sexta-feira, agosto 1

Sabão

Ontem tardezinha fiz sabão. Reciclo óleo que não usei, foi ganhado. Homem sai da raça, mas para algumas coisas a roça sai do homem não. São Sebastião do Pontal continua viva, eterna dentro de mim, sinto cheiro do rio, da balsa, da brisa do Mato Grosso, chuva formava lá, vinha brava, debulhava. Aparecida do Taboado, Lagoa Santa, Paranaíba.
Saudade será mesmo espécie de velhice amigo Rosa? Tem hora sim, tem hora não, depende. Elucubro, indicativo presente . Hoje prá lá tem ponte e até asfalto. Sinto falta da poeira, das tropas, do circo. Vou lá breve, depois conto, depois mostro.

Fica mais caro do que comprar? Sei não, nem conta. O prazer de fazer é a paga.
Ontem fiz sabão, hoje desenformo corto, embrulho com aquele papel filme, aquele transparente. Em cada pedaço uma rama de alecrim ou folhinha de manjericão ou arruda, tem olho gordo em penca, arruda ajuda.
Crio rótulo, e junto em cada barrinha poema curtinho, haicai mineiro, inventado na hora, a caneta. Sem tomodachi, tomo, gomen, ou arigato. Só mesmo amigo, companheira, desculpe e sempre, obrigado. Capricho meu, mania.

E melhor disso é que ainda salvei algum rio de litros de óleo usado que nem meu era, como disse, ganhei.

A foto é de agora cedinho nem café havia coado, de lá para o trabalho. Rotina às vezes tão aborrecida; quem não quer ficar no agrado aquecido do quintal?
Fiz sabão ontem, mas não me vá lambe-lo.




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