Recebi de Mariana
"Se for falar mal de mim me chame, sei coisas horríveis a meu respeito" (Clarice Lispector)
sexta-feira, setembro 30
quinta-feira, setembro 29
Bené da flauta
Foto de Dimas Guedes, pinçada do FB de Marília Gama
Bené da flauta, com seus bichinhos esculpidos com pequeno canivete em pedra sabão.
Dando vida a elefantes africanos/indianos, vaquinhas, e muitos, muitos outros que existiram apenas em sua imaginação
Se houve certo dia a arca de Noé,
Para sempre lembrança da lata de Bené
Pouco falar, mais a comunicar com sorrisos gestos e sons da alma, sempre calma
Foi-se em cortejo de anjos barrocos, às portas do céu bateu.
— Entra Bené, a casa é sua, pois como santo em terra sempre viveu.
Rôta roupa em iluminado manto luz se transformou.
Abrindo sorriso imenso Bené da flauta quase de alegria a chorar,soltou seu bichinhos mundo a fora agora a puro cantar.
Nem no céu Bené quis falar. Tomou da flauta, sua voz, e ao vento semeou cantigas de passarinhos, que até hoje se espalham no tempo em carinho
Eternizados em lembranças das gentis gentes que o conheceram e dele guardam até hoje suas criações
Sensíveis e raras que são, transmutam vaquinhas, ursos, leões em sonhos, lembranças, alegria/harmonia em corações.
Onde Bené passava, ficava leveza. Pés descalços na pedra lavrada. Íngremes ladeiras, seus corredores, morada.
Lá vem o Bené da Flauta, lá vem, escoltado por cortejo de anjos e querubins
Bené da lata, a arca de Bené
Pureza sua, viva um pouco que seja, me mim.
Setembro 2011
Bené da flauta, com seus bichinhos esculpidos com pequeno canivete em pedra sabão.
Dando vida a elefantes africanos/indianos, vaquinhas, e muitos, muitos outros que existiram apenas em sua imaginação
Se houve certo dia a arca de Noé,
Para sempre lembrança da lata de Bené
Pouco falar, mais a comunicar com sorrisos gestos e sons da alma, sempre calma
Foi-se em cortejo de anjos barrocos, às portas do céu bateu.
— Entra Bené, a casa é sua, pois como santo em terra sempre viveu.
Rôta roupa em iluminado manto luz se transformou.
Abrindo sorriso imenso Bené da flauta quase de alegria a chorar,soltou seu bichinhos mundo a fora agora a puro cantar.
Nem no céu Bené quis falar. Tomou da flauta, sua voz, e ao vento semeou cantigas de passarinhos, que até hoje se espalham no tempo em carinho
Eternizados em lembranças das gentis gentes que o conheceram e dele guardam até hoje suas criações
Sensíveis e raras que são, transmutam vaquinhas, ursos, leões em sonhos, lembranças, alegria/harmonia em corações.
Onde Bené passava, ficava leveza. Pés descalços na pedra lavrada. Íngremes ladeiras, seus corredores, morada.
Lá vem o Bené da Flauta, lá vem, escoltado por cortejo de anjos e querubins
Bené da lata, a arca de Bené
Pureza sua, viva um pouco que seja, me mim.
Setembro 2011
terça-feira, setembro 27
Pinheiro de Buda
segunda-feira, setembro 26
Segurança na infância
Resultados debate: impactos das políticas de segurança na infância
Colóquio internacional em São Paulo discute medidas para enfrentar a violência contra a infância e adolescência na América Latina
O cenário de múltiplas modalidades de violência cometidas contra crianças e adolescentes na América Latina e algumas propostas para enfrentá-las estiveram em debate no Colóquio Políticas de Segurança e Direitos Humanos: Enfocando a primeira infância, infância e adolescência, que aconteceu nos dias 13 e 14 de setembro no Centro Universitário Maria Antonia da Universidade de São Paulo.
Impulsionado por Equidade para a Infância América Latina, organizado em conjunto com a Rede Nacional Primeira Infância, o Instituto Arcor e Fundação Arcor e o Instituto C&A, e contando com o apoio do CIESPI e da Rede ANDI, o evento reuniu representantes do governo, organizações não governamentais, acadêmicos e especialistas em responsabilidade social que trabalham com e para a infância.
