domingo, agosto 31

Leitura dinâmica

Clique na imagem para ler texto da matéria





"30 condutores são autuados esse mês por excesso de peso".
(1ª pág. do CORREIO de Uberlândia - 27/8/2008)


- Te falei que tinha que emagrecer, mas você nunca me ouve. Viu a nova lei?
- Vi não, são tantas que nem me dou conta mais.
- Pois põe atenção pelo amor de Deus; motorista gordo pode mais não.
- Não?
- Não. Li no jornal lá na banca da praça.
- Coisa esquisita. Já não podemos isso nem aquilo, agora querem saber quanto peso? Que doideira, assim não dá, aonde vamos parar? Mas me conta por que não? Me dê uma, uma só razão para gordo não poder dirigir?
- E sei lá eu. Só vi as letras grandes da chamada na capa do jornal. Não deu tempo de ler tudo. Estava em cima da minha hora, correria de sempre, sabe como é. Mas é sempre desse jeito; eles criam as regras e pronto, temos que cumprir. Lei é lei e não se discute.
- Sei. Lembra da caixinha de primeiros socorros? Vai ver que mais essa também nem pega.
- Olha só, se pega ou não pega, não é problema nosso. Trata de emagrecer se não você não vai fazer nem para pagar multa. Vai dando bobeira vai, já pegaram trinta.





agosto 2008 - Opinião do leitor
CORREIO de Uberlândia

sexta-feira, agosto 29

quinta-feira, agosto 28

Eleições e política

Então. Começou a propaganda política no radio e na televisão. Dia desses me peguei vendo e escutando, afinal era novidade e queria ver a quantas andavam as novas idéias. Vi e ouvi coisa boa, séria e interessante, mas como de costume, para manter a tradição, não podiam faltar em alguns programas as mirabolantes e absurdas promessas, daquelas que nem que a vaca tussa poderão ser cumpridas.

Na hora me veio à lembrança um muito antigo e folclórico político aqui de nosso Triângulo Mineiro. Diferente de outros que fizeram história e registro perpétuo com suas tiradas hilárias cantadas e contadas em verso e prosa Brasil à fora, como José Maria Alckmin, Tancredo Neves, Benedito Valadares e, claro, nosso imortal presidente Juscelino Kubitschek, isso só para citar alguns que transformaram a política mineira em sinônimo de esperteza, presença de espírito, de criatividade e malícia, do fazer em silêncio, este um ficou infelizmente, tanto quanto esquecido, fama regional bem restrita e poucos tomaram conhecimento de sua astuta mineirice.

Reconto uma passagem, nem sei se verdadeira é, pois faz tanto tempo e as histórias, como as pessoas e as paisagens, mudam tanto e tão depressa.

Sua marca registrada era uma botina amarela.

De corpo avantajado era fácil de se fazer notar em qualquer lugar que ia. Contam alguns que, certa feita em plena e acirrada campanha seguiu em comitiva para comício na área rural de seu município.

Carroceria de caminhão transformada em palanque, foguetório e churrasco farto para atrair o máximo das gentes das fazendas e sítios, depois de muita cerveja e boa cachaça com murici, o discurso tomou rumo.

- Meu povo, se eleito for, vou fazer muita ponte aqui na região...
um lá na ponta, manso retruca:

- Mas aqui não tem córrego nem rego d'água seu moço que disso careça.
- Uai "nóis faz" então esbravejou o candidato.
E segue adiante.
- Se for eleito, vou colocar mata-burro para tudo quanto há de carecer!
O mesmo lá no fundo, já alisando palha para enrolar o cigarro:
- Mas nem estrada temos aqui no fundão moço!
- Sem problema "nóis faz"! Respondeu em largo sorriso o postulante à prefeitura.

E perto de finalizar o discurso:
- Minha boa gente, se eu ganhar a prefeitura, vou fazer um mundo velho de escola, uma em cada canto da região, com professora e tudo.

Aquele do pito, suspirou fundo, tirou boa tragada do palheiro e quase em sussurro e meio à fumaça azulada expelida sentenciou:

Mas moço aqui nem criança tem mais não!
Acostumado a respostas impensadas e rápidas lá do caminhão com vozeirão seguro gritou.
- Não tem problema, "nóis faz"!

Dizem que, mesmo sem a bênção do padre ganhou fácil a política daquele ano.

Dessa bem sucedida raposa política dizem que nunca perdeu uma eleição, tenho muitas histórias e casos, devagar, se me permitirem vou contando.

