segunda-feira, outubro 31

Romã

Orvalhada ainda me chamou atenção, não pude sair de casa sem registrar

quarta-feira, outubro 26

Farturama

Uma de minhas colméias de jatai aproveita florada da jabuticaba e tem self-service de néctar e polén à porta de casa. Trabalham ligeiras pois sabem que fartura assim dura pouco

terça-feira, outubro 25

Berçario lotado

Chuva pouca até agora, mas o suficiente para estimular a parição. Aberta a temporada de nascimentos, tanto em nosso laboratório quanto no campo.
Explosão de vida. Espécie conhece bem os caminhos da perpetuação.





Bicho novo

Com duas semanas de vida, nova cria de Tiytus fasciolatus se prepara para descer das costas protetoras da mãe. Daqui para frente, se ficarem viram repasto da genitora

Clique nas fotos para belos detalhes da ninhada




Fotos William H Stutz, feitas no Laboratório de Animais Peçonhentos e Quirópteros de Uberlândia

domingo, outubro 23

Lambe-lambe

Foto da web

Chuva das flores



Bastou uma chuva, e não foi daquelas cinematográficas,dignas de noticiário nacional, nem mesmo local ou notinha de rodapé. Verdade, um vento forte antes dos primeiros pingos foi suficiente para irritar donas/donos de casa, empregadas domésticas de olho no relógio para irem embora, pois mais serviço as esperava em casa. Marido deitado no sofá, tomando cerveja — cadê a janta? Grunhiria. Nem um beijo de olá, de um dia passado longe. Antes, pegar crianças na creche, roupa ainda quarando e muitas, muitas peças no varal de arame. Só se milagre daqueles de canonizar cristão acontecesse e o maridão, do sofá, se desse ao trabalho de, prevendo chuva, recolher as secas e jogar sobre a cama para que ela as passasse. Se tivesse camisa do seu time de futebol, quem sabe? Mas depois desse vento avisando chuva, tudo iria por água abaixo. Patroa não ia deixar casa suja de folhas para amanhã. Vassoura rápida, a toque de caixa, para dar conta dos horários.

Uma poeira fininha também se deu ao luxo de vir escoltando o vento e, como se tivesse vida própria, se esgueirou por entre telhas, frestas e janelas pegas abertas de surpresa, indo se acomodar em cada móvel, em cada canto de piso. Mas essa ficaria para amanhã, bastava recolher as folhas. Para tantos folha é lixo. Lixo é plástico, garrafa PET, jornal voando, caixas de papelão no asfalto. Folha é folha.

Bastou uma chuva, e das fraquinhas, para que nossa jabuticabeira explodisse em flores. Mesmo na seca brava e prolongada, quatro cargas temporonas se fizeram ver. Poucos frutos, deixamos para os passarinhos, micos e morcegos.
Comida para bicho anda escassa. Serviu por uns dias o minguado repasto.

Mas desta vez não. Da raiz ao mais alto galho, a árvore se enfeitou em plumas flores e perfume impossível de guardar em frascos, por mais finos cristais que fossem. As raízes foram longe, bem profundas, buscar todos os elementos carreados terra abaixo por esta fina primeira chuva de primavera, necessária para que, renovada, forçasse seus galhos a romper em botões, alvos e vigorosos.

Na manhã seguinte, o perfume a correr longe trouxe sinfonia de zumbidos de abelhas, das mansas e das bravas, marimbondos de todos os formatos aerodinâmicos e tamanhos variados, pequenos besouros, joaninhas e passarinhos em aquarela. Todos em busca do mesmo mel, do mesmo pólen.

A carga parece que será farta. Se tudo seguir na ordem planejada pela árvore. Muito em breve, ela estará vestida de botões verdes como roupa de festa, baile de gala.
Frutos tão juntos uns dos outros que formigas e marias-fedidas não terão o menor problema em passear de ponta a outra. A abençoada água das próximas chuvas lavará os frutos de restos de pétalas, de folhas secas e pequenos gravetos. Ficarão lustrosas a aguardar as primeiras rajas negras até se tornarem, como imensos olhos de moça, objeto de cobiça de um sem fim de viventes.