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Colóquio internacional em São Paulo discute medidas para enfrentar a violência contra a infância e adolescência na América Latina
O cenário de múltiplas modalidades de violência cometidas contra crianças e adolescentes na América Latina e algumas propostas para enfrentá-las estiveram em debate no Colóquio Políticas de Segurança e Direitos Humanos: Enfocando a primeira infância, infância e adolescência, que aconteceu nos dias 13 e 14 de setembro no Centro Universitário Maria Antonia da Universidade de São Paulo.
Impulsionado por Equidade para a Infância América Latina, organizado em conjunto com a Rede Nacional Primeira Infância, o Instituto Arcor e Fundação Arcor e o Instituto C&A, e contando com o apoio do CIESPI e da Rede ANDI, o evento reuniu representantes do governo, organizações não governamentais, acadêmicos e especialistas em responsabilidade social que trabalham com e para a infância.
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sábado, setembro 24
Tempos do onça
Recebi do amigo Ézio – aliás, mais do que amigo, pois por ele nutro sentimento de irmão – mensagem eletrônica que trazia anexada uma dessas apresentações de slides. Raramente abro esse tipo de aplicativo. Um dos motivos: vírus. Outro diz respeito aos conteúdos. Geralmente são mensagens apelativas e que te cobram obrigação de reenviá-la para outros sob pena de sanções das mais variadas, mas sempre funestas. Ficará vesgo do olho esquerdo, terá unha encravada, bico de papagaio ou mal da gota. Além, é claro, de ver seu endereço eletrônico incluído na categoria de spam de muitos de seus amigos. Assim, tenho como regra abrir apenas e somente apresentações que são dirigidas a mim diretamente por pessoas das quais gosto muito e, ainda, que contenham algum indicativo de seu conteúdo.
Foi o caso dessa enviada por Ézio. Mostrava itens antigos usados nas escolas dos anos 20 aos 50. Muitas delas chegaram ao meu tempo, outras conhecia por ouvir falar, como a cartilha “Caminho suave”. Caneta- tinteiro Parker 51, essa eu tinha, assim como o tinteiro em forma de doce de leite de mercearia.
Chegando mais para o meu tempo, eu lá colocaria a maravilha da matemática da época, a “Régua de calcular”, o fantástico “Biological science curriculum studies” (BSCS) e o “Zoologia geral” do Storer, aos quais credito a paixão anos depois à veterinária e biologia. Confesso (e que meus filhos não me ouçam) : eu era péssimo aluno. As capas dos livros, sim, me fascinavam. Inventava histórias sobre eles nos quais eu sempre era personagem de destaque. Já o conteúdo, este me dava um sono adolescente. Era começar a estudar, e lá estava eu em profundo dormir, a sonhar com aventuras nascidas daquelas imagens dos livros.
Aponto aqui algumas exceções: história, geografia e português, além de ciências e depois biologia. Estas me prendiam como goma arábica, que não desgrudava dos olhos e é também do meu tempo.
Havia ainda a lapiseira da antiga Tchecoslováquia, motivo de cobiça e inveja, as amarelas Toison d’or e as canetas Cross prateadas. E, é claro, a pasta tipo colecionador, com suas quatro garras que abastecíamos com folhas que já vinham furadas.
A mensagem de Ézio também trouxe outras fortes lembranças. O cheiro da merenda, a qual raramente podia provar, pois no grupo minha turma foi cobaia de um experimento educacional do Programa de Assistência Brasileiro-americana ao Ensino Elementar (Pabaee), talvez por ser cidadão norte-americano, não por nascido, mas por possuir dupla nacionalidade.
Tudo nosso era diferente. Tenho, pois, novos cheiros a acrescentar: crayon, pincel atômico, massa de modelar, lápis com borracha na parte superior e até merenda em lata, onde sempre chamaram minha atenção as mãos se cumprimentando, uma com a bandeira do Brasil, outra com dos EUA, coisas da Aliança para o Progresso. Se deu certo? Não tenho menor ideia do plano desses caras.
Muita coisa dançou em rodopios por minha cabeça depois dessa mensagem do amigo. Bonde, Feira de Amostras, óleo de fígado de bacalhau, carrinho de rolimã, bente altas, que aqui é beti, lá é com bola de meia e com o pé, as bases latas de cera Parquetina amassadas, bola de gude, finca; catecismos do Carlos Zéfiro, Guarapan, leite em garrafa de vidro e um perfume do qual não lembro o nome. Ah, e as montanhas, sempre as montanhas. Obrigado amigo. Valeu muito.
