"Se for falar mal de mim me chame, sei coisas horríveis a meu respeito" (Clarice Lispector)
segunda-feira, janeiro 18
Silêncio
Não me peçam poemas, rimas ou sonetos, nãos os posso dar, agora não!
Me pedem poemas, me vem silêncio mão soterrada por terremotos e inundações , tristemente congelada
Terror paralisa a emoção
Por favor não me peçam sorrisos, ternura ou afagos
Tremores de terra, mortes estúpidas, inocentes vozes em escuridão, chamas, incêndios
Sinto sob os pés, vazio da alma entre escombros, gritos, tremores e abalos
Não me peçam nada que remeta à emoção, tamanha dor que sinto por tantos e tantos desconhecidos irmãos.
Coração carregado de gigantesca tristeza, impede, trava a criação.
Busco perdido explicação para tamanho morticínio, vazio, nada encontro, nada me vem que explique tamanha provação
Nada me peçam, agora não, estranho luto sob mim se abate
Imagens, sons em retina se multiplicam, constante aperto na garganta, impotência, fraqueza, solidão
Até quando? Qual o destino/rumo/caminho? Desatino.
Raça, perdida em diária desgraça, luta qual arredio animal que só morde, mas nunca late.
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2 comentários:
William,
sua presença em seus textos fala muito, fala por nós !
um abraço amigo,
Clarice.
William, faço meu o seu silêncio. Tanta dor, abandono, descaso...
Às vezes sinto quase uma culpa por desfrutar de conforto, oportunidades e momentos felizes ao lado da família e amigos.
Quero isso para todos! Por que é tão difícil?
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