingos, como por milagre, uma explosão de vida e cor surgirá a olhos vistos. O pasto seco brotará da noite para o dia, a mata se vestirá novamente de flores, folhas e vida. Sementes que ao solo pareciam condenadas lançarão seus brotos em busca de sol e céu. A vida mostrará seu vigor e sua capacidade de regeneração e eternidades. O mês de agosto e todas as crendices que carrega se vai e, aparentemente, tudo voltará ao normal aceitável.
A natureza pode até se vestir em cor, mas as perigosas sequelas de não se fazer uma campanha de vacinação contra a raiva podem até não aparecer de imediato, como também podem nem aparecer. Em saúde pública, a continuidade das ações é tudo. Voltamos a viver sob alerta máximo.
A população muito em breve começará a cobrar o que lhe é de direito e com razão, pois foi para isso que tanto nos desdobramos, para que se conscientizassem da importância de se vacinar seus cães e gatos. Vai cobrar de quem? Será que contar para eles sobre ministerial norma técnica é suficiente?
Que os céus nos protejam e não aconteça nenhuma tragédia. Não faltarão dedos a apontar culpados e o município corre o risco de se tornar o vilão da história, mesmo não tendo culpa nenhuma no cartório. O mal já estará feito e o fruto do trabalho de uma vida, atirado aos lobos. Se a demora em resolver tão grave problema persistir, poderá ser tarde demais. Corremos o risco de repetir a triste frase escrita por Camões em seu famoso livro “Os Lusíadas”, quando da descoberta da morte de Inês de Castro: “Aconteceu da mísera e mesquinha, que depois de ser morta foi rainha”, em outras palavras: “Agora é tarde, Inês é morta”.
Publicado no Jornal Correio nos dias 21 e 22 de Agosto de 2011
sexta-feira, agosto 19
Infância
"Um caminhão carregado de doces foi saqueado por volta das 23h desta quarta-feira (28), na BR-365, próximo ao km 644."Infância difícil. Vivia na roça, rotina de adulto. Madrugava todo santo dia. Acordava não, era arrancado da cama pelo vozeirão do pai: — Bora menino, já faz hora!
Jornal Correio caderno Cidade & Região de 07/2011
O café requentado na chaleira dormitava sobre a chapa morna do fogão a lenha. Gole ligeiro, um biscoito frito da lata e pronto. Já estava calçado e vestido.
Rumo ao curral apartar bezerro e depois tirar leite. Não foi uma, nem duas vezes, que dormiu com a cabeça encostada no vazio das vacas magras pela seca prolongada. O pasto findo aumentava mais ainda o trabalho. Depois de secar as vacas era hora de picar cana e servir no cocho, capinar roça, preparar chão para a chegada, sabe-se lá quando, das águas. O pai passava perto, olhava, tomava a enxada de sua mão, encabava de modo certo, olhava torto, sem raiva, sem nada. Raramente trocavam palavra. Mas sabia que podia contar com ele para o que desse e viesse. Era o jeito dele, sisudo, cabisbaixo, um homem só em si mesmo.
Não conhecera a mãe, dizem que morreu quando nasceu, nas mãos de parteira. O pai o criou sozinho, filho único.
Se lhe perguntassem quando era seu aniversário não saberia dizer. O pai ainda não o tinha registrado e, portanto, não podia ir à escola, um dos seus grandes sonhos. Quando em vez criava coragem e perguntava olhando para o chão, nervoso, se ia poder estudar, riscando a poeira com graveto de goiabeira. O pai, monossilábico respondia sempre:
- Logo...
E assim seguia a vida. Ordenha, capina, cura de umbigo de bezerro novo, fruta no pé, banho de córrego, pesca de lambari, sono de jacaré.
Dia de matar porco era festa. Junto com uma tia que vinha visitá-los de quando em vez, fritavam carne, guardavam em lata com manteiga e faziam sabão de soda. O almoço nesse dia era farto de comida e até sobremesa. A tia fazia doces maravilhosos com tudo quanto é fruta que havia. O que ele mais gostava: doce de figo. Não se cansava nunca de raspar com caco de telha, um a um, a baciada de figos.
Um dia o pai chegou manso e chamou:
- Vamô pra cidade fazer registro, chegou hora de estudar.
