terça-feira, agosto 5

Imprevistos

Olhar repentino a mudar rumos e caminhos, um não esperar do dia e tudo à noite acontecer.
Um muito querer e nada, apenas o repetir diário de rotina sem graça.
Eis o mistério.
Acordar em solidão plena, doente e desalentada. E em um simples sair à rua, de súbito como aquarela em cores fortes, a vida retoma/transforma.
Cada passo à frente leva a porta nova: Alice.
O não saber, tempero de saboroso existir, viver sem sustos ou percalços se transforma em tédio sem fim. Aborrecida passagem.
Privilégio ou maldição? A cada novo amanhecer de sol ou chuvoso algo lá fora ou cá dentro espera com força mutante incontrolável, cega, intransferível sina.

Vida-palco de gigante teatro onde não-atores se escondem acovardados em coxias cinzentas, empoeiradas, de desgastado e velho veludo triste. A plena existência a um passo da prancha estreita também coxia. Equilibrar, transpor é preciso.
O soslaio ver, impede o pleno. A escolha é de cada, faça ou abdique, eterno livre arbítrio.
O assobiado de Rick por anjo Beto tão bem descrito, Times goes By? Só resta e todos em sussurro de esperança deveriam repicar o que nunca foi dito: Play it again Sam. Sempre uma Isla a esperar. Aquele em VIDA MERECE.





agosto - 2008

Um comentário:

Anônimo disse...

Olá William!
Estou passando aqui por recomendação do Luiz Antonio de Camargo, lá de Osasco, meu irmão mais velho. Estou gostando das (poucas ainda) coisas que vi. Sabe como é? Vou passar por aqui de vez em quando para ir me inteirando desse belo trabalho.

Um grande abraço!
Marcos Ubirajara.