É por essas e muitas outras que, quatro anos como diz a chamada da Justiça Eleitoral, é muito tempo. Que o diga a anódina seleção olímpica de futebol masculino, depois do vexame em Pequim. Pois pensem com carinho caros eleitores. Nada de ouvidos moucos, muita seriedade, critério e avaliação sem emoção. Um bom, livre saudável e principalmente consciente votar.

quarta-feira, agosto 27

Doe vida



O Hemocentro Regional de Uberlândia registrou nos últimos dias uma queda de 40% no comparecimento de doadores de sangue, principalmente os tipos de sangue O Positivo, O Negativo e A Negativo.

Para normalizar a situação e não comprometer o atendimento de Uberlândia e região, o Hemocentro reforça a importância da doação de sangue e pede a colaboração de todos.


Horários de funcionamento:
Segunda à sexta-feira: 7h às 11h30
Segunda e quarta-feira: 7h às 11h30 e 15h às 17h30
Último sábado do mês: 7h às 11h30

Endereço: Avenida Levindo de Souza, 1845, bairro Umuarama.
Informações pelo telefone: (34) 3222-8801.

terça-feira, agosto 26

Observâncias


Amiga um dia.
Molhar plantas para segurar flor nessa seca que dói, carece? Vinga? Num pensar e de espírito em paz caraminholei: água boa mesmo clara amiga, da de segurar flor é aquela que vem de cima, do céu. É aquela que conversou com os anjos e chegou mais perto das estrelas. Água resteira ajuda a manter viva as plantas; um viver-esperar-que-hora-chega, mas florada fica fraca, e o verde pálido/sofrido.
Penitência.

segunda-feira, agosto 25

Minas ao luar



MINAS AO LUAR em Uberlândia
LOCAL: Praça Tubal Vilela
DATA: 30 de agosto de 2.008 – SÁBADO
HORÁRIO: início: 20:30 h – término: 00:30 h – 31/08

Atrações musicais:
CANTA BRASIL MADRIGAL SERESTEIRO

Participação especial:
SANDUKA - (violão e voz)
Grupo de seresta "Os Namorados da Lua"

Parceria: Rede Integração
Realização:
SESC de Minas Gerais e
SINDICATO DO COMÉRCIO VAREJISTA DE UBERLÂNDIA


MINAS AO LUAR


Não se pode ter certeza sobre quando e onde o Homem aprendeu a modular sons, mas, certamente, ao ouvir o caos primitivo e emitir seus primeiros grunhidos e gritos, o ser humano, talvez inadvertidamente, inaugurava uma das mais expressivas relações entre o ser pensante e seu meio, sendo esse o sensível germe da Cultura.
Cantar, desde então, tornou-se uma corrente expressão da alegria, do medo, da tristeza, da exaltação, da inteligência, do ódio e do amor do animal pensante. E este, logo, assimilou e juntou aos sons de seu próprio corpo as vibrações naturais de outros objetos do mundo físico, dimensionando suas expressões com a profundidade, a extensão, o tempo e o espaço.

Abriram-se, assim, as portas para que a música, como criação humana, se integrasse ao drama histórico, acompanhando solidariamente o desenvolvimento e o progresso da espécie em todos os seus quadrantes.
A música é, pois, testemunha e testamento da longa evolução dos seres neste Planeta. Aqui e ali, mudam-se os personagens, o ritmo, o modo e o tom. Permanece, porém, o cantador, nem sempre músico, quase nunca profissão, às vezes desentoado, eternamente sonhador.

É já lendária a figura do menestrel medieval, ancestral acolhido dos seresteiros e cantores atuais. Suas cantigas, ingênuas e ternas, eram expressões profanas do cotidiano, dos feitos de heróis e, sobretudo, de sonhos com o ser amado e de enlevo com a Mãe Natureza.
Como já se disse, a música é testemunha das épocas, e ontem, como hoje, seus objetos são próprios de estados peculiares do espírito da ocasião. Mudaram-se os homens e as circunstâncias e, hoje, pouco há que lembre o despojamento terno e ingênuo das antigas cantigas, relegadas que são em meio ao esquecimento e pó do folclore e da erudição.

Mas, e também como já se firmou, permanece o cantador, teimoso legatário do veio original da criação musical. Figura intuitiva e sensível, protótipo do trovador romântico, perspicaz observador do mundo, improvisador e criativo, solidário à alma e espírito dos tempos, portador do testamento de criações sonoras de todas as eras.
Em nosso meio, o seresteiro e a seresta romântica são, certamente, os grandes veículos dessa tradição. Há em todo seresteiro algo que o identifica com o cantador imemorial, em seu afã de reproduzir no canto sua irrefreável e íntima ligação com a vida e sua reverência pelos mistérios do mundo.

