quinta-feira, outubro 18

Perdi a graça

Outro dia li no jornal Folha de São Paulo sobre entrevista onde Dunga técnico da seleção brasileira teve que aturar a presença do humorista Marcelo Madureira e suas gracinhas de praxe. Irritado e com razão o já pressionado técnico abandonou a coletiva. A CBF segundo o jornal considerou o episódio "desagradável", particularmente avalio o acontecido como inadmissível, desrespeitoso e sem propósito a atitude do arrogante comediante.

Alguns podem até achar que Dunga agiu de forma impulsiva pois como pessoa pública não poderia perder a esportiva assim.

Ora, vamos e convenhamos o profissional está ali para falar de seu trabalho sério. Seria o melhor lugar para perguntas com duplo sentido, que em nada contribuem a não ser para diminuir e humilhar o entrevistado?

Programas tipo "Casseta e Planeta" e um outro de forma mais cruel ainda, o tal do "Pânico na TV", primam por esta prática, a de tentar fazer graça tripudiando para cima de alguma celebridade ou cidadão comum. Debocham de seus defeitos físicos, idade, e desinformação.

Sinceramente os tempos do humor gostoso, do verdadeiro entretenimento se vão longe, saudades de Renata Fronzi, Otelo Zeloni, Ronald Golias e seu Bronco da família Trapo. De Chico Anísio e seus múltiplos personagens, de um Jô Soares hilário (também foi Gordon o mordomo da família trapo), antes de virar um chato noctívago repetitivo e já sem assunto.
Que falta faz um "Sai de Baixo" com Miguel Falabella, Marisa Orth, Luís Gustavo, Marco Nanini, Marietta Severo, do fantástico Rogério Cardoso e do certeiro Jorge Dória.
Hoje, entre mortos e feridos salva-se com louvor "A Grande Família" e olhe lá.

Se para fazer graça hoje em dia é necessário apelar para situações grotescas de pura baixaria, magoar, denegrir as pessoas em público, então me desculpem, perdi a graça.

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