sexta-feira, março 24

Existe esperança


Não havia como deixar de relatar fato inusitado ocorrido conosco neste início de segunda-feira. Não eram nem 7h, as ruas estavam tomadas basicamente por jovens estudantes.

Minha esposa estava a levar nossa filha para a escola. Bem à frente dela, seguia um sonolento ônibus. Até aqui, nada de diferente. Eis que o inusitado acontece: na movimentada rua XV de novembro, o imenso bólido parou em uma faixa de pedestres para que as crianças pudessem atravessar a rua. Repito: o motorista parou por vontade própria, não havia sinal ou guarda de trânsito, nada além de uma muda faixa de pedestres pintada no asfalto. O motorista simplesmente parou o coletivo.

Estaríamos nós em algum país europeu? Na Suíça talvez, Luxemburgo, talvez na Bélgica? Num país, numa cidade onde os motoristas respeitam a vida humana, respeitam literalmente o próximo? Nada disso: foi bem aqui em Uberlândia.

A vontade foi de ir atrás deste ônibus, identificar o motorista e recomendá-lo para as autoridades constituídas para receber uma comenda de honra ao mérito. Infelizmente esta postura, que deveria ser regra, passa a ser merecedora de prêmio em uma cidade com um trânsito desumanizado, agressivo e mal-humorado.

Se 50%, pelo menos isso, a metade dos motoristas de nossa Uberlândia, agissem como este anônimo motorista de ônibus, juro, me daria por satisfeito.

Parabéns desconhecido motorista, minha filha recebeu encantada esta bela aula de cidadania, de amor ao próximo. Se a grande maioria dos motoristas de Uberlândia pudessem aprender e se espelhar em você, já seria um grande triunfo da vida, da civilidade.

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