Em Minas Gerais, a serenata romântica, trazida de além-mar pelos colonizadores, encontrou a melhor guarida. Noites claras e enluaradas, horizontes ondulados e montanhosos, o intimismo e a introversão da gente, são solo acolhedor para o sonho, a música e a seresta.
Entretanto, não convém, aqui, um excesso de ingenuidade. A música e o canto, hoje, são motor de indústria e esta nem sempre condescende com as tradições. É certo, assim, que haja um esforço concreto da coletividade e suas instituições, no sentido de preservar espaços onde o olhar visionário ainda encontre a lua e os corações apaixonados possam cantar seus amores e saudades.




Andando na chuva

E ela cansada de tanta mesmice andou na chuva.
Era a primeira chuva. Redentora, anunciava o fim de longa estiagem, chuva tão esperada por homens, bichos e plantas.
A poeira também desceu rápida dos céus e lavou o ar, lavou vento e folhas. Ela sentiu cheiro de verde e terra molhada. Respirou delicioso ar puro e úmido, seu peito se encheu de vida.

E ela encantada andou na chuva descalça. O toque de seus pés desnudos com o chão lhe trazia um prazer singular. Em algum cantinho de suas mais belas lembranças lá estava a sensação. Déjà vu.
As pequenas pedrinhas que por vezes topava não a incomodavam em nada. Pequenas alfinetadas nos pés com gosto e lembrança de infância, não doíam mesmo em dor.

Ela na chuva cabelos molhados sentia a bênção de ter os pensamentos e emoções lavadas, sentia-se transportada para algum lugar lá longe no tempo, quando era mais feliz. Não que fosse triste, pelo contrário tinha tudo, ou quase tudo, com que sempre sonhara.

Mas a alma humana verdadeiramente sensível, verdadeiramente alma, pode algum dia se dar ao luxo de plena, de plena... calma?

A roupa agora encharcada se fazia nova pele, o contorno de seu corpo visível em água, e ela estava feliz por que gostava do que via, do sentia, gostava. Privilégio.

Hoje não vestiu sua armadura de segurança, se expôs aos seus verdadeiros sentimentos, e a chuva que hora tomava lavou, levou todos os seus temores para bem longe.

Pele e seios encantadoramente arrepiados em prazer indescritível. Vontade de gritar!
Uma lágrima de felicidade a se misturar com a chuva. Não, aquela lágrima não se misturou. Como diamante de rara pureza, lapidado em cor, dor e muito amor escorregou por seu rosto, percorreu-lhe o corpo em manso afago, e sempre brilhando, destacada na enxurrada, buscou caminhos de um rio, e lá ainda em brilho de gema-alma permanece eterna, guia, conduz, norteia aqueles que como ela aprenderam a amar.

Hoje, cansada de mesmices e protocolos fúteis tomou chuva com gosto e vontade, por um instante, breve instante, se tornou outra pessoa, seu corpo exalava perfumados temperos: salsa, salvia, alecrim, e tomilho, a mística música.

Com as sandálias nas mãos, decote aberto, vestido enrolado até os joelhos, olhos entreabertos, sorriso puro em larga e carnuda boca, encharcada até os ossos e feliz cantarolou:

Are you going to Scarborough Fair?
Parsley, sage, rosemary and thyme
Remember me to one who lives there
For once she was a true love of mine

Have her make me a cambric shirt
Parsley, sage, rosemary and thyme
Without no seam nor fine needle work
And then she'll be a true love of mine


E eu me lembrei tanto dela.





agosto - 2008

sexta-feira, agosto 22

Recuerdos

Morei muitos anos atrás em quartinho mais alto de um chalé caindo aos pedaços, um sótão. Pensão.
Deitado em cama dura podia tocar as telhas, meu teto tinha forma de pirâmide. Depois da janela, logo assim, o telhado. Passava horas sentado na beiral da janela com os pés naquele piso de telhas escurecidas a olhar o tempo lá longe.
Bem adiante um relógio luminoso imenso em alto de prédio me contava segundo a segundo que um dia iria embora dali para sempre. Aconteceu.

quinta-feira, agosto 21

Festa literária



Homenagem aos centenários de Machado de Assis e Guimarães Rosa


27 a 31 de agosto

CONVITE PARA FESTA

Uma festa que mostra resultados e propõe desafios; aonde escritores e artistas locais, nacionais e internacionais se reunirão para discutir e divulgar suas obras literárias e conversar sobre o panorama literário atual.

