As propagandas de Gisele Bündchen na televisão estão dando pano para manga.Certa ministra solicitou ao Conar a retirada da mesma [do comercial], pois a modelo aparece de sutiã e calcinha para, sensualmente, justificar ao marido que havia estourado o cartão de crédito, batido carro duas vezes e a chegada da sogra. A alegação é que o conteúdo do comercial denigre a imagem da mulher, enriquecendo o estereótipo de mulher-objeto, submissa e dependente do parceiro. É, talvez a beleza física da internacional Gisele seja uma afronta a muitas mulheres não satisfeitas com o próprio corpo. A beleza, às vezes, incomoda. Mas seria de bom alvitre lembrar à senhora ministra que a imagem de todas as pessoas do bem é denegrida verdadeiramente mesmo é a cada estupro, a cada coça recebida entre paredes, a cada agressão verbal/moral, aos assédios de chefes inescrupulosos e tantos outros atos que, facilmente, permitiriam evocar a Lei Maria da Penha, lotando em poucas semanas nossas celas de homens covardes e indignos.
Na própria televisão, historicamente as mulheres são retratadas como objeto, submissas e, muitas vezes, como idiotas completas, seja fazendo compras em shoppings e supermercados ou como a loira participando de sonhos eróticos, onde se vêem confundidas com latinhas e cobiçadas como caça. Queixas ao Conar? Não me lembro. Desaforo é viver nesse Brasilzão de Deus na miséria, sem acesso a programas de controle de natalidade, exames de colo de útero e mamografias periódicas. Falta de respeito com as mulheres é a falta de vagas nas creches, e a baixa escolaridade de nossa gente.
Atentado é viver encabrestado em bolsa-isso, bolsa-aquilo, a ponto de perder o senso de certo/errado. Basta ver que a mesma mídia que nos relata o caso Gisele mostra, através de pesquisa, que o povão, ou – parafraseando o jornalista Ivan Santos – a tigrada, não dá a mínima aos atos de corrupção e à roubalheira endêmica diariamente denunciada pela imprensa. Bolsa-isso/aquilo garantida? Não estão mexendo no meu? Então o resto que se exploda! Os caras que se fartem com a coisa pública. Esse problema não é meu é o que pensa a grande parte da população.
O que diria Eremildo, o idiota, o alter ego do, também, jornalista Elio Gaspari sobre o caso Gisele Bündchen. Aguardo ansioso notas dos colunistas.
Se eu fosse o produtor daquele comercial ameaçado de censura, faria outro com a própria Gisele vestida de Rambo, com rosto pintado e roupas camufladas, uma fita preta na cabeça, além de uma AK 47 nas mãos e, antes da voz em off murmurar que não é assim que se faz, ela rugiria com voz grossa e ameaçadora: “Olha aí, figura, estourei o meu cartão de crédito e o seu! Algum problema? Vai encarar?”. Será que o pessoal do desarmamento entraria com algum tipo de ação alegando apologia ao uso de armas? Será que o MMM, movimento machista mineiro, faria representação ao Conar?
Aproveitando o ensejo da épocade importantes premiações, poderíamos sugerir aos criadores do Ig Nobel mais uma categoria; pois, na categoria psicologia, premiou se a razão dos suspiros, enquanto o da paz foi para o prefeito da Lituânia, que resolveu o problema de carros parados em locais proibidos ao passar sobre eles com um tanque de guerra. Por que não criar o Ig Nobel da Insensatez? Candidatos oficiais não faltariam. Esperança? I HOPE so.
Publicado no Jornal Correio em 7 de outubro 2011
Na própria televisão, historicamente as mulheres são retratadas como objeto, submissas e, muitas vezes, como idiotas completas, seja fazendo compras em shoppings e supermercados ou como a loira participando de sonhos eróticos, onde se vêem confundidas com latinhas e cobiçadas como caça. Queixas ao Conar? Não me lembro. Desaforo é viver nesse Brasilzão de Deus na miséria, sem acesso a programas de controle de natalidade, exames de colo de útero e mamografias periódicas. Falta de respeito com as mulheres é a falta de vagas nas creches, e a baixa escolaridade de nossa gente.
Atentado é viver encabrestado em bolsa-isso, bolsa-aquilo, a ponto de perder o senso de certo/errado. Basta ver que a mesma mídia que nos relata o caso Gisele mostra, através de pesquisa, que o povão, ou – parafraseando o jornalista Ivan Santos – a tigrada, não dá a mínima aos atos de corrupção e à roubalheira endêmica diariamente denunciada pela imprensa. Bolsa-isso/aquilo garantida? Não estão mexendo no meu? Então o resto que se exploda! Os caras que se fartem com a coisa pública. Esse problema não é meu é o que pensa a grande parte da população.
O que diria Eremildo, o idiota, o alter ego do, também, jornalista Elio Gaspari sobre o caso Gisele Bündchen. Aguardo ansioso notas dos colunistas.
Se eu fosse o produtor daquele comercial ameaçado de censura, faria outro com a própria Gisele vestida de Rambo, com rosto pintado e roupas camufladas, uma fita preta na cabeça, além de uma AK 47 nas mãos e, antes da voz em off murmurar que não é assim que se faz, ela rugiria com voz grossa e ameaçadora: “Olha aí, figura, estourei o meu cartão de crédito e o seu! Algum problema? Vai encarar?”. Será que o pessoal do desarmamento entraria com algum tipo de ação alegando apologia ao uso de armas? Será que o MMM, movimento machista mineiro, faria representação ao Conar?
Aproveitando o ensejo da épocade importantes premiações, poderíamos sugerir aos criadores do Ig Nobel mais uma categoria; pois, na categoria psicologia, premiou se a razão dos suspiros, enquanto o da paz foi para o prefeito da Lituânia, que resolveu o problema de carros parados em locais proibidos ao passar sobre eles com um tanque de guerra. Por que não criar o Ig Nobel da Insensatez? Candidatos oficiais não faltariam. Esperança? I HOPE so.
Publicado no Jornal Correio em 7 de outubro 2011
Um comentário:
Mandou bem, excelente texto.
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