Algumas saíras e cambaxirras mais afoitas, na pressa de não perder um pingo, vão furar muitas frutas verdes ou “de vez”. Micos desengonçados vão derrubar outras tantas, assim como abelhas arapuá roerão cascas estragando outras tantas.
Mas a fartura é para isto mesmo. Mesmo com tanta precipitação, vai sobrar muita jabuticaba. Todos terão sua cota de doce prazer de saborear símbolo. Pois esta é nossa e ninguém tasca. Jabuticaba? Só no Brasil








Publicado no Jornal Correio em 23/11/2011

sexta-feira, outubro 21

Calango

Calango em preguiçosa distração negou pé despencou n'água.
Em corre ajuda, salvamos o desavisado.
Cabeça na lua a pensar aleluias ou coração enamorado a buscar companheira?
Deu sorte, atentos escutamos o tombo. Seguro e cansado repousou em grana tenra por minutos
Fugiu a galope.

O conto, depois eu conto. Clica nas fotos, os detalhes são encantos. Escamas, linhas d'água, olhar de lagarto, verde de grama, e um azul-azul



quinta-feira, outubro 20

Taruíra

Ah Drummond me perdoe.
Mas havia uma taruíra no meio do caminho/ no meio do caminho havia uma taruíra.
Que havia, havia. E eu, a vi.

Dia da criação

Foto de Luis Carlos Heringer




Acho que todo o Universo não começou com o Big Bang:
começou com um colibri. Primeiro em repouso e, depois,
em um bater de asas e cores criou tudo que existe...

quarta-feira, outubro 19

Biodiversidade

Museu de Biodiversidade do Cerrado será reinaugurado


Na próxima quarta-feira (19), às 16 horas, acontece a reinauguração do Museu de Biodiversidade do Cerrado como evento comemorativo da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia. O evento é uma realização da Prefeitura de Uberlândia, em parceria com a Fundação de Apoio e Desenvolvimento Empresarial (Fade), Associação Comercial e Industrial de Uberlândia (Aciub) e Universidade Federal de Uberlândia (UFU).

O Museu de Biodiversidade do Cerrado conta com exemplares da fauna e flora da região e fica aberto para visitação com acompanhamento de monitores de terça a domingo, das 8 às 17 horas. Para a reinauguração, a estrutura passou por renovação: as vitrines foram refeitas, novas placas explicativas sobre os animais foram expostas, além de novos animais do cerrado e aquáticos. “Nossa preocupação foi renovar também os recursos pedagógicos, com materiais tecnológicos, brincadeiras, jogos e livros”, explicou Daniela Jacobucci, coordenadora do projeto de modernização do museu.

sexta-feira, outubro 14

Abelha fazendo mel



Clica na foto e nota





Amor de índio
Milton Nascimento


Tudo que move é sagrado
E remove as montanhas
Com todo cuidado, meu amor
Enquanto a chama arder
Todo dia te ver passar
Tudo viver ao teu lado
Com o arco da promessa
No azul pintado pra durar

Abelha fazendo mel
Vale o tempo que não voou
A estrela caiu do céu
O pedido que se pensou
O destino que se cumpriu
De sentir teu calor
E ser todo
Todo dia é de viver
Para ser o que for
E ser tudo

Sim, todo amor é sagrado
E o fruto do trabalho
É mais que sagrado, meu amor
A massa que faz o pão
Vale a luz do teu suor
Lembra que o sono é sagrado
E alimenta de horizontes
O tempo acordado de viver

No inverno te proteger
No verão sair pra pescar
No outono te conhecer
Primavera poder gostar
No estio me derreter
Pra na chuva dançar
E andar junto
O destino que se cumpriu
De sentir teu calor
E ser todo

A fera perde, a bela fica

Iriny perde, e Gisele fica

Conar decide que estereótipos utilizados no comercial não desmerecem a mulher

O Conselho de Ética do Conar (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária) recomendou, nesta quinta-feira (13), em primeira instância, o arquivamento da representação que pedia a suspensão do anúncio “Gisele Bündchen – Hope Ensina”. A decisão de colocar em julgamento a campanha, veiculada nas redes privadas da televisão brasileira, foi decidida pelo Conar a partir de denúncia encaminhada por 40 consumidores e também por representação da Secretaria Nacional de Políticas para as Mulheres (SPM), que também recebeu denúncias de consumidores.