Mesmo que Uberlândia esteja, geograficamente, no centro do país confluindo artes e artistas de todos os estados brasileiros, a literatura ainda não possuía um canal de expressão num grande evento que pudesse fazer justiça com a cidade e todos que aqui se expressam.

Desta maneira surgiu a Festa Literária de Uberlândia – FLU - que fará em 2008 a sua primeira edição homenageando Machado de Assis e Guimarães Rosa, na oportunidade de seus centenários de morte e nascimento, respectivamente.

Esta grande festa já reuniu várias pessoas e projetos que se interessam pelo incentivo à leitura e construção imediata de um mundo melhor, e por isso, se tornaram apoiadores.

Mas a Festa não acaba, continuará durante todos os dias do ano, com ações diretas, até chegarmos na próxima edição no ano que vem, e assim sucessivamente, até alcançarmos a meta de em 5 anos tornar a nossa Uberlândia a cidade mais leitora do interior do Brasil.

Você é nosso convidado! Porque a Festa Literária de Uberlândia é sua!

LOCAL DE ENCONTRO
Praça Coronel Carneiro, no Centro da cidade
PROGRAMAÇÃO


27 de agosto

18:30h
SOLENIDADE DE ABERTURA
com apresentação da
Banda Municipal de Uberlândia
Local: Praça Coronel Carneiro


19 às 20:30h
MESA
“A literatura como ação transformadora”
Local: Praça Coronel Carneiro

Com
• Martha Pannunzio, escritora premiada, veterana no infanto-juvenil.
• Maria Inês Mendonça, atriz, bonequeira e contadora de histórias
• Kênia M Almeida, professora, escritora de livros sobre Machado de Assis.


28 de agosto

9 às 11h

Era uma vez...
Ministrantes: Adriana & Maída
Contação de histórias com fantoches
Local: Praça Coronel Carneiro
Faixa etária preferencial: 6 – 10


9 às 11h

- Miúdo de historias - Contação de "O Catador de Pensamento" de Monika Feth
Ministrante: Ana Carla Machado
Local: Praça Coronel Carneiro
Faixa etária preferencial: 6 à 10 anos


9 às 12h

Oficina Literatura e Internet
Ministrante: Danislau Também
Escritor
Local: Biblioteca Pública Juscelino Kubitchek
20 vagas


9 às 12h

Oficina Literatura e Dança
Ministrante: Dickson du Arte
Pesquisador / Dançarino
Local: Oficina Cultural


14 às 17h
Histórias da Vovó Caximbó
Ministrante: Maria Inês Mendonça
Atriz, bonequeira e contadora de histórias
Local: Praça Coronel Carneiro
Faixa etária preferencial: 6 – 10


14 às 17h
Oficina Literatura e Internet
Ministrante: Danislau Também
Escritor
Biblioteca Pública Juscelino Kubitchek
20 vagas


19:30 h
Apresentação
Banda Municipal Mirim
Local: Praça Coronel Carneiro


20h
Encontro com escritores e ilustradores
Local: Praça Coronel Carneiro


29 de agosto

9 às 22h
FEIRA LITERÁRIA
Local: Praça Coronel Carneiro


9 às 12h
Sonhos de Davi:
Oficinas lúdicas de Leitura
Ministrante: Maria Terezinha de Oliveira
Escritora e Professora
Local: Praça Coronel Carneiro
Faixa etária preferencial: 6 – 10

9 às 12h

Brincando com jornal
Equipe Algar Lê - Correio Educação
Ministrantes: Regina Giaretta e Soraia Borges
Local: Praça Coronel Carneiro
Faixa etária preferencial: 6 –10 e 11-14


9 às 12h

Oficina Criação Literária - Imagens
Ministrante: Maria Cláudia Lopes
Atriz, professora e poeta
Local: Oficina Cultural


9 às 12h

Oficina de Produção de Zine
Daniel Caldeira
Psicólogo e zineiro
Local: Oficina Cultural


Exposição de curtas na Casa da Cultura

14 às 17h

História que a vovó contava
Ministrante: Marta Fontoura
escritora e contadora de história
Local: Praça Coronel Carneiro
Faixa etária preferencial: 6 –10

