quinta-feira, abril 20

Sétimo selo

"Quando o Cordeiro abriu o sétimo selo, houve silêncio no céu cerca de meia hora.
Então vi os sete anjos que se acham em pé diante de Deus, e lhes foram dadas sete trombetas. (..)"

Livro das Revelações

Trôpego tento alcançar o corrimão de minha existência.
Encontro o vazio.
A mão trêmula se apóia em vento, lembranças vagas giram por minha mente carcomida; dor e martírio.

Olhar turvo, ofuscado.
Apenas sombras. Manchas coloridas como autênticos Monets: As Escarpas de Etretat, as Amapolas, a Ponte de Argenteuil estão todos lá, visões, porém amargas e sem luz. Manchas.

A morte assusta, perturba.
Como na parábola do cavaleiro medieval - preparo meu tabuleiro para derradeira partida.
O medo avança, já não sou senhor de mim e de meus atos.


Sete anjos, sete trombetas.
Separadamente, irremediavelmente sós - viveremos cada um, nosso próprio apocalipse.


abril 2006

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