A Secretaria avaliou hoje que o fato do Conar ter levado a representação a julgamento em seu Conselho de Ética já representou um importante avanço. “O Conselho de Ética do Conar opera com o princípio da admissibilidade. Assim, ao levar a representação a julgamento admitiu a importância do debate”, afirmou a Secretaria. A Secretaria informa também que acata a decisão do Conar e que não vai recorrer.

O relator do processo afirmou, ao justificar seu voto, que “os estereótipos presentes na campanha são comuns à sociedade e facilmente identificados por ela, não desmerecendo a condição feminina”. Para a SPM, ao admitir a existência de estereótipos na peça publicitária, o voto do relator também representou um avanço no debate.

“Um dos papéis da SPM, estabelecido no Capítulo 8 do Plano Nacional de Políticas para as Mulheres, é justamente o combate aos estereótipos”, disse.

A campanha, denominada “Hope ensina”, protagonizada pela modelo Gisele Bundchen, estimula as mulheres a fazerem exposição do corpo e insinuações sensuais para amenizar possíveis reações de seus companheiros frente a incidentes do cotidiano, como excesso de gastos no cartão de crédito ou um acidente com o automóvel.

No Jornal Correio de Uberlândia exceto o título

Exegeta de aldeia



As duas últimas colunas do jornalista Ivan Santos me impressionaram demais. A primeira versa sobre o poder do verso, do verbo, do escrever jornalisticamente. A segunda sobre liberação das drogas.

Acompanho Ivan Santos há muitos anos e conheço bem o seu poder de criar saudáveis polêmicas sobre os mais diversos assuntos. Acredito eu que nada o satisfaça mais do que os ataques que recebe daqueles que não conseguem perceber a sutil ironia, que tão bem sabe usar em seus escritos. Muitos levam ao pé da letra e não imaginam o tamanho da armadilha em que irão enfiar os pés, as mãos e a mente. Posso imaginar a expressão de alegria a cada controvérsia gerada.

Imagino que este estratagema jornalístico sirva também para traçar o perfil do leitor de sua coluna.

Conhecendo o leitor, fica mais agradável escrever. Algo como, “hoje vou pisar no calo de tal grupo”. Os bravejos que normalmente acompanham os escritos de Ivan Santos são, sem sombra de dúvida, material fértil para que ele continue sua empreitada, enriquecendo uns, enfezando outros.
Outro dia, li uma resposta dele a um leitor que, nervosamente, perguntava quem era “esse” Ivan. Sua resposta:

... pra você me conhecer melhor, identifico-me. Sou masculino assumido e vacinado contra democratismos. Sou torcedor do maior time de futebol do mundo que é o Flamengo. Sou ex-esquerdista utópico, ex-sifilítico, ex-corredor de rua, ex-religioso e ex-torcedor do ex-UEC. Sou cafuzo, apreciador de metáfora e de ironia, exegeta do universo finito, acredito na quadratura do círculo polar ártico e respeito o livre-arbítrio das criaturas humanas em todos os graus e sentidos. Acredite nesta: eu vejo mulher como a mais bela metade do mundo! Pra você me conhecer melhor, digo-lhe que não sou supersticioso, mas não saio de casa com o pé esquerdo em dia de sexta-feira 13 ou em noite de lua cheia. Finalmente, eu acredito que a maior aberração humana é torcer pelo Vasco, Cruzeiro ou Palmeiras. Assim sou eu.”

Esta pequena autobiografia dá a dimensão exata das ciladas linguísticas que ele cria com carinho, ceva e depois joga a isca. Reforço: aproveitando a coluna “A arte de escrever”, dou um pitaco onde não deveria. Se munição é bala de revólver, exegeta é intérprete. Viu moçada? Não é palavrão nem desaforo.