Publicado no Jornal Correio em 24/09/2011
Foi o caso dessa enviada por Ézio. Mostrava itens antigos usados nas escolas dos anos 20 aos 50. Muitas delas chegaram ao meu tempo, outras conhecia por ouvir falar, como a cartilha “Caminho suave”. Caneta- tinteiro Parker 51, essa eu tinha, assim como o tinteiro em forma de doce de leite de mercearia.
Chegando mais para o meu tempo, eu lá colocaria a maravilha da matemática da época, a “Régua de calcular”, o fantástico “Biological science curriculum studies” (BSCS) e o “Zoologia geral” do Storer, aos quais credito a paixão anos depois à veterinária e biologia. Confesso (e que meus filhos não me ouçam) : eu era péssimo aluno. As capas dos livros, sim, me fascinavam. Inventava histórias sobre eles nos quais eu sempre era personagem de destaque. Já o conteúdo, este me dava um sono adolescente. Era começar a estudar, e lá estava eu em profundo dormir, a sonhar com aventuras nascidas daquelas imagens dos livros.
Aponto aqui algumas exceções: história, geografia e português, além de ciências e depois biologia. Estas me prendiam como goma arábica, que não desgrudava dos olhos e é também do meu tempo.
Havia ainda a lapiseira da antiga Tchecoslováquia, motivo de cobiça e inveja, as amarelas Toison d’or e as canetas Cross prateadas. E, é claro, a pasta tipo colecionador, com suas quatro garras que abastecíamos com folhas que já vinham furadas.
A mensagem de Ézio também trouxe outras fortes lembranças. O cheiro da merenda, a qual raramente podia provar, pois no grupo minha turma foi cobaia de um experimento educacional do Programa de Assistência Brasileiro-americana ao Ensino Elementar (Pabaee), talvez por ser cidadão norte-americano, não por nascido, mas por possuir dupla nacionalidade.
Tudo nosso era diferente. Tenho, pois, novos cheiros a acrescentar: crayon, pincel atômico, massa de modelar, lápis com borracha na parte superior e até merenda em lata, onde sempre chamaram minha atenção as mãos se cumprimentando, uma com a bandeira do Brasil, outra com dos EUA, coisas da Aliança para o Progresso. Se deu certo? Não tenho menor ideia do plano desses caras.
Muita coisa dançou em rodopios por minha cabeça depois dessa mensagem do amigo. Bonde, Feira de Amostras, óleo de fígado de bacalhau, carrinho de rolimã, bente altas, que aqui é beti, lá é com bola de meia e com o pé, as bases latas de cera Parquetina amassadas, bola de gude, finca; catecismos do Carlos Zéfiro, Guarapan, leite em garrafa de vidro e um perfume do qual não lembro o nome. Ah, e as montanhas, sempre as montanhas. Obrigado amigo. Valeu muito.
Publicado no Jornal Correio em 24/09/2011
quinta-feira, setembro 22
quarta-feira, setembro 21
Receita de Tucunaré
Recebi de Julio. Receita de Tucunaré ( não sei por que Bia não gostou!)
Aos amigos pescadores e amantes da culinaria...
APRECIO A CULINÁRIA, MAS AINDA NÃO TINHA VISTO NADA TÃO SIMPLES!
Aos pescadores e amantes de peixes em geral: excelente receita!
Ingredientes:
- 2 kg de tucunaré
- 1 lata de azeite oliva
- 1 pimentão
- 2 dentes de alho
- 2 cebolas médias
- 1 kg de tomate
- sal a gosto
- 12 latas de cerveja gelaaaaaaada!!!!
- 1 mulher
Modo de preparo:
1- Ponha a mulher na cozinha com os ingredientes e feche a porta.
2- Tome cerveja durante duas horas e depois peça para ser servido.
É uma delícia e quase não dá trabalho!
Urubu não quis voar
Nem sete da manhã. Chegando ao laboratório topo com este cidadão a perscrutar o mundo do alto de um poste. Busca desjejum matinal. Não parece muito animado. Talvez as queimadas tenham transformado toda carcaça disponível.Não se dá com carne assada.