14 às 17h

Das páginas para o imaginário:
A leitura do livro infantil
Ministrante: Rosi Ferreira
Coordenadora do Proler e do Programa de Bibliotecas Escolares da Rede Municipal de Ensino de Uberlândia
Local: Praça Coronel Carneiro
Faixa etária preferencial: 6 –10


14 às 17h

Oficina Criação Literária - Imagens
Ministrante: Maria Cláudia Lopes
Atriz, professora e poeta
Local: Oficina Cultural


Exposição de curtas na Casa da Cultura


18:30
Coral infantil da Unimed
Local: Praça Coronel Carneiro


19h
PALESTRA
Moacyr Scliar

“O mistério da Casa Verde – Uma releeitura machadiana no séc XXI”
Local: Praça Coronel Carneiro


21h
Lançamento do livro ‘O alienista – História em rimas’ de
Fabrício Inácio Oliveira
Local: Praça Coronel Carneiro


SARAU DA FLU
Local: Praça Coronel Carneiro


30 de agosto

9 às 22h
FEIRA LITERÁRIA
Local: Praça Coronel Carneiro


10h
Exposição de filme - longa
Programadora Brasil
Local: Praça Coronel Carneiro


14h
Exposição de filme - longa
Programadora Brasil
Local: Praça Coronel Carneiro


16h
Exposição de filmes – curtas
Programadora Brasil
Local: Praça Coronel Carneiro


17 às 18:30h

MESA
“Do incentivo à leitura –Entre políticas e ações”
Local: Praça Coronel Carneiro

Com
• Rosi Ferreira (Coordenadora do PROLER e do Programa de Bibliotecas Escolares do Município de Uberlândia)
• Maria Augusta de Nóbrega Cesarino, Superintendente Estadual de Bibliotecas de Minas Gerais (Aguarda confirmação)
• Representante do comércio livreiro


31 de agosto

9 às 12h

‘CAFÉ COM POESIA’
Local Praça Sérgio Pacheco
Encontro de parceiros, apoiadores e amigos da FLU.


27 – Quarta 28 – Quinta 29 – Sexta 30 – Sábado 31 – Domingo

13h
Abertura de exposições e comunicações.
Inscrições para oficinas e palestras.

18:30h
SOLENIDADE DE ABERTURA
com apresentação da
Banda Municipal de Uberlândia

19/20:30h
MESA
“A literatura como ação transformadora”


19:30 h
Apresentação
Banda Municipal Mirim


20:00h
Encontro com escritores e ilustradores


18:30
Coral infantil da Unimed

19h
PALESTRA
Moacyr Scliar

“O mistério da Casa Verde – Uma releeitura machadiana no séc XXI”

19h
SARAU DA FLU

9/17h
Exposição de vídeos


13:30h + 16h
TEATRO
Rondon Pacheco
Mostra Cênico Literária


17/18:30h
MESA
“Do incentivo à leitura –Entre políticas e ações”
9/12h

‘CAFÉ COM POESIA’
na Pç Sérgio Pacheco

Encontro de parceiros, apoiadores e amigos da FLU.

Mais informações:

+55 34 3216-2666 / 9996-3078 / 9131-4401

todosnaflu@yahoo.com.br
contato@festaliteraria.com
www.festaliteraria.com

quarta-feira, agosto 20

Zoa Brasil

Próxima propaganda para promover o voto consciente nas eleições municipais de 2008.



Fonte: http://caixapretta.blogspot.com/

terça-feira, agosto 19

Silêncio

Em tropel cinzento/silencioso, manhã passa. Jeito modorrento. Vento quente sobrando em minha face. O sol em sal. Olhos secos como o ar entorno lacrimejam incessantemente. O viver um dia de cada vez amarga, cansa em demasia. Doce em tacho de cobre azinabrado, veneno.

Respiro fundo, mergulho a cabeça em bica d'água fresca, espanto pensamentos escurecidos por algo que desconheço, algo do qual não me lembro, nem sei se existiu.
Passarinho canta perto e me tira, felizmente, de tão deplorável estado.