Alguns podem até não gostar do jornalista, mas de uma coisa sou seguro: ignorá-lo muito menos. Caro Ivan Santos, que sua temporada de caça não se encerre tão cedo e continue a nos proporcionar saborosos e prazerosos debates. Esta proposital criação de caso é uma arte primorosa, bem elaborada e para poucos. Coragem e independência não faltam a esse jornalista que com sua coluna às vezes ácida, outras extremamente jocosa, mas sempre objetiva, vai contando ahistória, capítulo a capítulo, principalmente da intrigante política de Uberlândia, sem nunca perder o foco em temas universalmente relevantes e atuais.

Da coluna falando sobre a liberação das drogas - calo de muitos pisados ao mesmo tempo – fico só imaginando caso ocorresse o fim da história. Não daria outra: alcoólatras, viciados em drogas pesadas iriam fatalmente, antes de atravessar o Uberabinha de costas, entalar no estreito gargalo da saúde coletiva. Seria mais um batalhão a entrar no sistema público de saúde. Será que aguentaríamos mais este tranco?






Publicado no Jornal Correio em 14/10/2011


quinta-feira, outubro 13

Brasil legal

No mesmo país, duas justiças: uma, branda e lerda, para quem rouba, mata, trafica, estupra, desvia e tem dinheiro; outra, imediata e feroz, para quem rouba, mata, trafica, estupra, desvia e não tem dinheiro. Os jornais estão abarrotados de notícias sobre as duas justiças em atividade; os dois tipos de notícias vendem bem. Na mesma cabeça e no mesmo cidadão, raros momentos de esperança ou indignação logo mutilados pelo medo, pela descrença, pela decepção, pela inação. No mesmo dia, duas manchetes:

Manchete do Jornal do Brasil : “Maluf é de novo réu no STF, desta vez por lavagem de cerca de US$ 1 bilhão.” Maluf roubou milhões, tem montanhas de dinheiro em paraísos fiscais, advogados capazes de canonizá-lo. Vive tranquilamente sua terceira idade e, vez em quando, emite alguma opinião como nobre parlamentar. Aos 79 anos, é considerado inimputável pela gloriosa justiça brasileira, como se alguma vez na vida ele fora imputável! No país das maravilhas, o Maluf e outros bons velhinhos podem destruir nossas vidas através de sua atividade parlamentar ou criminosa, mas não podem pagar pelo que cometem. Na lógica criada por Maluf e aceita por todos nós: rouba, mas faz; estupra, mas não mata.

Registro feito pelo Magoo, na Rádio Educadora: há 12 anos, o vereador Batista Pereira era condenado por peculato. Ele teria falsificado uma nota fiscal de buteco no valor de R$ 14,00, embolsando a quantia de R$ 100,00. Foi algemado e preso. Tentou voltar à política, mas foi barrado pelo Ficha Limpa; claro que com R$ 100,00 não poderia contratar um “bom” advogado. Transferiu-se para Goiânia onde realiza maravilhoso trabalho de, como dizem seus nobres colegas da imprensa, jornalismo-verdade, à base dos mesmos ingredientes de sempre: pauta-única, imagens chocantes e degradantes, pobres expostos-bacanas poupados, custo baixo e altos lucros com a desgraça alheia. Na lógica da mídia, também inimputável: se tem audiência é porque tem qualidade e controle social só para os outros.

Duas trajetórias distintas, que forçam algumas conclusões: primeira, que o crime compensa, o que não compensa é roubar pouco; segunda, que não vale à pena afastar os maus políticos da vida parlamentar, visto que eles migrarão para outras atividades tão ou mais potencialmente danosas, como igrejas ou a televisão; terceira, que a justiça, ao contrário da deusa Têmis, enxerga muito bem quando quer enxergar.
Fico apenas com uma dúvida: afinal, entre Batista Pereira e Maluf, qual dos dois faz mais mal à sociedade?

Thogo Lemos – Uberlândia/MG

Florada à vista





Born to be uai

Recebi de Hilton Lansky

terça-feira, outubro 11

Flowers everywhere.