Ele não sabia se ria ou chorava, de tamanha alegria, só não demonstrava nada para o pai não mudar de idéia. Por fora a mesma expressão, por dentro, explosão. A pressa foi tamanha que vestiu a camisa do avesso e as botinas trocadas, o que, surpreendentemente, arrancou sorriso breve de seu pai.Fez que nem, sorriu ligeiro. Na estrada para pegar ônibus topou com cena surreal:
No preto do asfalto só se via cor. Tapete deslumbrante de vermelho, azul, amarelo, verde ouro e prata. A estrada cintilava como se estrelas coloridas tivessem caído do céu e espalhado doce chuva de balas, chocolates, pirulitos e bombons por todo o caminho.
Aquilo não podia ser de verdade! Era mágico.
Sem pensar duas vezes agachou manso e tomou nas mãos uma balinha de papel dourado. Tremendo a colocou na palma da mão e admirado, fechou os olhos imaginando seu sabor. A boca encheu d’água. Apertou-a entre os dedos como se medo houvesse daquela jóia lhe escapar ou pior, ele acordar e descobrir que nada daquilo era real.
Um vozeirão familiar o trouxe de volta:
— Deixa aí, não é nosso.
Envergonhado largou a balinha, não sem antes cheirá-la com muita força, enchendo os pulmões com aquele cheiro doce que o acompanharia pelo resto de seus dias. Seguiu caminho sem olhar para trás.
quarta-feira, agosto 17
Copa de 2014
Frase que rola na web
"Contagem regressiva para Copa 2014: Faltam 3 anos, 12 estádios e 1 seleção"
"Contagem regressiva para Copa 2014: Faltam 3 anos, 12 estádios e 1 seleção"
quarta-feira, agosto 10
terça-feira, agosto 9
Recall de besouro
Deus fará recall de besouro
O Misericordioso fez questão de lembrar que, no mesmo dia em que criou o besouro, projetou também o vaga-lume. “A média é boa”, disse.
PARAÍSO – Em entrevista coletiva, Deus Pai admitiu que o besouro não deu certo. “Vocês precisam reconhecer que o Meu deadline era muito apertado”, disse, referindo-se aos sete dias da Criação. “Comecei do zero, nem business plan Eu tinha”, justificou-se. Depois de receber um relatório do departamento de marketing divino que indicava um alto índice de insatisfação com a performance do inseto, o Misericordioso usou o Seu dom de ubiqüidade para vistoriar todas as varandas e terraços do planeta. Em pouco tempo, constatou que mais de 50% dos besouros estavam de costas, agitando as patas em desespero, e decidiu pelo recall da espécie. “A idéia é introduzir uma manivelinha no exoesqueleto do bicho, para que ele possa se virar sozinho”, disse o Todo Poderoso, sem esclarecer como o animal acionará a manivela já que não possui polegar opositor. “Estamos atentos para o problema”, disse o vice-diretor de Criação, “e, se for o caso, podemos até dotar o besouro de um polegarzinho.”
O Céu também trabalha com a hipótese de extinção. Entretanto, Deus Pai esclareceu que isso não signfica que descontinuará toda a linha de insetos coleópteros. “São mais de 350 mil espécies, e nem todas deram errado”, disse, dando como exemplo a joaninha. Nosso Senhor pediu aos setores mais organizados da sociedade que ajam com responsabilidade e não aproveitem a situação para pressionar a burocracia celeste em defesa de seus interesses particulares. “Não vamos acabar com a barata”, sublinhou o Senhor, “ela é um dos meus melhores projetos.” Aquele Que Se Fez Carne encerrou a coletiva reclamando que a imprensa tem a tendência de só dar notícia ruim. “Por que vocês não falam da pantera, da águia ou do Roberto Justus?”, perguntou, “é tudo coisa minha.”
PARAÍSO – Em entrevista coletiva, Deus Pai admitiu que o besouro não deu certo. “Vocês precisam reconhecer que o Meu deadline era muito apertado”, disse, referindo-se aos sete dias da Criação. “Comecei do zero, nem business plan Eu tinha”, justificou-se. Depois de receber um relatório do departamento de marketing divino que indicava um alto índice de insatisfação com a performance do inseto, o Misericordioso usou o Seu dom de ubiqüidade para vistoriar todas as varandas e terraços do planeta. Em pouco tempo, constatou que mais de 50% dos besouros estavam de costas, agitando as patas em desespero, e decidiu pelo recall da espécie. “A idéia é introduzir uma manivelinha no exoesqueleto do bicho, para que ele possa se virar sozinho”, disse o Todo Poderoso, sem esclarecer como o animal acionará a manivela já que não possui polegar opositor. “Estamos atentos para o problema”, disse o vice-diretor de Criação, “e, se for o caso, podemos até dotar o besouro de um polegarzinho.”