Melhor mesmo é alçar voo e, lá do alto buscar algo mais saboroso.
Mas quem sabe essa rebordosa seja apenas ressaca da rave do céu de ontem? Os tempos mudaram, até DJ deve ter na festas dos bichos. Seu sapo perdeu de vez a carona, guitarra não tem oco.
Melhor mesmo é alçar voo e, lá do alto buscar algo mais saboroso.
Mas quem sabe essa rebordosa seja apenas ressaca da rave do céu de ontem? Os tempos mudaram, até DJ deve ter na festas dos bichos. Seu sapo perdeu de vez a carona, guitarra não tem oco.
Não precisa nem falar que se você clicar
nas imagem elas aumentam né!?
nas imagem elas aumentam né!?
terça-feira, setembro 20
sexta-feira, setembro 16
Eternidade quântica
Perdi muitos amigos pelo caminho, a maioria por excessos. Observando flor de orquídea desde o broto até sua exuberância total e lento murchar, concluí que ela ainda estaria ali, na realidade ali ficaria eternamente. Seria como se ninguém morresse mesmo, apenas passaria para uma dimensão a um décimo de um nanomilímetro da nossa atual. Isso talvez explicasse o infinito espaço. Precisaríamos de algo assim para caber tanta energia. Adianto que esta observação nada tem a ver com teologias, talvez sejam de fundo mais filosófico ou puramente poético e é apenas fruto de mente tranquila e com tempo em um pleno domingo de manhã. Talvez alguém até já tenha desenvolvido esta ideia ou a tenha explicado matematicamente. Mas eu, em minha isolada Macondo interior, como o cigano Melquiades, do nada lucubrei este fantasioso teorema indemonstrável, talvez seja simplificação da teria do centésimo macaco, a “ressonância mórfica” do biólogo Rupert Sheldrake, sendo aplicada ao pensamento e não apenas ao conhecimento prático, tipo quebrar casca de marisco com pedra.
Se bem que, apesar de ser um devaneio nascido da pura observação de uma flor, essa hipótese bem que poderia explicar muitas religiões. Os reencontros com os que já se foram, os tiradores de espíritos que suam mais do que tampa de marmita e até os tais exorcismos, vá se lá saber.
Uma das conclusões loucas a qual cheguei seria que, sendo o espaço físico limitado no planeta, não daria para a turma toda ficar por aqui. Mas em dimensões nanomilimétricas, umas das outras teríamos espaço de sobra para todas as almas desde o começo dos tempos e aí me refiro a incontáveis mundos paralelos, harmoniosamente convivendo no quase mesmo espaço/tempo.
Na prática, seria mais ou menos assim. Certa pessoa estaria cuidando de seu jardim em um feriado. Por mal dos pecados, um avião cairia exatamente sobre ela. Obviamente tanto nosso jardineiro quanto os passageiros do avião, em tese, morreriam certo? Pela minha teoria, errado. Para os que vissem, acudissem, noticiassem a tragédia haveria vítimas, mas na realidade o que aconteceria ali longe dos olhos do universo seria algo que poderia ser descrito mais ou menos assim: o jardineiro continuaria sua atividade em dimensão vizinha, no máximo levantaria a cabeça, pois pensou ter escutado um barulho no céu, e o avião, depois de turbulência, seguiria seu voo normalmente em outro céu que não esse.
Todos nós nascemos com prazo de validade. Este mistério do relógio biológico e seu funcionamento está longe de ser completamente explicado. Enfim temos que aprender a conviver com perdas por mais que estas nos façam sofrer.
Bom, fico por aqui com meus pensamentos, mesmo sabendo que muitos vão pensar: será que esse cara não tem mais nada o que fazer em um domingo de sol? Para estes, respondo: tenho sim, observar flores, daí nascem as loucuras que fazem a vida valer a pena.
Deixa eu correr e tirar a roupa do varal, que no fim do mês vem chuva, ouvir uma boa música ou ler um bom livro. Até imaginação fértil deve ter limites, pois pode beirar insanidade, deixa eu voltar ao eixo.
Vai que eu acabo dando forma a estes pensamentos livres e crio uma seita? Deixe eu pensar em algo mais útil, por exemplo… novela?
Mas, como disse o eterno Guimarães Rosa, “Não morremos, ficamos encantados”.