I saw her sitting in the rain,
raindrops falling on her.
She didn´t seem to care.
She sat there and smiled at me.

...Flowers in her hair,

...I Love The Flower Girl










Fiz as fotos no jardim vizinho

sexta-feira, outubro 7

Taruiras

Para as taruíras lá de casa





Taruira em festa, fartura. Banquete noturno anunciava chuva.
Despencou em seguida. Dormiu satisfeita sonhando suculentas alelúias.


Gisele


As propagandas de Gisele Bündchen na televisão estão dando pano para manga.Certa ministra solicitou ao Conar a retirada da mesma [do comercial], pois a modelo aparece de sutiã e calcinha para, sensualmente, justificar ao marido que havia estourado o cartão de crédito, batido carro duas vezes e a chegada da sogra. A alegação é que o conteúdo do comercial denigre a imagem da mulher, enriquecendo o estereótipo de mulher-objeto, submissa e dependente do parceiro. É, talvez a beleza física da internacional Gisele seja uma afronta a muitas mulheres não satisfeitas com o próprio corpo. A beleza, às vezes, incomoda. Mas seria de bom alvitre lembrar à senhora ministra que a imagem de todas as pessoas do bem é denegrida verdadeiramente mesmo é a cada estupro, a cada coça recebida entre paredes, a cada agressão verbal/moral, aos assédios de chefes inescrupulosos e tantos outros atos que, facilmente, permitiriam evocar a Lei Maria da Penha, lotando em poucas semanas nossas celas de homens covardes e indignos.

Na própria televisão, historicamente as mulheres são retratadas como objeto, submissas e, muitas vezes, como idiotas completas, seja fazendo compras em shoppings e supermercados ou como a loira participando de sonhos eróticos, onde se vêem confundidas com latinhas e cobiçadas como caça. Queixas ao Conar? Não me lembro. Desaforo é viver nesse Brasilzão de Deus na miséria, sem acesso a programas de controle de natalidade, exames de colo de útero e mamografias periódicas. Falta de respeito com as mulheres é a falta de vagas nas creches, e a baixa escolaridade de nossa gente.

Atentado é viver encabrestado em bolsa-isso, bolsa-aquilo, a ponto de perder o senso de certo/errado. Basta ver que a mesma mídia que nos relata o caso Gisele mostra, através de pesquisa, que o povão, ou – parafraseando o jornalista Ivan Santos – a tigrada, não dá a mínima aos atos de corrupção e à roubalheira endêmica diariamente denunciada pela imprensa. Bolsa-isso/aquilo garantida? Não estão mexendo no meu? Então o resto que se exploda! Os caras que se fartem com a coisa pública. Esse problema não é meu é o que pensa a grande parte da população.

O que diria Eremildo, o idiota, o alter ego do, também, jornalista Elio Gaspari sobre o caso Gisele Bündchen. Aguardo ansioso notas dos colunistas.

Se eu fosse o produtor daquele comercial ameaçado de censura, faria outro com a própria Gisele vestida de Rambo, com rosto pintado e roupas camufladas, uma fita preta na cabeça, além de uma AK 47 nas mãos e, antes da voz em off murmurar que não é assim que se faz, ela rugiria com voz grossa e ameaçadora: “Olha aí, figura, estourei o meu cartão de crédito e o seu! Algum problema? Vai encarar?”. Será que o pessoal do desarmamento entraria com algum tipo de ação alegando apologia ao uso de armas? Será que o MMM, movimento machista mineiro, faria representação ao Conar?

Aproveitando o ensejo da épocade importantes premiações, poderíamos sugerir aos criadores do Ig Nobel mais uma categoria; pois, na categoria psicologia, premiou se a razão dos suspiros, enquanto o da paz foi para o prefeito da Lituânia, que resolveu o problema de carros parados em locais proibidos ao passar sobre eles com um tanque de guerra. Por que não criar o Ig Nobel da Insensatez? Candidatos oficiais não faltariam. Esperança? I HOPE so.


Publicado no Jornal Correio em 7 de outubro 2011