O Céu também trabalha com a hipótese de extinção. Entretanto, Deus Pai esclareceu que isso não signfica que descontinuará toda a linha de insetos coleópteros. “São mais de 350 mil espécies, e nem todas deram errado”, disse, dando como exemplo a joaninha. Nosso Senhor pediu aos setores mais organizados da sociedade que ajam com responsabilidade e não aproveitem a situação para pressionar a burocracia celeste em defesa de seus interesses particulares. “Não vamos acabar com a barata”, sublinhou o Senhor, “ela é um dos meus melhores projetos.” Aquele Que Se Fez Carne encerrou a coletiva reclamando que a imprensa tem a tendência de só dar notícia ruim. “Por que vocês não falam da pantera, da águia ou do Roberto Justus?”, perguntou, “é tudo coisa minha.”
Publicado na [Revista piauí] pra quem tem um clique a mais
segunda-feira, agosto 8
Dona Joana
Domingo, dia 14 de agosto no Circo Voador a partir das 14hs (oficinas e palestras).
Programação musical a partir das 19hs.
Classificação Livre até as 19hs. após, 18 anos.
confirme sua presença pelo facebook e ganhe os parabéns, clicando AQUI
SAIBA MAIS EM www.circovoador.com.br/culturadigital
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Gui Stutz
Conhece a DONA JOANA?
www.bandadonajoana.com.br (aqui você baixa o CD)
www.youtube.com/bandadonajoana (e aqui você vê nossos vídeos!)
sábado, agosto 6
Juízo Final
“Depois, disse o SENHOR a Noé: Entra tu e toda a tua casa na arca, porque te hei visto justo diante de mim nesta geração.”
Gênesis 7
Nem tudo ia assim tão bem pelas bandas do grande irmão do norte. Talvez influenciados por esperteza tropical, em que se definiu que não haveria mais certo ou errado no ensinar língua pátria. Lá, foram mais longe ainda e resolveram abolir a escrita cursiva. Argumentos não faltaram, inclusive o hipócrita discurso de preservar florestas, pois deixaram de produzir papel e lápis. Pensou-se também em abolir matérias como Geografia e História, mas pesquisas demonstraram que estas já haviam sido extintas na prática há muito tempo. Para os “Brothers”, Buenos Aires sempre foi e sempre será a capital do Brasil, assim como, no inconsciente coletivo, eles derrotaram as tropas vietcongs com facilidade e só precisaram de um Rambo para tal.
“Bom dia, Vietnam” para eles é um hino de conquista. Quando perguntados o que achavam de outros países, a maioria, espantada, respondia com outra pergunta: “existem outros países?”
O que não se esperava era que, já acostumados a uma linguagem própria, o internetês crescesse vertiginosamente superando em anos luz o esperanto, que vinha tentando ganhar adeptos desde meados do século 17 d.C. A linguagem nas redes tomou conta do mundo em menos de duas décadas. Se uma risada era “lol”, “rss” ou “jajaja”, de uma hora para outra, o mundo inteiro passou a utilizar o “kkk” e assim foi com todas as outras palavras. Como microrganismos, foram entrando em todas as máquinas do mundo e, em pouco tempo, universalizou-se uma linguagem sem pé nem cabeça e, pior, sem som. Sem som, porque as pessoas pararam de conversar e os contatos passaram a ser feitos apenas por digitação.
Falar tornou-se obsoleto. Escrever partituras? Nunca! Os Loops Studio da vida davam conta de orquestras completas ao alcance dos dedos e de todos. E o homem passou a se sentir divinamente superior a tudo. De sua mesa, com seus fios, reinava soberano. De encomendar pizza a declarar guerras, a vida se tornou totalmente virtual e globalizada. Foi quando resolveram desenvolver um software livre, o Office_stairway_2_heaven 1.0, para chegar ao Criador. Assim, poderiam conversar de igual para igual com Ele, discutir alguns detalhes da condução da vida e fazer reivindicações.
Foi o estopim, a gota d’água que faltava. Deus ficou tão P da vida, tão de saco cheio com a desordem e presunção humana que resolveu dar um basta, pôr um ponto final naquilo tudo e desceu a mutamba.
