Bom dia para quem me lê cedinho, boa tarde para quem deita no sofá depois do almoço abraçado ao nosso CORREIO, boa noite para quem tem paciência de esperar e para aqueles que não passam olhos pelos modestos escritos desse aprendiz das letras com Pós- Graduação em fábrica de macarrão de letrinhas.
Perdemos um ícone da ficção científica, Leonard Nimoy, o dr. Spock de “Jornada nas Estrelas”. Estranhamente não se deu a devida atenção a um que cativou milhares. Talvez em fã clubes espalhados pelo mundo possam ter ocorrido choros e homenagens. Por aqui, acho que estamos por demais ocupados com a realidade nua e crua que nos move em sobrevivência. Assim sempre foi e assim será sempre.
Suas orelhas pontudas, resultado de mistura vulcano/humano, seu cumprimento peculiar, juntando o “mindinho” com o “seu vizinho” e separando-os do “maior de todos” apertado ao “fura-bolo”, ficou eternizado na mente de muitas gerações – a série durou 40 anos, meus amigos e amigas. O sinal, por sinal, segundo o blog Literary Daydreams, “é símbolo da primeira letra (ou item) do alfabeto hebraico, chamado Shin. O ator Leonard Nimoy, nosso eterno Spock, era de uma família judaica ortodoxa. Em uma das bênçãos, o rabino de sua sinagoga fez o gesto com uma das mãos e Nimoy guardou aquilo.
Antes das gravações de “Star Trek”, os roteiristas lhe pediram para dar algum traço cultural aos nascidos no planeta Vulcan, terra natal de Spock. O ator sugeriu então a saudação feita pelo rabino, que, na história, seria equivalente ao aperto de mãos dos humanos.”
Seu super hiper golpe paralisante, um simples e ligeiro aperto de dedos na escápula adversária, e lá ia o oponente para um apagar sem sonhos. Todos levantavam desse golpe esfregando a nuca e ressabiados com um nada saber.
Sucesso entre a criançada, a série era praticamente imperdível, mesmo com o terrível som das dublagens primitivas que derrapavam na sincronização com os movimentos da boca, tipo desenho da mesma época “Jonny Quest” e seu fiel e medroso Bandit, onde as bocas boiavam em borrões sem nexo articular. Depois vieram os filmes, mas levados ao cinema, nem de perto lembram o gosto de pular no sofá e, olhos vidrados, acompanhar a saga dos navegantes intergalácticos, pela qual cada um de nós viajava em sua própria USS Enterprise.
“O espaço, a fronteira final… Estas são as viagens da nave estelar Enterprise, em sua missão de cinco anos para explorar novos mundos, pesquisar novas vidas, novas civilizações, audaciosamente indo, onde nenhum homem jamais esteve…”.
É para lá que Nimoy, em serena seriedade de Spock partiu, deixando saudades.
Cardassianos, Borgs, Ferengi, Klingons, Romulamos que se cuidem. Dr. Spock se ergue de sua cápsula funerária, no planeta Gênesis, revigorado, pronto a defender as civilizações do universo afora contra o mal.
“Vida longa e próspera” é o que podemos desejar ao dr. Spock. Afinal, partiu seu lado humano, mas seu lado vulcano a estas alturas deve estar no Quadrante Delta, do outro lado da galáxia, onde, como bom representante de sua raça alienígena, viverá 200 anos, pois só gastou 83 entre nós.
Publicado Jornal Correio de Uberlândia 15/03/2015
Nenhum comentário:
Postar um comentário