Se bem que, apesar de ser um devaneio nascido da pura observação de uma flor, essa hipótese bem que poderia explicar muitas religiões. Os reencontros com os que já se foram, os tiradores de espíritos que suam mais do que tampa de marmita e até os tais exorcismos, vá se lá saber.
Uma das conclusões loucas a qual cheguei seria que, sendo o espaço físico limitado no planeta, não daria para a turma toda ficar por aqui. Mas em dimensões nanomilimétricas, umas das outras teríamos espaço de sobra para todas as almas desde o começo dos tempos e aí me refiro a incontáveis mundos paralelos, harmoniosamente convivendo no quase mesmo espaço/tempo.
Na prática, seria mais ou menos assim. Certa pessoa estaria cuidando de seu jardim em um feriado. Por mal dos pecados, um avião cairia exatamente sobre ela. Obviamente tanto nosso jardineiro quanto os passageiros do avião, em tese, morreriam certo? Pela minha teoria, errado. Para os que vissem, acudissem, noticiassem a tragédia haveria vítimas, mas na realidade o que aconteceria ali longe dos olhos do universo seria algo que poderia ser descrito mais ou menos assim: o jardineiro continuaria sua atividade em dimensão vizinha, no máximo levantaria a cabeça, pois pensou ter escutado um barulho no céu, e o avião, depois de turbulência, seguiria seu voo normalmente em outro céu que não esse.
Todos nós nascemos com prazo de validade. Este mistério do relógio biológico e seu funcionamento está longe de ser completamente explicado. Enfim temos que aprender a conviver com perdas por mais que estas nos façam sofrer.
Bom, fico por aqui com meus pensamentos, mesmo sabendo que muitos vão pensar: será que esse cara não tem mais nada o que fazer em um domingo de sol? Para estes, respondo: tenho sim, observar flores, daí nascem as loucuras que fazem a vida valer a pena.
Deixa eu correr e tirar a roupa do varal, que no fim do mês vem chuva, ouvir uma boa música ou ler um bom livro. Até imaginação fértil deve ter limites, pois pode beirar insanidade, deixa eu voltar ao eixo.
Vai que eu acabo dando forma a estes pensamentos livres e crio uma seita? Deixe eu pensar em algo mais útil, por exemplo… novela?
Mas, como disse o eterno Guimarães Rosa, “Não morremos, ficamos encantados”.
Publicado no Jornal Correio em 16/09/2011
terça-feira, setembro 13
quinta-feira, setembro 8
O Atacama é aqui
Umidade registrada ontem em Uberlândia
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Fonte Jornal Correio de Uberlândia
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Fonte Jornal Correio de Uberlândia
Bené da flauta
Foto de Dimas Guedes, pinçada do FB de Marília Gama
Bené da flauta, com seus bichinhos esculpidos com pequeno canivete em pedra sabão.
Dando vida a elefantes africanos/indianos, vaquinhas, e muitos, muitos outros que existiram apenas em sua imaginação
Se houve certo dia a arca de Noé,
Para sempre lembrança da lata de Bené
Pouco falar, mais a comunicar com sorrisos gestos e sons da alma, sempre calma
Foi-se em cortejo de anjos barrocos, às portas do céu bateu.
— Entra Bené, a casa é sua, pois como santo em terra sempre viveu.
Rôta roupa em iluminado manto luz se transformou.
Abrindo sorriso imenso Bené da flauta quase de alegria a chorar,soltou seu bichinhos mundo a fora agora a puro cantar.
Nem no céu Bené quis falar. Tomou da flauta, sua voz, e ao vento semeou cantigas de passarinhos, que até hoje se espalham no tempo em carinho
Eternizados em lembranças das gentis gentes que o conheceram e dele guardam até hoje suas criações
Sensíveis e raras que são, transmutam vaquinhas, ursos, leões em sonhos, lembranças, alegria/harmonia em corações.
Onde Bené passava, ficava leveza. Pés descalços na pedra lavrada. Íngremes ladeiras, seus corredores, morada.
Lá vem o Bené da Flauta, lá vem, escoltado por cortejo de anjos e querubins
Bené da lata, a arca de Bené
Pureza sua, viva um pouco que seja, me mim.
Setembro 2011
Bené da flauta, com seus bichinhos esculpidos com pequeno canivete em pedra sabão.
