quinta-feira, novembro 17

Madurou

Assim, ocultas pelo negrume da capa da noite, longe das vistas curiosas mudou de roupa. Deixou de lado verde rajado e, como a imitar o céu, de puro e brilhoso breu se vestiu, castas.

O amargor de sua essência alva foi substituto por doce puro mel. Bicharada noturna se farta.
Nobre colar em enfeite de festa enrola-se tronco acima até as grimpas em busca de luz, de palco. Apoteose.
Ao clarear, secando do frescor de banho orvalho, os do dia, aos poucos se juntam. Algazarra e cantos em orquestra desafinada e faminta. Pérolas negras de prazer alimentando em delícia multidão.
Poucos de nós se interessaram em competir com eles. Chamei muitos, veio ninguém.
Deixa lá, há quem goste mais e faça o devido proveito.

Sento à varanda tardezinha e em deleite observo. Tento registrar tamanha variedade em penas e pelos. Máquina estragou em exata hora. Frustração de retratista amador. Agora sabe-se lá quando conserta. Uso então da memória.
Até ter de volta caixinha de guardar sonhos, vou tentando contar.
Paciência, até as gentes se estragam quando em vez.







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