Por séculos, observava aquele furdunço e, mesmo com toda a sua santa e infinita paciência, percebeu que até o próprio infinito tem limites. Com as mãos no teclado de onde fazia valer sua onipresença, pensou primeiro em dar um Ctrl+Z geral e desfazer todo processo evolutivo de sua obra. Analisando com calma, achou melhor implantar um vírus no sistema mundial e detonar tudo criado naquela nova Babel.
Não seria má ideia, mas, agindo desse modo, o Criador estaria muito próximo de imitar a própria criatura e isso não Lhe parecia correto. Resolveu, então, fazer à moda antiga. Mandou água com vontade por 40 dias e 40 noites, só que, desta vez, todos os homens e mulheres verdadeiramente justos e de fé estavam offline. Dessa forma, não houve um Noé a avisar nem arca a construir.
“Bom dia, Vietnam” para eles é um hino de conquista. Quando perguntados o que achavam de outros países, a maioria, espantada, respondia com outra pergunta: “existem outros países?”
O que não se esperava era que, já acostumados a uma linguagem própria, o internetês crescesse vertiginosamente superando em anos luz o esperanto, que vinha tentando ganhar adeptos desde meados do século 17 d.C. A linguagem nas redes tomou conta do mundo em menos de duas décadas. Se uma risada era “lol”, “rss” ou “jajaja”, de uma hora para outra, o mundo inteiro passou a utilizar o “kkk” e assim foi com todas as outras palavras. Como microrganismos, foram entrando em todas as máquinas do mundo e, em pouco tempo, universalizou-se uma linguagem sem pé nem cabeça e, pior, sem som. Sem som, porque as pessoas pararam de conversar e os contatos passaram a ser feitos apenas por digitação.
Falar tornou-se obsoleto. Escrever partituras? Nunca! Os Loops Studio da vida davam conta de orquestras completas ao alcance dos dedos e de todos. E o homem passou a se sentir divinamente superior a tudo. De sua mesa, com seus fios, reinava soberano. De encomendar pizza a declarar guerras, a vida se tornou totalmente virtual e globalizada. Foi quando resolveram desenvolver um software livre, o Office_stairway_2_heaven 1.0, para chegar ao Criador. Assim, poderiam conversar de igual para igual com Ele, discutir alguns detalhes da condução da vida e fazer reivindicações.
Foi o estopim, a gota d’água que faltava. Deus ficou tão P da vida, tão de saco cheio com a desordem e presunção humana que resolveu dar um basta, pôr um ponto final naquilo tudo e desceu a mutamba.
Por séculos, observava aquele furdunço e, mesmo com toda a sua santa e infinita paciência, percebeu que até o próprio infinito tem limites. Com as mãos no teclado de onde fazia valer sua onipresença, pensou primeiro em dar um Ctrl+Z geral e desfazer todo processo evolutivo de sua obra. Analisando com calma, achou melhor implantar um vírus no sistema mundial e detonar tudo criado naquela nova Babel.
Não seria má ideia, mas, agindo desse modo, o Criador estaria muito próximo de imitar a própria criatura e isso não Lhe parecia correto. Resolveu, então, fazer à moda antiga. Mandou água com vontade por 40 dias e 40 noites, só que, desta vez, todos os homens e mulheres verdadeiramente justos e de fé estavam offline. Dessa forma, não houve um Noé a avisar nem arca a construir.
Publicado no Jornal Correio em 06/07/2011
sexta-feira, agosto 5
Gente
Ver-te
Nem tão longe, nem tão perto
sigo ao lado, desperto
O silêncio lembra desprezo
É apreço
Me aquieto remoendo passado
Não acrescenta, só aumenta
vontade sentida de ver-te
suor orvalhado em colchas coloridas
O tremor de mãos, os arroubos, furacão,
Vontade sentida de ver-te,
Sinto imaginário, perfume Vert
Frutado, incorpado, floral
Vontade sentida de te ver
sigo ao lado, desperto
O silêncio lembra desprezo
É apreço
Me aquieto remoendo passado
Não acrescenta, só aumenta
vontade sentida de ver-te
suor orvalhado em colchas coloridas
O tremor de mãos, os arroubos, furacão,
Vontade sentida de ver-te,
Sinto imaginário, perfume Vert
Frutado, incorpado, floral
Vontade sentida de te ver
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