O pior é sentir e não saber o porquê.
O pior é sentir algo perdido no fundo de algum quartinho da alma. Porão de saudade, tulha propositalmente sem uso, lacrada.
Passarinho me trouxe de volta. Respiro fundo e, taciturno avanço por caminho desmedidamente estranho. Compro sentimento alheio.
Sigo.

segunda-feira, agosto 18

Ora-pro-nobis

Ora-pro-nobis aguarda chuva para ir ao chão. Mudas novas não conhecem ainda a liberdade da terra plena.

segunda-feira, agosto 11

Helena Vieira

HELENA VIEIRA(RJ) apresenta no palco de arte:
“SIMONE DA BELA VISÃO” Tradução livre de Simone de Beauvoir

PALCO DE ARTE : RUA CORONEL MANOEL ALVES 22 – BAIRRO FUNDINHO
DIA 16 DE AGOSTO – SÁBADO
ÀS 20H30M
INGRESSOS: 10,00 INTEIRA – MEIA ENTRADA ANTECIPADA ATÉ O DIA 15/08 NO UAI Q DANÇA
MELHORES INFORMAÇÕES: 32365050




Helena vieira é atriz/ doutoranda em teatro pela UNIRIO e bailarina



Isto lhe causou uma pequena revolta e... Entre ter se submetido a uma operação de “inclusão de prótese de silicone” e a criação artística decorrente desta indecisão, preferiu criar.

À Simone da bela visão (tradução livre de Beauvoir, o título homenageia a escritora feminista) nasceu dos questionamentos da artista sobre gênero, identidade e alteridade, temas que ela vem se debruçando desde 2003.

Este trabalho apresenta o exercício de uma desconstrução de linguagem teatral. Trata-se de uma experiência elaborada à luz de teorias feministas e de performance, utilizadas como metodologia para a elaboração de um discurso cênico construído a partir de questões sobre o corpo, cânones de beleza, gênero e revolta. Esse discurso traduz uma reflexão acerca do lugar ocupado pelo sujeito na contemporaneidade, e investiga as definições tradicionais sobre gênero.

Quem te viu

Em vôo, ouvi, Nacional FM de Brasília.

Quem te viu, quem te vê
Chico Buarque



Você era a mais bonita das cabrochas dessa ala
Você era a favorita onde eu era mestre-sala
Hoje a gente nem se fala, mas a festa continua
Suas noites são de gala, nosso samba ainda é na rua

Hoje o samba saiu procurando você
Quem te viu, quem te vê
Quem não a conhece não pode mais ver pra crer
Quem jamais esquece não pode reconhecer

Quando o samba começava, você era a mais brilhante
E se a gente se cansava, você só seguia adiante
Hoje a gente anda distante do calor do seu gingado
Você só dá chá dançante onde eu não sou convidado

Hoje o samba saiu procurando você
Quem te viu, quem te vê
Quem não a conhece não pode mais ver pra crer
Quem jamais esquece não pode reconhecer

O meu samba se marcava na cadência dos seus passos
O meu sono se embalava no carinho dos seus braços
Hoje de teimoso eu passo bem em frente ao seu portão
Pra lembrar que sobra espaço no barraco e no cordão

Hoje o samba saiu procurando você
Quem te viu, quem te vê
Quem não a conhece não pode mais ver pra crer
Quem jamais esquece não pode reconhecer

Todo ano eu lhe fazia uma cabrocha de alta classe
De dourado eu lhe vestia pra que o povo admirasse
Eu não sei bem com certeza por que foi que um belo dia
Quem brincava de princesa acostumou na fantasia

Hoje o samba saiu procurando você
Quem te viu, quem te vê
Quem não a conhece não pode mais ver pra crer
Quem jamais esquece não pode reconhecer

Hoje eu vou sambar na pista, você vai de galeria
Quero que você assista na mais fina companhia
Se você sentir saudade, por favor não dê na vista
Bate palmas com vontade, faz de conta que é turista

Hoje o samba saiu procurando você
Quem te viu, quem te vê
Quem não a conhece não pode mais ver pra crer
Quem jamais esquece não pode reconhecer

sexta-feira, agosto 8

Who are you

Recebi de Clara Clarice - G E N I A L
Bom e velho The Who!

Beijing 2008, sei!


Olimpíadas de Pequim ? Às favas

Recebi de amiga Clarice ótimo texto de Marcelo Coelho, publicado na Folha de São Paulo, Ilustrada de 06 de agosto, sobre as olimpíadas de Pequim. Como luva traduziu o que há tempos sinto em relação a elas. Olimpíadas de Pequim? Às favas com elas! Enquanto isso, entre outras barbáries de um regime velho e apodrecido, a súplica imediata do mundo:



O texto:


MARCELO COELHO
Olimpíada sinistra


A realidade é escondida à força, cria-se um mundo de fantasia cheio de slogans e sorrisos



BOICOTAR OS Jogos Olímpicos de Pequim era, sem dúvida, uma alternativa irrealista para qualquer governo deste planeta.
Tudo bem, nenhum país boicotou.
Boicoto eu, então, e motivos não me faltam.
Não me estendo sobre os mais imediatos, como os repetidos casos de perseguição a oponentes políticos e os atentados à liberdade de informação.
De resto, o que se escreve sobre esse tipo de coisa tende a submergir no oba-oba esportivo. Mesmo entre os que são simpáticos ao problema dos direitos humanos no mundo, a força da TV e da propaganda faz surgir um raciocínio perverso: "Até sei do que acontece na China, mas no momento não quero saber e vou fazer de conta que não sei".