Dando vida a elefantes africanos/indianos, vaquinhas, e muitos, muitos outros que existiram apenas em sua imaginação
Se houve certo dia a arca de Noé,
Para sempre lembrança da lata de Bené
Pouco falar, mais a comunicar com sorrisos gestos e sons da alma, sempre calma
Foi-se em cortejo de anjos barrocos, às portas do céu bateu.
— Entra Bené, a casa é sua, pois como santo em terra sempre viveu.
Rôta roupa em iluminado manto luz se transformou.
Abrindo sorriso imenso Bené da flauta quase de alegria a chorar,soltou seu bichinhos mundo a fora agora a puro cantar.
Nem no céu Bené quis falar. Tomou da flauta, sua voz, e ao vento semeou cantigas de passarinhos, que até hoje se espalham no tempo em carinho
Eternizados em lembranças das gentis gentes que o conheceram e dele guardam até hoje suas criações
Sensíveis e raras que são, transmutam vaquinhas, ursos, leões em sonhos, lembranças, alegria/harmonia em corações.
Onde Bené passava, ficava leveza. Pés descalços na pedra lavrada. Íngremes ladeiras, seus corredores, morada.
Lá vem o Bené da Flauta, lá vem, escoltado por cortejo de anjos e querubins
Bené da lata, a arca de Bené
Pureza sua, viva um pouco que seja, me mim.
Setembro 2011
terça-feira, setembro 6
Sobre Comitês
segunda-feira, setembro 5
Uberlândia 123.0
Ao amanhecer antes de ir ao trabalho, alguns passeiam com o cachorro, outros fazem uma corrida ou simples caminhada. Os que podem chegar mais tarde, donos do próprio nariz e tempo, vão à academia ou ao clube para uma piscina matinal.
Eu estou me especializando em correr atrás de passarinho. Não, não que eu tenha enlouquecido a ponto de jogar pedra em avião ou rasgar dinheiro. Nada disso.
Antes, porém, queria demonstrar aqui meu carinho absoluto, minha paixão quase ufanista por Uberlândia. Aos 123 anos de idade, perto de tudo, menos da praia, é especial. Cidade que carinhosamente e com orgulho chamo de cidade dos “quase”. Quase cem por cento de saneamento básico. Quase cem por cento de esgoto tratado, quase cem por cento de asfalto. Um time de futebol, o Verdão, quase na série A do Campeonato Mineiro, um time de basquete que quase se perpetua, pois hora compete, hora é desmantelado.
Já se ventilou que nossa Uberlândia aniversariante poderia quase ser capital do, quem sabe um dia, quase Estado do Triângulo. Uma nota sobre este assunto, pois sei que não se pode agradar a todos. Esta história de divisão é uma aventura sonhada da qual sou totalmente contra. Aliás, outro dia, ouvi ou li um argumento novo na praça sobre o assunto que dizia o seguinte absurdo: “A maioria é contra só porque gosta de ser chamado de mineiro, não gosto de ser chamado de mineiro”. Fazer o quê? Rir. Adoro ser mineiro. Em muitas coisas deixamos o quase e passamos para absoluto. Alguns exemplos? Frota de ônibus cem por cento nova e todos com elevador para cadeirantes. Cem por cento de vagas nas escolas e creches, onde estão nossas crianças. A merenda escolar é uma das melhores do país, por tanto cem por cento. Cem por cento de nosso céu é de beleza indescritível. E chegará o dia em que teremos cem por cento de ruas arborizadas e limpas e com travessias elevadas e jardins floridos em cada casa. Dependendo apenas de nós, nos portaremos cem por cento civilizados, respeitando o bem público e o próximo.
Falando em árvores retomo o rumo da conversa. Enquanto alguns correm, caminham, nadam, eu corro atrás de passarinho. Pela enésima vez bem cedinho, saindo para trabalhar, sou surpreendido por filhote desatento que, talvez em meio a algum pesadelo matinal, ou bagunça com irmão, caiu do ninho. Hoje foi uma já bem emplumada pomba-de-bando que despencou do alto de meu jambolão e foi aterrissar em cima do para-brisa do carro de minha filha.
