No começo quase nada nos céus. Nada muito além do azul, de aviões de carreira, aves migratórias, balões de São João e fogos de artifício. Azáfama pólvora.
No começo a solidão das letras; presas em livros, jornais e revistas por vezes, como pão esquecido, mofavam. Querendo ganhar mundos e fundos. Pacientemente em apertados tipos, capas e sebos, alguns às traças outras às moscas, aguardavam.
Era apenas o começo. A mudanças estavam por vir. Óvulo fecundado, vida nova criada, sem percalços ou interrupções o caminho seria um só: o despertar, o nascimento, o soar das trombetas, fartamente anunciadas em bem elaboradas e coloridas filipetas. Pierrot a sorrir.
Serafins, Querubins, Tronos, Dominações, Potestades, Virtudes, Principados, Arcanjos e Anjos, muitos Anjos em revoada silenciosa migraram, éter-luz.
Destino: novas nuvens de silício e bits, cyber-céu.
Nuvens aos pouco povoadas por uma gente diferente. Nem tão gente, nem tão anjo. Gente-sentimento, gente-luz. Gente criadora de sonhos e caminhos. Alquimistas das letras a lapidar incessantemente a pedra filosofal da imaginação, um eterno transmutar de tudo em letras, emoção e calor.
Do começo, apenas lembranças, nesse ninho de condensados elementos habita o povo-anjo, nada mais será como antes, pois lá, naquele cantinho seus habitantes são forjadas em brilhante/nobre metal, forte fibra.
Gente literata, gentil, cordata.
Anjos?
Claro que sim, mas estes caro amigo, forjados em mística bigorna e martelo, da mais pura e fina Prata.
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