Melhor, talvez, começar não com o que as autoridades chinesas querem censurar, e sim com o que mostram de positivo. Antes de mais nada, achei detestável a arquitetura que o evento produziu. Aquele tal ninho mumificado que criaram para servir de estádio me parece um acinte ao próprio ideal clássico de equilíbrio que, em teoria, tinha de inspirar uma Olimpíada.

Criou-se uma bagunça de bandagens metálicas, com 36 km de talas de aço, misto de camisa-de-força e macarrão de pacotinho, como a figurar um monte de amarras impostas sobre alguma força interna que poderia se expandir se deixassem. O escritório suíço autor do projeto, Herzog e De Meuron, fora responsável por aquele ridículo pneu branco gigante que responde pelo nome de Allianz Arena de Munique.
Agora, parece lançar sobre Pequim o resultado dos lazeres de uma enfermeira ou de um ortopedista aposentado, que se deu mal na tentativa de reproduzir o tal pneu perfeito com os restos do esparadrapo e gesso de sua última operação.
O famoso "Cubo de Água", que nem é cubo, talvez impressione ao vivo; nas fotos, tem forte semelhança com aqueles shoppings de artigos contrabandeados que abrem e fecham todo o tempo aqui em SP.

Por falar em água, nada me trouxe tanto mal-estar quanto a foto, amplamente reproduzida, de um verdadeiro batalhão de policiais chineses, impecavelmente uniformizados, catando as algas que infestavam o lugar onde se realizarão as provas de iatismo.
O empenho dos guardas em tirar de vista qualquer vestígio de poluição ambiental não poderia simbolizar melhor o delírio dos governantes chineses. Quem são estes, aliás? No anonimato de seus ternos pretos, formam a Burocracia mais impenetrável do mundo.
Repete-se o delírio na hora de reduzir a poluição do ar. Baixam-se proibições de emergência -carros têm de respeitar um rodízio radical, indústrias são fechadas, há faixas especiais de circulação para os que visitarem Pequim nesses dias de jogos, e em tudo isso ficam transparentes algumas características típicas de todo regime totalitário.

Não que eu seja contra rodízios de carros. O problema, no caso, é que tudo é feito para as Olimpíadas, e não para melhorar a vida dos próprios habitantes. Com toda a benevolência da direita (que celebra a lucratividade do evento e a "modernidade" que chega finalmente à China), ocorre um processo bem stalinista.
A realidade é escondida à força, cria-se um mundo de fantasia cheio de slogans e sorrisos, e o regime tenta fazer com que um céu poluído fique azul a todo custo.
Até as favelas, ou seja lá que nome tradicional tenham em Pequim, foram arrasadas para a construção dos novos palácios da "modernidade".
Os moradores que tentaram resistir à remoção foram silenciados. Veja-se, sobre isso, o relatório da organização internacional Human Rights Watch na internet.
Ni Yulan, uma advogada de 47 anos que resolveu defender os removidos, foi atacada por uma dúzia de homens, espancada até perder a consciência, e está presa por resistir a determinações oficiais.

Isso, para glória da modernidade arquitetônica e da "perfeita organização" dos Jogos de Pequim. Sempre é perfeita, aliás, em eventos desse tipo. Foi perfeita até nos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro.
Traficantes deixaram de queimar pessoas vivas, milícias deixaram de torturar suspeitos.
Depois, claro, tudo volta ao normal. Interessa passar uma "boa imagem" para o mundo. E que interessa o destino de Ni Yulan? Precisamos saber se determinado atleta búlgaro do salto com vara vai superar em 0,01 milímetro o recorde de quatro anos atrás.

