

"Se for falar mal de mim me chame, sei coisas horríveis a meu respeito" (Clarice Lispector)
Os enigmas impressos em uma obra ficcional, a afinidade com a temática e o estilo, acendem no leitor a curiosidade legítima por conhecer o homem por detrás da obra, sobretudo, as doenças, as neuroses, as inadequações que marcaram sua existência. Daí nasce o nosso gosto pela leitura de ensaios biográficos ou autobiográficos. Dessa forma, através de diários, cartas, esboços de textos, aproximamo-nos da intimidade de um Franz Kafka, por exemplo, homem escrupuloso, complicado e cheio de neuroses que, sendo judeu, viveu no contexto antissemita da cidade de Praga, onde nasceu e morou a maior parte de sua vida.
E assim como se nada desejasse,
Chega um período da vida que temos que reavaliar as coisas. Das mais complexas aos corriqueiros fatos do cotidiano. E, digamos, o uso de certos acessórios que de opcionais se tornam obrigatórios. Listando alguns: caderneta pequena e caneta para guardar lembretes do que se tem por fazer na manhã seguinte. Tipo: não esquecer de levar a máquina fotográfica para o laboratório, pois aquele escorpião diferente deu cria e o registro tem que ser feito. Fazer cópia da chave do portão, pois a minha deixei em algum lugar que, como não usei a caderneta, esqueci para sempre. E um item que jamais deve ser esquecido em hipótese alguma, seu bom e velho par de óculos. Aliás, nunca entendi bem por que par, sei que são duas lentes, mas o objeto em si é único, seria como dizer par de sutiã ou, como dizem os gringos, par de calças. Mas não vem a este caso.
Com frequência às vezes irritante, os programas de televisão abordam tema delicado e importante: alimentação. Raro o dia em que não aparece uma nutricionista. Difícil ver um homem, são sempre elas a nos dar conselhos sobre o que devemos ou não comer, quantas refeições a fazer por dia, o que nos faz bem e o que nos faz mal.




O Jornalista Ivan Santos deste Jornal Correio levantou a bola, eu matei no peito e coloquei no terreno, esperei prazo, li e reli opiniões, agora me atiro. “Português Popular”. O que se pretende verdadeiramente com esta agressão à língua portuguesa? Acabamos de sair de um acordo ortográfico indigesto e pouco debatido, para simplesmente jogar a pátria língua na lama dos chiqueiros do rei. Pisoteada será por aqueles que desdenham as massas, mas fingem acariciá-la.