Começou meu dia, pensei comigo, tenho que salvar a pequena das garras de gaviões e micos ávidos por um desjejum. Conta isso para a Amargosa. Deixei minhas tralhas na grama e quase rastejando fui bem de mansinho tentando chegar por trás dela. Ao sinal interno de pequena descarga de adrenalina, me senti o próprio leão se lançando sobre presa. Fiasco. A pomba, velhaca, via tudo de rabo de olho e voou metros à frente. Pula daqui, rola dali, depois de longa batalha peguei a danada. Pude sentir seu coração batendo a mil em minhas mãos, quase como o meu. Corri a acordar os filhos para que a vissem. Resmungos, então tá. Levei o filhote e com jeito coloquei em galho alto de quaresmeira. A mãe agora acha.
Isso é viver cem por cento feliz em uma cidade com qualidade de vida invejável. Parabéns, Uberlândia, 123 anos de vibração e futuro mais promissor ainda.
Publicado no Jornal Correio em 05/09/2011
Eu estou me especializando em correr atrás de passarinho. Não, não que eu tenha enlouquecido a ponto de jogar pedra em avião ou rasgar dinheiro. Nada disso.
Antes, porém, queria demonstrar aqui meu carinho absoluto, minha paixão quase ufanista por Uberlândia. Aos 123 anos de idade, perto de tudo, menos da praia, é especial. Cidade que carinhosamente e com orgulho chamo de cidade dos “quase”. Quase cem por cento de saneamento básico. Quase cem por cento de esgoto tratado, quase cem por cento de asfalto. Um time de futebol, o Verdão, quase na série A do Campeonato Mineiro, um time de basquete que quase se perpetua, pois hora compete, hora é desmantelado.
Já se ventilou que nossa Uberlândia aniversariante poderia quase ser capital do, quem sabe um dia, quase Estado do Triângulo. Uma nota sobre este assunto, pois sei que não se pode agradar a todos. Esta história de divisão é uma aventura sonhada da qual sou totalmente contra. Aliás, outro dia, ouvi ou li um argumento novo na praça sobre o assunto que dizia o seguinte absurdo: “A maioria é contra só porque gosta de ser chamado de mineiro, não gosto de ser chamado de mineiro”. Fazer o quê? Rir. Adoro ser mineiro. Em muitas coisas deixamos o quase e passamos para absoluto. Alguns exemplos? Frota de ônibus cem por cento nova e todos com elevador para cadeirantes. Cem por cento de vagas nas escolas e creches, onde estão nossas crianças. A merenda escolar é uma das melhores do país, por tanto cem por cento. Cem por cento de nosso céu é de beleza indescritível. E chegará o dia em que teremos cem por cento de ruas arborizadas e limpas e com travessias elevadas e jardins floridos em cada casa. Dependendo apenas de nós, nos portaremos cem por cento civilizados, respeitando o bem público e o próximo.
Falando em árvores retomo o rumo da conversa. Enquanto alguns correm, caminham, nadam, eu corro atrás de passarinho. Pela enésima vez bem cedinho, saindo para trabalhar, sou surpreendido por filhote desatento que, talvez em meio a algum pesadelo matinal, ou bagunça com irmão, caiu do ninho. Hoje foi uma já bem emplumada pomba-de-bando que despencou do alto de meu jambolão e foi aterrissar em cima do para-brisa do carro de minha filha.
Começou meu dia, pensei comigo, tenho que salvar a pequena das garras de gaviões e micos ávidos por um desjejum. Conta isso para a Amargosa. Deixei minhas tralhas na grama e quase rastejando fui bem de mansinho tentando chegar por trás dela. Ao sinal interno de pequena descarga de adrenalina, me senti o próprio leão se lançando sobre presa. Fiasco. A pomba, velhaca, via tudo de rabo de olho e voou metros à frente. Pula daqui, rola dali, depois de longa batalha peguei a danada. Pude sentir seu coração batendo a mil em minhas mãos, quase como o meu. Corri a acordar os filhos para que a vissem. Resmungos, então tá. Levei o filhote e com jeito coloquei em galho alto de quaresmeira. A mãe agora acha.
Isso é viver cem por cento feliz em uma cidade com qualidade de vida invejável. Parabéns, Uberlândia, 123 anos de vibração e futuro mais promissor ainda.
Publicado no Jornal Correio em 05/09/2011
quinta-feira, setembro 1
Desabafo
Pó poeira, ventania
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