No labaratório

A perspectiva de uma sexta, um fim de semana que se avizinha,
merecido descanso. Vontade de voltar para minhas panelas, meu quintal.




quinta-feira, agosto 7

Ipê

Porta de casa.
Sinal absoluto da seca no cerrado, ipê se abre em flor em busca, olhar longe, de chuva que não vem.

quarta-feira, agosto 6

terça-feira, agosto 5

Imprevistos

Olhar repentino a mudar rumos e caminhos, um não esperar do dia e tudo à noite acontecer.
Um muito querer e nada, apenas o repetir diário de rotina sem graça.
Eis o mistério.
Acordar em solidão plena, doente e desalentada. E em um simples sair à rua, de súbito como aquarela em cores fortes, a vida retoma/transforma.
Cada passo à frente leva a porta nova: Alice.
O não saber, tempero de saboroso existir, viver sem sustos ou percalços se transforma em tédio sem fim. Aborrecida passagem.
Privilégio ou maldição? A cada novo amanhecer de sol ou chuvoso algo lá fora ou cá dentro espera com força mutante incontrolável, cega, intransferível sina.

Vida-palco de gigante teatro onde não-atores se escondem acovardados em coxias cinzentas, empoeiradas, de desgastado e velho veludo triste. A plena existência a um passo da prancha estreita também coxia. Equilibrar, transpor é preciso.
O soslaio ver, impede o pleno. A escolha é de cada, faça ou abdique, eterno livre arbítrio.
O assobiado de Rick por anjo Beto tão bem descrito, Times goes By? Só resta e todos em sussurro de esperança deveriam repicar o que nunca foi dito: Play it again Sam. Sempre uma Isla a esperar. Aquele em VIDA MERECE.





agosto - 2008

sábado, agosto 2

Palavra do sábado


BOTECO (bo.te.co)

A palavra “boteco” é uma contração da palavra ‘botequim’, do italiano “botteghino”, diminutivo de “bothega”, palavra que designa uma taberna ou pequena mercearia em nossa língua.

“Boteco” é um pequeno estabelecimento comercial onde se vendem bebidas, cigarros, lanches e refeições simples. Esses estabelecimentos também são chamados simplesmente de “Bar”.


BOTECO (bo.te.co)
Substantivo masculino.

1 Bras. Pop. O mesmo que botequim, às vezes com conotação pejorativa
2 BA Espécie de barraca leve de feira, armada entre as barracas maiores
3 BA Pop. O globo ocular

[Formação: Regress. de botequim.]
Palavra
[Formação: Do italiano. botteghino, diminutivo de bothega.]

Fonte:
Aulete Digital: O primeiro dicionário livre, gratuito e interativo do Brasil. A palavra é sua!
www.auletedigital.com.br

sexta-feira, agosto 1

Afago de Laica

Meio eu

Já se sentiu meio? Meio alguma coisa, meio gente, meio triste, meio feliz?
Tem dias, assim sou, meio. Meio-eu desfocado, apagado. Meio-eu.
Passa, acende.

Sabão

Ontem tardezinha fiz sabão. Reciclo óleo que não usei, foi ganhado. Homem sai da raça, mas para algumas coisas a roça sai do homem não. São Sebastião do Pontal continua viva, eterna dentro de mim, sinto cheiro do rio, da balsa, da brisa do Mato Grosso, chuva formava lá, vinha brava, debulhava. Aparecida do Taboado, Lagoa Santa, Paranaíba.
Saudade será mesmo espécie de velhice amigo Rosa? Tem hora sim, tem hora não, depende. Elucubro, indicativo presente . Hoje prá lá tem ponte e até asfalto. Sinto falta da poeira, das tropas, do circo. Vou lá breve, depois conto, depois mostro.

Fica mais caro do que comprar? Sei não, nem conta. O prazer de fazer é a paga.
Ontem fiz sabão, hoje desenformo corto, embrulho com aquele papel filme, aquele transparente. Em cada pedaço uma rama de alecrim ou folhinha de manjericão ou arruda, tem olho gordo em penca, arruda ajuda.
Crio rótulo, e junto em cada barrinha poema curtinho, haicai mineiro, inventado na hora, a caneta. Sem tomodachi, tomo, gomen, ou arigato. Só mesmo amigo, companheira, desculpe e sempre, obrigado. Capricho meu, mania.

E melhor disso é que ainda salvei algum rio de litros de óleo usado que nem meu era, como disse, ganhei.

A foto é de agora cedinho nem café havia coado, de lá para o trabalho. Rotina às vezes tão aborrecida; quem não quer ficar no agrado aquecido do quintal?
Fiz sabão ontem, mas não me vá lambe-lo.